terça-feira, 11 de novembro de 2014

Casa dos Dois Leões

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Casa dos Dois Leões
Residência do fazendeiro Américo Augusto Pereira da Silva, construída no início do século passado, ou seja, 1930.
Essa residência era uma das mais bonitas de Itapira, e estava localizada na confluência das Ruas Campos Salles e Regente Feijó.
Esse imóvel chamava a atenção por ostentar sobre as duas pilastras que sustentavam o portão de entrada, dois leões esculpidos em mármore, adquiridos por Américo Pereira – como era carinhosamente chamado – em São Paulo, especialmente feito sob encomenda do fazendeiro.
Logo na entrada havia uma escadaria em mármore branco de Carrara – material importado e muito usado naquela época pela classe mais abastada – que dava acesso a um terraço coberto em forma de ele, ostentando nas paredes pinturas de paisagens bucólicas.
        Américo Augusto Pereira da Silva fora casado com Alzira Pereira de Oliveira, ambos de tradicionais famílias itapirenses. Era filho de Luiz Manoel Pereira da Silva (nascido em 11 de janeiro de 1834, e falecido em 04 de maio de 1899) e de Guilhermina Rodrigues do Nascimento, residentes na fazenda Bom Retiro, de sua propriedade.
Américo Augusto Pereira da Silva era descendente direto de Manoel Pereira da Silva, um dos fundadores da Penha do Rio do Peixe, hoje a nossa querida Itapira.

Hotel de Luxo

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Plínio Magalhães da Cunha

Hotel de Luxo
Na foto acima, o prédio onde estava instalado em 1920, um dos primeiros hotéis de Itapira, o conhecido Hotel Sartini. À frente de um grupo de clientes, vê-se o seu proprietário, o hoteleiro Adagamus Sartini, homem inteligente, culto e respeitado, que possuía um grande círculo de amizade, não só em nossa cidade, mas também na região. Sartini falava fluentemente diversas línguas, dentre elas o italiano, francês, inglês e espanhol, haja vista que, na parede do refeitório, bem destacado, lia-se: “Aqui falamos todas as línguas”.
Ao lado do prédio, vê-se um automóvel Ford “bigode”, com o motorista e a direção do lado direito. Este carro era bem cuidado e trazia escrito em seu parabrisa “HOTEL SARTINI”. Era usado pelos seus inúmeros clientes – na maioria viajantes – que chegavam a Itapira através do trem da mogiana, desembarcando na Estação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, ali no Largo da Estação, de onde eram transportados para a tradicional hospedagem.
Esse prédio foi construído no início do século passado, e serviu muitos anos de residência do fazendeiro Bento Ignácio de Oliveira Cunha, primeiro Intendente (Prefeito) de Itapira em 1892.
O casarão da rua Francisco Glicério, depois de alojar também o Hotel Sartini, foi totalmente demolido, dando lugar a um estacionamento para automóveis.

O Vetusto Cubatão

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Plínio Magalhães da Cunha

 
O Vetusto Cubatão
Bairro do Cubatão nos idos de 1902, retratado da Avenida dos Biris, no Parque Municipal, no ano de sua inauguração.
Nessa foto, pode-se contar o pequeno número de casas ali construídas, além do caminho para alcançar o alto do Morro Macumbê. Mais ao fundo, divisamos um ramo da Cordilheira da Mantiqueira – notando-se o Pelado, em Monte Sião; o morro da Forquilha, logo na entrada de Jacutinga, ambas cidades pertencentes ao sul do Estado de Minas Gerais.
Mais abaixo, na foto, aparece um dos meandros do Ribeirão da Penha, que atualmente ainda abastece com suas águas a nossa Itapira, desde sua fundação em 1820.
Interessante ainda notar um caminho a partir do pequeno núcleo de casas, que era percorrido pelos pedestres que se dirigiam à cidade, ou, vice-versa, atravessando a famosa pinguela que unia as duas margens do ribeirão. Essa pinguela também servia de trampolim àqueles que arriscavam mergulhar de uma altura aproximada de 4 metros, principalmente durante as cheias, para praticar uma natação perigosa.
Nessa época o Ribeirão da Penha era muito piscoso, alegrando os pescadores que conseguiam fisgar o dourado, curimbatá, piracanjuba, chapara, bagre, mandi e outras espécies atualmente desaparecidas de suas águas poluídas, o que é uma pena.
Bairro do Cubatão em 2008, visto do mesmo ângulo da foto acima – 112 anos depois.

As ilações ficam por conta do leitor.

sábado, 25 de outubro de 2014

Escola Particular de dona Zita

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Plínio Magalhães de Cunha

Escola Particular de dona Zita
Quem não se lembra (os mais velhos, é claro, pois a foto é de 1935), da Escola Particular de dona Zita – professora Iracema Costa Martinez – ali na Rua João de Moraes, numa antiga casa que deu lugar à residência do Sr. José Serra.
Dona Zita, como era carinhosamente chamada, fora casada com o estimado PM, o soldado Sr. Félix Martinez.
Era quituteira de mão cheia, sendo famosos seus bolos e doces. Também confeccionava aqueles cartuchos em cartolina e papel crepom, muito enfeitados e coloridos, trazendo em seu bojo os famosos docinhos caseiros, que faziam a alegria da criançada da época, ou então, leiloados nas festas beneficentes da Matriz de N.S. da Penha, servindo de leiloeiro o saudoso Sr. Raul Arruda (pai do sempre lembrado dr. Murilo Arruda).
Suas balas de ovos eram sensacionais, sem rival!
Como professora, dona Zita era paciente, mas enérgica, mantendo numa sala de sua residência a sua escola, freqüentada por centenas de alunos ali matriculados no ensino primário (do 1º ao 4º ano).
A foto em tela me foi fornecida pelo saudoso professor Dib Jauhar, retratada por volta de 1937. Mostra uma das classes – durante o recreio – no quintal da casa de dona Zita, onde se vê todos os alunos comportados e de braços cruzados posando para o fotógrafo da época.
Muitos alunos, infelizmente, não conseguimos identificar.
Começando pela primeira fila, em pé, da esquerda para a direita: o Manoel Marques (Zito do Bar); Sebastião; Luchetti; José Carlos da Cunha Rocha; a professora dona Zita; Cruz; o Flávio Barretta; Aristides e mais dois alunos não identificados.
Na segunda fila (fila do meio), na mesma ordem e sentados no banco: José Ferreira Alves; Luís; Vilma; Divina; Maria de Lurdes (viúva do professor Ivalte Fernandes); Anésia; Fausto: Dib Jauhar; Piva e Barreta.
Na terceira fila (sentados no chão) – Mauro; Mercedes; Elza; Abigail; Ivone Simões (de óculos); José Boretti e mais um menino não identificado.
Era o tempo de outras escolas particulares, como a de dona Diva Magalhães Raymonti, de dona Luiza Vieira; dona Clarice Aguiar; de dona Bena de Souza Ferreira e de tantas outras educadoras pioneiras do ensino particular em Itapira, às quais rendemos nossas e justas homenagens.

Museu Histórico na Loteria Federal

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Plínio Magalhães da Cunha


Museu Histórico na Loteria Federal
Quando Itapira iria completar a 24 de outubro de 1976, 156 anos de existência, o então diretor do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, Plínio Magalhães da Cunha, entrou em contato com a direção da Caixa Econômica Federal, sugerindo-lhe que se fizesse uma homenagem à nossa cidade que aniversariava, através de uma extração da Loteria Federal, mostrando a todo o Brasil que Itapira sempre soube cultuar a memória de seu povo e suas tradições.
- Por que através do Museu?
- Porque esse Instituto Cultural de nossa terra, representa um instrumento insubstituível no campo histórico, tanto para o trabalho didático, educativo, a divulgação tridimensional do passado, como a preservação dos elementos – fatos, peças e documentos – que facultam àquela Casa, a sua função cívica e cultural, de aviventador da memória nacional.
É realmente o único instrumento que dispomos para a preservação desse manancial de bens culturais.
Diante do exposto, a alta direção da Caixa Econômica Federal, houve por bem acatar nossa sugestão, conforme foto e impressão da fração do bilhete em tela.
Vale ainda ressaltar que, a matriz do referido bilhete com a numeração (00000) encontra-se arquivada no Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”.

Campeonato Intercolegial – 1950

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Plínio Magalhães da Cunha

Campeonato Intercolegial – 1950
A foto em tela obtida no dia 1º de setembro de 1950 mostra os alunos do Colégio e Escola Normal “Elvira Santos de Oliveira”de Itapira, que participaram brilhantemente de uma demonstração de ginástica Coletiva, num excelente conjunto de 3.000 estudantes provindos de diversas cidades do interior paulista.
Esse importante evento esportivo, acontecido naquele ano, teve como palco o Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo. A caravana de Itapira foi chefiada pelos professores de educação física do nosso colégio, Mauro Teixeira e Maria Aparecida Pires Nogueira. Antes da partida para a capital, foram fotografados em forma de pirâmide no Cruzeiro do Parque Municipal, tendo como suporte aquele marco histórico do nosso município ali implantado em 1902, na passagem do século, representando o “símbolo da fé” do povo de nossa terra.
Eis os representantes itapirenses – de cima para baixo e da esquerda para direita: Décio Queluz, Anízio Braga, Gilberto Monezzi, Evelina Martellini Jacob, Gui Guimarães, Walter Souza, Luiz Carlos Alvarenga (Ratinho), Lia Boretti Almeida, Ilze Riboldi Guerreiro, Valeriana Leme, Escolástica Salgado Bruzasco, Walter Ricciluca, Anísio Lopes, Ronalde Monezzi, Ricardo Passarella Filho, Torrezan, Avancini, Nicolau, Claudete Avancini, Ilze Vicentini, Coradi, Paulo Guerra, Alvarino Lopes Pinheiro, Zorzetto, (?), Abel Job Filho, Rosa Torrezan, Wilma Boretti Jacomini, Loudinha Ramos de Oliveira, Aluízio Nicolau, José de Oliveira Barretto, Joarez de Moura, João Torrecillas Neto, Diógenes e Luis Francisco (Iquinho).

PS: - Esta foto pertence ao acervo do estimado amigo prof. José de Oliveira Barretto, incentivador do esporte de Itapira e região, onde desempenha um trabalho de grande alcance dentro de sua área de atuação.

Escolas Particulares

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Plínio Magalhães da Cunha

Escolas Particulares
Itapira sempre contou com enumeras escolas particulares, algumas delas, antes mesmo de nossa cidade ser dotada do centenário e querido Grupo escolar “dr. Júlio Mesquita”.
Dentre as mais antigas – as que me recordo – a do professor Miguel Cardim, da professora dona Bena de Souza Ferreira, da professora dona Maria Luiza Vieira, das professoras dona Diva Magalhães Raymonti, dona Iracema Costa Martinez (dona Zita), dona Clarice Aguiar, e tantas outras que também prestaram relevantes serviços a Itapira na importante área educacional.
A foto acima mostra uma classe mista da professora dona Clarice Aguiar, que aparece bem ao centro, contornada por uma plêiade de alunos posando para a posteridade.
Foi-me impossível identificar todos, mas para facilitar nossos leitores, irei numerar alguns que foram reconhecidos: na primeira fila (sentados no chão) 3 – Paulo Guerra; 7 – Décio Queluz. Na segunda fila: 1 – Maria Terezinha Avancini; 2 – Suzana Rodrigues da Silva; 5 – Madalena Rodrigues da Silva e a professora dona Clarice Aguiar. Na terceira fila: 4 – José Walfredo Riboldi; 6 – Benedito Passarella e 7 – Jair Amaral. Na quarta fila (em pé): 5 – Maria de Lourdes Rocha Oliveira; 6 – Maria Ondina Marella; 7 – Maria Clara Serra.

Nota: Soube que nesta foto também estão os alunos: Dolly Modonezzi; Claudete Avancini e Ayrton Rogatto – que não foram identificados. Quanto aos demais poderão ser reconhecidos pelos leitores.

A velha gare da Mogiana

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Plínio Magalhães da Cunha

A velha gare da Mogiana
Lembro-me perfeitamente da Estação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, e dos trens que por ali transitavam diariamente, provocando um alarido característico, principalmente ao cruzarem algumas ruas da cidade. Lembro-me da chegada e partida da “Maria Fumaça” puxando seus pesados vagões.
Para a garotada daquele tempo, também me incluo, era uma alegria contagiante, e, ao mesmo tempo, uma das distrações assistir à chegada dos comboios na estação da cidade.
Recordo-me ainda que, ao ouvir às 14 horas, dentro do horário, o estridente apito acionado pelo maquinista anunciando que o trem estava chegando nas adjacências do pontilhão do largo São Benedito, provindo de Mogi Mirim – com destino a Barão Ataliba Nogueira, Eleutério e Sapucaí de Minas – e a garotada apressando os passos rumo à estação a fim de assistir ao desembarque dos passageiros, dentre eles, alguns conhecidos ou parentes.
Após o desembarque, cessava o corre-corre na plataforma. Aqueles que iriam continuar a viagem permaneciam na expectativa aguardando o momento aprazado.
Após a partida do comboio, cessava completamente o borborinho na estação.
Muitas vezes eu ali permanecia observando o manuseio do telegrafo pelo exímio telegrafista Abel Barbanti, enviando através daquele aparelho de comunicação, as mensagens pelo Código Morse.
Naquele tempo os telefones de Itapira ainda eram acionados através de manivelas para chamar a telefonista, que ao atender o sinal, solicitava o número do aparelho desejado para completar a ligação. As chamadas interurbanas eram uma verdadeira odisséia para se conseguir!
Realmente tudo era difícil, mas assim mesmo relembro com emoção e saudade os dias felizes de minha infância, correndo para ver o trem passar... e hoje, continuo correndo no labirinto da vida, lembrando daqueles tempos que não voltam jamais!

A velha Estação da Mogiana com vagões defronte ao pátio. Ao fundo vê-se uma vista parcial de Itapira nos idos de 1920.

domingo, 21 de setembro de 2014

Implantação do Museu Histórico

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Plínio Magalhães da Cunha

Implantação do Museu Histórico
A 24 de outubro de 1972, quando Itapira completava 152 anos de fundação, foi inaugurado solenemente o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, integrado à rede de museus da Secretaria Estadual da Cultura. No início, funcionou provisoriamente numa casa alugada, onde atualmente está alojada a Câmara Municipal, na esquina da Rua João de Moraes com a XV de Novembro.
Nesse local, apoiado pelo saudoso prefeito Hélio Pegorari, possuidor de um grande descortino administrativo, o museu foi tomando corpo, dirigido pelo seu primeiro diretor e implantador, Plínio Magalhães da Cunha. Nessa época, Plínio era funcionário do Departamento do Arquivo Geral do Estado, quando foi convidado pelo governo de São Paulo, para implantar, organizar e dirigir aquele importante órgão cultural de nossa cidade.
Mais tarde, também na gestão do saudoso prefeito Alcides de Oliveira, que visualizou a importância daquele órgão para Itapira, transformou, através de uma reforma substancial, a vetusta casa de tratamento de água, situada no Parque Municipal – sem comprometer a estrutura histórica da construção – no prédio que aloja condignamente aquele importante Instituto Cultural de nossa terra. Esse prédio foi inaugurado a 21 de abril de 1974.
Temos ainda a ressaltar, o precioso apoio que recebeu da benemérita empresária itapirense, dona Carmen Ruete de Oliveira, que sempre se fez presente a todas reivindicações que lhe foram apresentadas por aquele órgão cultural, que tem como patrono o Comendador Virgolino de Oliveira, numa justa homenagem àquele benemérito empresário itapirense, que aqui trabalhou com dedicação, dando até sua própria vida em prol do povo e do progresso da terra em que nasceu, a sua querida Itapira.
Por decreto do governo de São Paulo, de 2001, o Museu foi desmembrado da rede estadual – a exemplo de outras cidades do interior – quando foi municipalizado. Na foto, ocasião em que o prefeito Hélio Pegorari procedia em 24 de outubro de 1972, a abertura da solenidade inaugural do Museu Histórico, vendo-se da esquerda para a direita: Almirante Pedro Ernesto Carneiro Ribeiro, chefe da marinha aeronaval brasileira; Calil Filho, chefe de gabinete do governador Laudo Natel, que também o representou naquele ato; prefeito Hélio Pegorari; o implantador do Museu e seu primeiro diretor Plínio Magalhães da Cunha; Vinícios Stein de Campos, diretor geral da rede de museus do estado, e o presidente da Câmara Municipal de Itapira, vereador Antônio Celidônio Ruete.
Em linhas gerais, foi assim que nasceu o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira de Itapira.
A guiza de informação, o prédio que aloja o Museu Histórico Comendador Virgolino de Oliveira – devido ao sério desgaste pela ação do tempo – atualmente está passando por uma imprescindível reforma geral, iniciada em março deste ano, motivo pelo qual permanecerá fechado à visitação pública até o termino das obras em andamento.
Segundo informações obtidas na Secretaria da Cultura, ainda não se tem uma previsão para o funcionamento normal daquele órgão.

Inauguração da Biblioteca Municipal

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Plínio Magalhães da Cunha

Inauguração da Biblioteca Municipal
Solenidade inaugural da Biblioteca Municipal “Mário da Fonseca Filho”, realizada a 24 de outubro da 1956, justamente quando Itapira completava 136 anos de existência. Esse importante evento aconteceu no prédio hoje ocupado pela Câmara Municipal, à Rua João de Moraes.
Na oportunidade se faziam presentes, além do prefeito Caetano Munhoz, um grande número de convidados, dentre eles identificamos na foto acima, da esquerda para a direita: Neiva Boretti Fuirini; René Boretti; Jupira Fonseca de  Souza (irmã do homenageado); Romeu Fiordomo; vereador Atílio Stefenon; Ítala Boretti Fonseca (esposa do homenageado); Wilma de Toledo Barros Munhoz; Mário Norberto da Fonseca (Marito, filho do homenageado); Pedro Ferreira Cintra; Maria Angélica Xavier Ferreira Cintra e o jornalista Luiz Ziliotto, de terno escuro, fundador do jornal Folha de Itapira em 1952.
A guisa de curiosidade, o garoto logo à frente da foto, é o itapirense Paulo Andrade, atual empresário bem sucedido, diretor-presidente da Lowell.

O Museu e a Semana da Pátria

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


O Museu e a Semana da Pátria
O Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” – em 1984 comemorou festivamente a Semana da Pátria e a magna data nacional, o 7 de setembro.
Na oportunidade, como acontecia todos os anos, era montada no salão nobre daquele órgão – quando ainda estadual – uma exposição temporária alusiva ao evento, ocasião em que era visitada por estudantes e pelo público em geral.
Essas exposições eram também apresentadas nas principais datas históricas, quando os alunos dos estabelecimentos de ensino compareciam acompanhados de seus professores, em visitas programadas entre o museu e a escola.
O motivo primordial dessas exposições era a de permitir a visualização do fato histórico em três dimensões, encerrando, assim, um poder didático sem rival. Isso acontece porque os museus são instrumentos insubstituíveis no campo histórico, tanto para o trabalho didático e educativo, como também à divulgação do passado, preservando os elementos – fatos, peças e documentos – que irão facultar ao instituto a sua função cívica e cultural, de aviventador da memória nacional.
Nas fotos acima, dois aspectos do Museu Histórico e Pedagógico, que tem como patrono o benemérito itapirense Comendador Virgolino de Oliveira.
Na primeira, vê-se uma exposição temporária de peças, documentos e uma panóplia com as treze bandeiras históricas que tremularam em solo de nossa pátria. A outra foto – em continuação do salão nobre – a sala em homenagem aos prefeitos que administraram Itapira desde 1892 até o último, além de documentos importantes sobre nossa terra.
De certa feita, conversando com um velho amigo e colega da Secretaria de Estado da Cultura, nos anos 70, o poeta e escritor Paulo Bomfin, membro da Academia Paulista e Brasileira de Letras, perguntei-lhe: como você definiria de uma forma bem sucinta um museu?
Ele então, sem pestanejar disse-me: “MUSEU É A MEMÓRIA DE UM POVO... NELE O PASSADO É ETERNO”.
Em poucas palavras disse tudo, porque realmente um povo sem memória não existe.
É importante preservar o que nos foi legado pelos nossos maiores, como uma lição que temos de transmitir aos nossos filhos, ensinando-os a cultuar a História como um valor que pode, deve e merece ser preservado através das sucessivas gerações.

Avenida dos Biris (1920)

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Plínio Magalhães da Cunha

Avenida dos Biris (1920)
Pode-se afirmar que, em épocas passadas, a preocupação maior dos visitantes que freqüentavam Itapira, era ver o Parque Municipal – o mais belo ponto turístico de nossa cidade.
Era um passeio agradável caminhar pela Avenida dos Biris e subir até o Cruzeiro, a fim de apreciar a beleza do panorama, como também apreciar as formas artísticas dos canteiros bem gramados e floridos, que realmente excediam a expectativa dos visitantes.
Por força da natureza, aquele logradouro público está assentado no ponto mais elevado da cidade, a mais de 120 metros acima do vale, numa enorme depressão que fica a seus pés, tornando-se deslumbrante a visão que descortina daquele local.
A Avenida dos Biris acompanha o topo do vale em forma de semicírculo, onde se observa um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, na hora do pôr-do-sol.
A natureza quis deixar no parque uma prova das revoluções acontecidas em eras remotas, que alteraram profundamente a face geológica do planeta. Que revoluções terríveis foram necessárias para cavar o profundo vale, desbastando a larga chanfradura ali existente.
Observa-se também no horizonte os mais pitorescos aspectos: ao longe, as montanhas azuis da serraria mineira, o Morro da Forquilha, o Pelado e outros menos conhecidos. Para poetizar tudo isso, o observador também se encanta com o Ribeirão da Penha, que corre no fundo do vale formando meandros numa sinuosidade geométrica.
Foi desse ponto, encantado com a beleza do espetáculo ali reinante, que levou o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza – quando visitou Itapira em 1921 – a proferir a célebre frase: “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que até hoje ecoam no horizonte e nos corações dos itapirenses.
O Parque Municipal “Juca Mulato” é considerado o ponto turístico e histórico mais importante de Itapira, funcionando como um agente de ligação entre o passado, o presente e o futuro.

Antiga Sapataria de Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Antiga Sapataria de Itapira
Casa de calçados do Sr. Agnello Della Mura, situada à Rua José Bonifácio por volta de 1920.
Na foto, o proprietário daquele estabelecimento comercial e sua esposa, dona Angela  Anastácio Della Mura. Nota-se ainda os armários bem cuidados, contendo os mostruários dos calçados.
Na parede, vê-se um relógio cujo mostrador apresenta os números das horas em algarismo romano. Para iluminar o ambiente, presa ao teto por um fio pendente, nota-se uma lâmpada incandescente, que naquela época era de um tamanho avantajado.
À esquerda, uma entrada para a oficina de consertos e confecções de calçados.
O casal Agnello Della Mura era avós do nosso amigo e conceituado advogado Nelson de Queluz, filho dos saudosos itapirenses Francisco Octaviano de Queluz e de dona Argentina Della Mura Queluz. 

Luxuoso Salão de Barbeiro

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Plínio Magalhães da Cunha

Luxuoso Salão de Barbeiro
Salão de barbeiro pertencente ao sr. Almintare Gilberti, instalado na antiga rua da Estação, hoje José Bonifácio. Esse salão era um dos melhores e mais bem montados da cidade.
As duas cadeiras eram estofadas em couro, a fim de oferecerem um melhor visual e conforto à sua exigente clientela.
Nessa época existiam apenas dois salões no centro da cidade: o da foto em tela e outro do sr. Amadeu Bucci.
O leitor poderá notar à frente, ao lado de uma das cadeiras, o proprietário do salão Almintare Gilberti e, mais atrás o seu auxiliar.
Os armários que guarneciam o ambiente eram impecáveis e luxuosos, adornados de espelhos de cristal com acabamentos em mármore, inclusive o da pia, cuja torneira era niquelada.
Nas prateleiras dos armários estavam bem visíveis aos clientes, vidros de loções, sabonetes, perfumes e outros artigos inerentes ao ramo de barbearia.
Nota-se ainda chamando a atenção por causa do seu tamanho, uma lâmpada incandescente, e ao seu lado um lampião a querosene preso ao teto por correntes, pronto para ser usado na falta de energia elétrica.

Nota: à guisa de curiosidade, informamos que, a luz elétrica pública em Itapira foi inaugurada em 14 de maio de 1905, com muita festa, precisamente às 18:30 horas, contando com a presença das autoridades locais, de convidados especiais e do público que também prestigiou o evento. 

Itapira nos idos de 1920

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Itapira nos idos de 1920
Essa belíssima foto parcial de Itapira antiga traz recordações a muitos itapirenses que conheceram nossa cidade naquela época, ou então mostrando aos mais jovens como ela cresceu e modificou-se até chegar aos dias atuais.
Esse “flash” foi obtido da velha torre da igreja matriz de N. S. da Penha, abrangendo apenas a parte oeste da cidade.
Logo no primeiro plano reconhecemos as obras para a construção da casa de propriedade do sr. João Batista Pereira (Joãozinho Bento), na confluência das ruas Comendador João Cintra com a Regente Feijó. Hoje essa residência pertence à família do saudoso médico dr. José A. de Mello Sartori. Mais adiante, vê-se outra construção na esquina das ruas Regente Feijó com a Campos Salles, que seria a residência do cidadão Américo Augusto Pereira. Ainda na esquina do lado oposto está o velho casarão que foi de propriedade do primeiro prefeito de Itapira (1892), sr. Bento Ignácio de Alvarenga Cunha, onde hoje está a loja Agrocentro. Naquele imóvel, num passado remoto, também funcionou por muitos anos o Centro Telefônico de Itapira.
Prosseguindo, mais abaixo, na esquina da Regente Feijó com a João de Moraes, vê-se a casa 331 que pertenceu ao casal dr. João Pereira da Cunha e profª Celita Vieira Magalhães da Cunha, onde meu pai, o dr. Cunha, como era conhecido, mantinha o seu consultório médico.
Nessa casa eu e meus irmãos nascemos e moramos por muitos anos.
Ainda nessa foto também estão delineadas as ruas Quinze de Novembro e Francisco de Paula Moreira Barbosa, até alcançarem o topo da colina com apenas algumas construções.
Reconheço outros locais que estão nítidos, mas deixo para serem identificados pelo leitor.
Se essa foto fosse trocada por uma atual, ela apresentaria um surpreendente contraste: a velha Itapira ficaria mais nova, enquanto que os velhos amigos estariam mais velhos.

O sofrido Ribeirão da Penha

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

O sofrido Ribeirão da Penha
Na foto acima, uma vista parcial desse verdadeiro herói de nossa terra nos idos de 1920, vendo-se a antiga represa que conseguia a duras penas segurar a fúria da correnteza – principalmente na época das chuvas.
- O que seria do nosso município, desde os tempos mais remotos, se esse ribeirão não existisse?
Mas ele continua firme embora ostentando seus meandros cansados e ainda judiados por aqueles que arremessam costumeiramente em suas águas, toda espécie de detritos, fazendo de seu leito uma imensa lata de lixo!
Agora pergunto:
- E os responsáveis por esse crime ecológico, por essa barbárie, onde estão? Será que não há nada a fazer para coibir tais desmandos?
Uma sugestão: que a autoridade competente determine uma fiscalização mais rígida – multando os infratores, inclusive determinando a lavratura de boletim de ocorrência e também divulgando os nomes dos irresponsáveis ou dos mandantes através da imprensa.
Agora outra pergunta oportuna: se hoje o nosso país enfrenta um seríssimo  problema de estiagem que está afetando e assustando a população brasileira, não está na hora dos estudos saírem do papel e passarem imediatamente para a construção da nova barragem em nosso município?

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Uma eleição histórica

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Uma eleição histórica
Aqueles que não conheceram ou não se lembram dos velhos tempos da política brasileira e de algumas personagens que fizeram história, eis aqui uma foto bastante sugestiva, quando Lucas Nogueira Garcez e Erlindo Salzano foram ao Rio Grande do Sul, mais precisamente a São Borjas, onde Getúlio Dornelles Vargas residia numa fazenda.
A razão precípua dessa visita da “dobradinha” paulista foi para buscar apoio político do ex-presidente Vargas, que apesar dos pesares, ainda era um grande líder nacional, e que iria disputar a Presidência da República pelo PTB, enquanto que, em São Paulo, Garcez e Salzano disputariam o Governo do Estado pelo P.S.P. (Partido Social Progressista).
O acordo vingou, tanto foi verdade que, logo surgiu o famoso “jingle” cantado em São Paulo: presidente Getúlio / Adhemar Senador / e Lucas Garcez / para Governador / é PTB é PSP / a três de outubro / nós vamos vencer.
E venceram mesmo! menos Adhemar que retirou sua candidatura para senador.
Na foto acima, da esquerda para direita: de óculos e terno claro, o meu amigo e colega de serviço na Secretaria do Governo – Benedito Sartini, que na ocasião ocupava a função de redator. Sartini era parente de Adagamus Sartini, ex-proprietário de um hotel aqui em Itapira, que levava o seu nome (Hotel Sartini). De braços cruzados – o médico Erlindo Salzano (candidato a vice de Garcez). De perfil, atrás de Salzano, outro colega da Secretaria do Governo, Edmundo Soares de Souza, irmão do ex-secretário da Fazenda do Estado – José Soares de Souza (com quem trabalhei mais de 20 anos), que, por sinal, esteve presente em Itapira na inauguração do Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira”, a 21 de abril de 1974. Outras três pessoas, não consegui identificar. A seguir, o anfitrião – Getúlio Vargas, e logo após. o conhecido repórter Tico-Tico. Por último, o candidato ao governo do estado, o engenheiro hidráulico Lucas Nogueira Garcez, professor da escola politécnica de São Paulo – eleito governador.
A guisa de curiosidade estava tudo certo de que o candidato do PSP a governador seria Miguel Reale (professor da cadeira de filosofia do direito do Largo São Francisco). Mas isso não aconteceu, ficando Garcez como candidato vencedor na convenção partidária.
Acompanhei de perto essas marchas e contra-marchas que causaram muitas celeumas políticas naquela ocasião.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Preço do Progresso

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

O Preço do Progresso
Hoje estamos publicando mais um setor das Indústrias Reunidas Cel. Francisco Vieira. Na foto acima eis a oficina mecânica, ocasião em que os seus técnicos davam assistência ao Ford “bigode” de propriedade de Chico Vieira, que está ao lado do seu “possante”.
Naquela época não existia elevador para erguer os carros dos clientes, o que era feito no “muque” para assentá-los aos cavaletes, onde os mecânicos verificavam os defeitos apresentados.
Em 1920, de acordo com a estatística, existiam em Itapira apenas 7 automóveis, cujos proprietários eram: Cel. Francisco Vieira – Ford; João Baptista Pereira da Silva (Joãozinho Bento) – Ford; Joaquim de Assis Vieira – Buick; Américo Augusto Pereira da Silva – Buick; o médico Norberto da Fonseca – Ford; a senhorita Celita Vieira Magalhães da Cunha – Aucland e a senhora Malvina Rocha – Ford.
Naquele tempo não existia semáforo e nem mão-de-direção, mas uma coisa havia de sobra: a poeira vermelha levantada do leito carroçável das ruas de terra “batida”. Ah! também as roucas buzinas que anunciavam a novidade, quando a dona de casa saia à janela, deixando até queimar o feijão no fogo, a fim de ver admirada, não a banda... mas o automóvel passar!
Era o progresso chegando... era o automóvel que iria transformar aos poucos a vida do homem do futuro, do homem moderno. Hoje é considerado um dos meios de transporte mais atuante. Com ele vieram os escapamentos poluidores do ar que respiramos, juntamente com o som dos motores “envenenados” que fazem trepidar não só as ruas, mas também nossas moradias.
Enfim, o que seria do homem sem o automóvel, pois, os trens foram sumindo dos trilhos e o transporte – de passageiros e cargas – é feito em maior número através das estradas de rodagem, por sinal, muito mais caro. A poluição continua aumentando cada vez mais. A camada de ozônio assusta a humanidade, tendo em vista as constantes intempéries que afetam sensivelmente todo o nosso planeta, causando efeitos catastróficos e danos incalculáveis aos locais onde atingem, conforme noticiários divulgados pelos meios de comunicação. 
É o preço do progresso desenfreado.

Ecos de 1932

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
Ecos de 1932
Festividade defronte ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, em coordenação com o Grupo Escolar “Dr. Júlio Mesquita”, em 23 de maio de 1975, dia do Soldado Constitucionalista de 1932.
Naquele evento, ali compareceram autoridades, professores e alunos, relembrando o 23 de maio e a epopéia de 1932, acontecimentos históricos e importantes para o povo paulista.
Na foto, notamos as presenças – da esquerda para a direita (em semicírculo): professora Lia Boretti de Almeida – diretora do Grupo Escolar; prefeito Alcides de Oliveira; vereador João Moisés Andare – representando a Câmara Municipal; Plínio Magalhães da Cunha – diretor do Museu Histórico; Maria Carmelita La Farina da Cunha – museóloga e coordenadora do evento; professoras – Clara Martins Santiago Moraes; Geni Piva Zázera; Aparecida Galli; Helena ... e Ruth Carpi Rezende. 
Em relação às alunas do Júlio Mesquita de 39 anos passados não me foi possível identificá-las. Deixamos essa incumbência às professoras, familiares ou então para as próprias alunas.

Homenagens aos ex-combatentes de 1932

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Homenagens aos ex-combatentes de 1932
Quando da inauguração da Avenida Jacareí no dia 9 de julho de 1974, na gestão do prefeito Alcides de Oliveira, o popular Alemão, esteve presente como convidado especial, o seu colega – Prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior – da cidade de Jacareí, que se fazia acompanhar de uma comitiva composta de ex-combatentes da Revolução Constitucionalista daquele município.
Após a inauguração da via pública, os visitantes compareceram às solenidades programadas no Morro do Graví – palco de uma das batalhas mais acirradas dos soldados paulistas contra o exército ditatorial de Vargas – precisamente no local onde está erigido o monumento em homenagem àqueles que derramaram o seu sangue para que o Brasil voltasse a ter a sua Constituição.
Terminada a visita ao Graví, todos os presentes se dirigiram ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista no cemitério da Saudade, onde foi depositada uma coroa de flores sob o toque de silêncio.
Após cumprirem as solenidades cívicas, as autoridades e visitantes compareceram ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” ocasião em que foram recepcionados pelo diretor e implantador daquele órgão, Plínio Magalhães da Cunha e funcionários, que os acompanharam pelos salões de exposição, fazendo uma pausa demorada defronte ao copioso acervo de uma das exposições que fazia alusão a efemérides da Revolução Paulista de 1932.
Antes de deixar o Museu, o prefeito Antonio Nunes após assinar o livro de “visitantes ilustres”, usou a palavra no Salão Nobre, defronte ao retrato do patrono do Museu, “Comendador Virgolino de Oliveira”, para agradecer as homenagens prestadas ao povo de Jacareí, e, a seguir, teceu elogios à organização do acervo museológico exposto ao público visitante naquele importante Instituto Cultural – “que guarda, preserva e difunde a história de Itapira e de sua gente laboriosa”, finalizou.

- RUA ITAPIRA -
A guisa de informação, Itapira também foi homenageada em Sessão Solene na Câmara Municipal de Jacareí, que aprovou por unanimidade a denominação de RUA ITAPIRA a uma das vias públicas daquele município.
Na ocasião, em nome do prefeito Alcides de Oliveira, que descerrou a placa denominativa, discursou o advogado Ariovaldo Risolla, que agradeceu as homenagens prestadas a nossa querida Itapira.

Combatentes Constitucionalistas no museu, ladeando uma das funcionárias, a museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha.

            No Salão Nobre do Museu, ocasião em que o prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior deixava as impressões de sua visita a Itapira, gravada pelos funcionários Maria Carmelita Cunha e Plínio Cunha.


O Trabalho Constrói

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
O Trabalho Constrói
Momento histórico em que o padre George Pedro Gepsen, concedia bênçãos à moderna maquinaria adquirida em 1974 – diretamente do Japão – pela Modelar Indústria Itapirense, a Fábrica de Papel e Papelão Nossa Senhora da Penha S/A. Esse importante conjunto, de grande capacidade de produção, foi instalado no local em 1976, o que veio proporcionar um grande impulso àquela empresa, passando também a produzir o papelão ondulado, destinado à confecção de caixas e outros artigos.
Na foto, da direita para a esquerda vê-se: Prefeito Alcides de Oliveira; Padre Pedro Gepsen; o Presidente da Câmara, Antônio Carlos Martins; o dinâmico empresário, diretor Presidente da Penha, Funabashi Yoshio; Presidente do Conselho, Kiichi Funabashi; diretor Comercial, Seiji Shiquematsu e os acionistas, Harutaka Shiquematsu e Kiyoshi Funabashi.
Após a cerimônia inaugural, foi oferecido às autoridades e convidados especiais, um almoço no Restaurante Itapira Bar.

Esta publicação que ora faço na minha coluna semanal do Tribuna de Itapira, é uma justa homenagem que presto ao saudoso amigo e ex-companheiro do Rotary Club de Itapira – Funabashi Yoshio, recentemente falecido, um dos poucos homens possuidores de luz própria, que refletia no espelho da vida o seu trabalho edificante e digno de ser imitado em prol do bem comum.

Antiga Praça de Esportes

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Antiga Praça de Esportes
Campo de futebol do Sport Club Itapirense, por volta de 1915, situado ao lado do Parque Municipal “João Pessoa”, posteriormente, “Juca Mulato”. Essa praça de esportes lotava em dias de jogos, não só as arquibancadas cobertas, como também ao redor do gradil do campo. O gramado era bem cuidado, conservado pelo zelador da época, o Sr. Osório. Do lado direito das arquibancadas – como se fosse um quiosque – nota-se o coreto, onde a nossa querida e centenária Banda Lira Itapirense executava seus dobrados em dias festivos. Esse coreto também serviu por muito tempo à Rádio Clube, de onde os nossos locutores esportivos – Gilberto Vasconcellos Pereira, o Herval Peres e outros – irradiavam os acontecimentos ali realizados.

Essa praça esportiva também serviu a partir de 1940, ano em que começou a funcionar o Ginásio do Estado de Itapira, como local adequado para as aulas de educação física aos alunos daquele primeiro estabelecimento de ensino secundário oficial de nossa terra.

O Futebol de Itapira em 1908

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Plínio Magalhães da Cunha

O Futebol de Itapira em 1908
Esta foto centenária de meu acervo é uma verdadeira relíquia, pois retrata o esquadrão do Sport Club Itapirense como era em 1908, isto é, há 106 anos.
Interessante notar que, todos os craques daquela época trajavam uniformes impecáveis, inclusive usando camisa de gola fechada (tipo colarinho) e gravata. As chuteiras eram as chamadas botinas, parecidas com os sapatões de hoje.
O Sport Club Itapirense tinha até o luxo de possuir dois uniformes, sendo o primeiro, camisa preta e gravata, com o calção branco e meias pretas.
O segundo uniforme era camisa branca, gravata, calção branco e meias pretas.
Conseguimos identificar apenas alguns jogadores do clube: sentados, o segundo da primeira fila, da esquerda para a direita, é João Batista Cintra, o conhecido Joanico Cintra – um verdadeiro craque do passado – pai da professora Terezinha Pupo Cintra. O quarto, na mesma ordem, de uniforme branco com um pé sobre a bola, é meu tio Aristides Vieira de Magalhães. Logo atrás de Aristides, outro tio, Mário Vieira de Magalhães, e atrás do Mário, está outro parente, Francisco Vieira (cel. Chico Vieira) grande esportista da época e um dos fundadores do Sport Club Itapirense, que empresta o seu nome ao Estádio Municipal de nossa terra, tendo ao seu lado esquerdo, de bigode (mas sem o seu famoso cavanhaque), o advogado Mário da Fonseca, fundador do jornal “Cidade de Itapira” em 1907 – tio-avô do Toy e do Betuska Fonseca.
NOTA: Infelizmente não conseguimos identificar outros jogadores, inclusive o cidadão de chapéu-côco, terno escuro e colete, apoiado elegantemente em sua bengala.





Interior da Velha Matriz

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Interior da Velha Matriz
Vista parcial do interior da Matriz Nossa Senhora da Penha, vendo-se o altar mor encimado pelo emblema do Divino Espírito Santo e, logo abaixo, a imagem verdadeira e histórica de Nossa Senhora da Penha, padroeira de Itapira. Essa imagem trazida de Portugal por um dos fundadores de nossa terra – João Gonçalves de Moraes – foi furtada por algum herege ou comerciante de antigüidades, o que foi muito triste para a população católica. Ela media dois palmos e cinco dedos de altura, ostentando em sua cabeça uma coroa trabalhada em prata. Mais abaixo, aparece a imagem de Cristo Crucificado. Esse altar mor era realmente uma relíquia, uma obra de arte. À esquerda do templo aparece o púlpito onde o celebrante da missa pregava o Evangelho de Cristo. Nota-se a riqueza artística dessa peça histórica, encimada por figuras de anjos, esculpidas em mármore de Carrara. Sua cúpula era trabalhada com franjas douradas.
Do lado direito, vê-se o portal de entrada para a Capela do Santíssimo. O piso desse templo era todo de mosaicos decorados, e os lustres de cristal da Bohemia.
Na parede, nota-se apenas duas peças reportando a Via Sacra.
Tudo isso foi demolido em 1955, para dar lugar a uma igreja mais ampla.
Tive a oportunidade de constatar pessoalmente em Campinas, no Museu de Arte Sacra da Cúria, algumas dessas peças históricas doadas pela Paróquia de Itapira, peças essas que marcaram profundamente a vida católica do nosso povo, tais como: o Púlpito, a Pia Batismal onde milhares de itapirenses receberam o sacramento do batismo, além da belíssima imagem de Nossa Senhora das Dores, com seu manto azul, e a da Ressurreição de Cristo.
Toda essa beleza só nos deixa saudade, uma profunda recordação da nossa querida Itapira, de um passado distante, dos tempos de nossos pais, dos nossos avós.
Diante dessa triste realidade, caminho tentando me adaptar ao mundo atual e ao ser humano, falando uma linguagem que não é a minha, esboçando um sorriso emprestado.