domingo, 21 de setembro de 2014

Implantação do Museu Histórico

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Implantação do Museu Histórico
A 24 de outubro de 1972, quando Itapira completava 152 anos de fundação, foi inaugurado solenemente o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, integrado à rede de museus da Secretaria Estadual da Cultura. No início, funcionou provisoriamente numa casa alugada, onde atualmente está alojada a Câmara Municipal, na esquina da Rua João de Moraes com a XV de Novembro.
Nesse local, apoiado pelo saudoso prefeito Hélio Pegorari, possuidor de um grande descortino administrativo, o museu foi tomando corpo, dirigido pelo seu primeiro diretor e implantador, Plínio Magalhães da Cunha. Nessa época, Plínio era funcionário do Departamento do Arquivo Geral do Estado, quando foi convidado pelo governo de São Paulo, para implantar, organizar e dirigir aquele importante órgão cultural de nossa cidade.
Mais tarde, também na gestão do saudoso prefeito Alcides de Oliveira, que visualizou a importância daquele órgão para Itapira, transformou, através de uma reforma substancial, a vetusta casa de tratamento de água, situada no Parque Municipal – sem comprometer a estrutura histórica da construção – no prédio que aloja condignamente aquele importante Instituto Cultural de nossa terra. Esse prédio foi inaugurado a 21 de abril de 1974.
Temos ainda a ressaltar, o precioso apoio que recebeu da benemérita empresária itapirense, dona Carmen Ruete de Oliveira, que sempre se fez presente a todas reivindicações que lhe foram apresentadas por aquele órgão cultural, que tem como patrono o Comendador Virgolino de Oliveira, numa justa homenagem àquele benemérito empresário itapirense, que aqui trabalhou com dedicação, dando até sua própria vida em prol do povo e do progresso da terra em que nasceu, a sua querida Itapira.
Por decreto do governo de São Paulo, de 2001, o Museu foi desmembrado da rede estadual – a exemplo de outras cidades do interior – quando foi municipalizado. Na foto, ocasião em que o prefeito Hélio Pegorari procedia em 24 de outubro de 1972, a abertura da solenidade inaugural do Museu Histórico, vendo-se da esquerda para a direita: Almirante Pedro Ernesto Carneiro Ribeiro, chefe da marinha aeronaval brasileira; Calil Filho, chefe de gabinete do governador Laudo Natel, que também o representou naquele ato; prefeito Hélio Pegorari; o implantador do Museu e seu primeiro diretor Plínio Magalhães da Cunha; Vinícios Stein de Campos, diretor geral da rede de museus do estado, e o presidente da Câmara Municipal de Itapira, vereador Antônio Celidônio Ruete.
Em linhas gerais, foi assim que nasceu o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira de Itapira.
A guiza de informação, o prédio que aloja o Museu Histórico Comendador Virgolino de Oliveira – devido ao sério desgaste pela ação do tempo – atualmente está passando por uma imprescindível reforma geral, iniciada em março deste ano, motivo pelo qual permanecerá fechado à visitação pública até o termino das obras em andamento.
Segundo informações obtidas na Secretaria da Cultura, ainda não se tem uma previsão para o funcionamento normal daquele órgão.

Inauguração da Biblioteca Municipal

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Plínio Magalhães da Cunha

Inauguração da Biblioteca Municipal
Solenidade inaugural da Biblioteca Municipal “Mário da Fonseca Filho”, realizada a 24 de outubro da 1956, justamente quando Itapira completava 136 anos de existência. Esse importante evento aconteceu no prédio hoje ocupado pela Câmara Municipal, à Rua João de Moraes.
Na oportunidade se faziam presentes, além do prefeito Caetano Munhoz, um grande número de convidados, dentre eles identificamos na foto acima, da esquerda para a direita: Neiva Boretti Fuirini; René Boretti; Jupira Fonseca de  Souza (irmã do homenageado); Romeu Fiordomo; vereador Atílio Stefenon; Ítala Boretti Fonseca (esposa do homenageado); Wilma de Toledo Barros Munhoz; Mário Norberto da Fonseca (Marito, filho do homenageado); Pedro Ferreira Cintra; Maria Angélica Xavier Ferreira Cintra e o jornalista Luiz Ziliotto, de terno escuro, fundador do jornal Folha de Itapira em 1952.
A guisa de curiosidade, o garoto logo à frente da foto, é o itapirense Paulo Andrade, atual empresário bem sucedido, diretor-presidente da Lowell.

O Museu e a Semana da Pátria

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


O Museu e a Semana da Pátria
O Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” – em 1984 comemorou festivamente a Semana da Pátria e a magna data nacional, o 7 de setembro.
Na oportunidade, como acontecia todos os anos, era montada no salão nobre daquele órgão – quando ainda estadual – uma exposição temporária alusiva ao evento, ocasião em que era visitada por estudantes e pelo público em geral.
Essas exposições eram também apresentadas nas principais datas históricas, quando os alunos dos estabelecimentos de ensino compareciam acompanhados de seus professores, em visitas programadas entre o museu e a escola.
O motivo primordial dessas exposições era a de permitir a visualização do fato histórico em três dimensões, encerrando, assim, um poder didático sem rival. Isso acontece porque os museus são instrumentos insubstituíveis no campo histórico, tanto para o trabalho didático e educativo, como também à divulgação do passado, preservando os elementos – fatos, peças e documentos – que irão facultar ao instituto a sua função cívica e cultural, de aviventador da memória nacional.
Nas fotos acima, dois aspectos do Museu Histórico e Pedagógico, que tem como patrono o benemérito itapirense Comendador Virgolino de Oliveira.
Na primeira, vê-se uma exposição temporária de peças, documentos e uma panóplia com as treze bandeiras históricas que tremularam em solo de nossa pátria. A outra foto – em continuação do salão nobre – a sala em homenagem aos prefeitos que administraram Itapira desde 1892 até o último, além de documentos importantes sobre nossa terra.
De certa feita, conversando com um velho amigo e colega da Secretaria de Estado da Cultura, nos anos 70, o poeta e escritor Paulo Bomfin, membro da Academia Paulista e Brasileira de Letras, perguntei-lhe: como você definiria de uma forma bem sucinta um museu?
Ele então, sem pestanejar disse-me: “MUSEU É A MEMÓRIA DE UM POVO... NELE O PASSADO É ETERNO”.
Em poucas palavras disse tudo, porque realmente um povo sem memória não existe.
É importante preservar o que nos foi legado pelos nossos maiores, como uma lição que temos de transmitir aos nossos filhos, ensinando-os a cultuar a História como um valor que pode, deve e merece ser preservado através das sucessivas gerações.

Avenida dos Biris (1920)

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Plínio Magalhães da Cunha

Avenida dos Biris (1920)
Pode-se afirmar que, em épocas passadas, a preocupação maior dos visitantes que freqüentavam Itapira, era ver o Parque Municipal – o mais belo ponto turístico de nossa cidade.
Era um passeio agradável caminhar pela Avenida dos Biris e subir até o Cruzeiro, a fim de apreciar a beleza do panorama, como também apreciar as formas artísticas dos canteiros bem gramados e floridos, que realmente excediam a expectativa dos visitantes.
Por força da natureza, aquele logradouro público está assentado no ponto mais elevado da cidade, a mais de 120 metros acima do vale, numa enorme depressão que fica a seus pés, tornando-se deslumbrante a visão que descortina daquele local.
A Avenida dos Biris acompanha o topo do vale em forma de semicírculo, onde se observa um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, na hora do pôr-do-sol.
A natureza quis deixar no parque uma prova das revoluções acontecidas em eras remotas, que alteraram profundamente a face geológica do planeta. Que revoluções terríveis foram necessárias para cavar o profundo vale, desbastando a larga chanfradura ali existente.
Observa-se também no horizonte os mais pitorescos aspectos: ao longe, as montanhas azuis da serraria mineira, o Morro da Forquilha, o Pelado e outros menos conhecidos. Para poetizar tudo isso, o observador também se encanta com o Ribeirão da Penha, que corre no fundo do vale formando meandros numa sinuosidade geométrica.
Foi desse ponto, encantado com a beleza do espetáculo ali reinante, que levou o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza – quando visitou Itapira em 1921 – a proferir a célebre frase: “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que até hoje ecoam no horizonte e nos corações dos itapirenses.
O Parque Municipal “Juca Mulato” é considerado o ponto turístico e histórico mais importante de Itapira, funcionando como um agente de ligação entre o passado, o presente e o futuro.

Antiga Sapataria de Itapira

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Plínio Magalhães da Cunha

Antiga Sapataria de Itapira
Casa de calçados do Sr. Agnello Della Mura, situada à Rua José Bonifácio por volta de 1920.
Na foto, o proprietário daquele estabelecimento comercial e sua esposa, dona Angela  Anastácio Della Mura. Nota-se ainda os armários bem cuidados, contendo os mostruários dos calçados.
Na parede, vê-se um relógio cujo mostrador apresenta os números das horas em algarismo romano. Para iluminar o ambiente, presa ao teto por um fio pendente, nota-se uma lâmpada incandescente, que naquela época era de um tamanho avantajado.
À esquerda, uma entrada para a oficina de consertos e confecções de calçados.
O casal Agnello Della Mura era avós do nosso amigo e conceituado advogado Nelson de Queluz, filho dos saudosos itapirenses Francisco Octaviano de Queluz e de dona Argentina Della Mura Queluz. 

Luxuoso Salão de Barbeiro

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Plínio Magalhães da Cunha

Luxuoso Salão de Barbeiro
Salão de barbeiro pertencente ao sr. Almintare Gilberti, instalado na antiga rua da Estação, hoje José Bonifácio. Esse salão era um dos melhores e mais bem montados da cidade.
As duas cadeiras eram estofadas em couro, a fim de oferecerem um melhor visual e conforto à sua exigente clientela.
Nessa época existiam apenas dois salões no centro da cidade: o da foto em tela e outro do sr. Amadeu Bucci.
O leitor poderá notar à frente, ao lado de uma das cadeiras, o proprietário do salão Almintare Gilberti e, mais atrás o seu auxiliar.
Os armários que guarneciam o ambiente eram impecáveis e luxuosos, adornados de espelhos de cristal com acabamentos em mármore, inclusive o da pia, cuja torneira era niquelada.
Nas prateleiras dos armários estavam bem visíveis aos clientes, vidros de loções, sabonetes, perfumes e outros artigos inerentes ao ramo de barbearia.
Nota-se ainda chamando a atenção por causa do seu tamanho, uma lâmpada incandescente, e ao seu lado um lampião a querosene preso ao teto por correntes, pronto para ser usado na falta de energia elétrica.

Nota: à guisa de curiosidade, informamos que, a luz elétrica pública em Itapira foi inaugurada em 14 de maio de 1905, com muita festa, precisamente às 18:30 horas, contando com a presença das autoridades locais, de convidados especiais e do público que também prestigiou o evento. 

Itapira nos idos de 1920

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Plínio Magalhães da Cunha

Itapira nos idos de 1920
Essa belíssima foto parcial de Itapira antiga traz recordações a muitos itapirenses que conheceram nossa cidade naquela época, ou então mostrando aos mais jovens como ela cresceu e modificou-se até chegar aos dias atuais.
Esse “flash” foi obtido da velha torre da igreja matriz de N. S. da Penha, abrangendo apenas a parte oeste da cidade.
Logo no primeiro plano reconhecemos as obras para a construção da casa de propriedade do sr. João Batista Pereira (Joãozinho Bento), na confluência das ruas Comendador João Cintra com a Regente Feijó. Hoje essa residência pertence à família do saudoso médico dr. José A. de Mello Sartori. Mais adiante, vê-se outra construção na esquina das ruas Regente Feijó com a Campos Salles, que seria a residência do cidadão Américo Augusto Pereira. Ainda na esquina do lado oposto está o velho casarão que foi de propriedade do primeiro prefeito de Itapira (1892), sr. Bento Ignácio de Alvarenga Cunha, onde hoje está a loja Agrocentro. Naquele imóvel, num passado remoto, também funcionou por muitos anos o Centro Telefônico de Itapira.
Prosseguindo, mais abaixo, na esquina da Regente Feijó com a João de Moraes, vê-se a casa 331 que pertenceu ao casal dr. João Pereira da Cunha e profª Celita Vieira Magalhães da Cunha, onde meu pai, o dr. Cunha, como era conhecido, mantinha o seu consultório médico.
Nessa casa eu e meus irmãos nascemos e moramos por muitos anos.
Ainda nessa foto também estão delineadas as ruas Quinze de Novembro e Francisco de Paula Moreira Barbosa, até alcançarem o topo da colina com apenas algumas construções.
Reconheço outros locais que estão nítidos, mas deixo para serem identificados pelo leitor.
Se essa foto fosse trocada por uma atual, ela apresentaria um surpreendente contraste: a velha Itapira ficaria mais nova, enquanto que os velhos amigos estariam mais velhos.

O sofrido Ribeirão da Penha

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Plínio Magalhães da Cunha

O sofrido Ribeirão da Penha
Na foto acima, uma vista parcial desse verdadeiro herói de nossa terra nos idos de 1920, vendo-se a antiga represa que conseguia a duras penas segurar a fúria da correnteza – principalmente na época das chuvas.
- O que seria do nosso município, desde os tempos mais remotos, se esse ribeirão não existisse?
Mas ele continua firme embora ostentando seus meandros cansados e ainda judiados por aqueles que arremessam costumeiramente em suas águas, toda espécie de detritos, fazendo de seu leito uma imensa lata de lixo!
Agora pergunto:
- E os responsáveis por esse crime ecológico, por essa barbárie, onde estão? Será que não há nada a fazer para coibir tais desmandos?
Uma sugestão: que a autoridade competente determine uma fiscalização mais rígida – multando os infratores, inclusive determinando a lavratura de boletim de ocorrência e também divulgando os nomes dos irresponsáveis ou dos mandantes através da imprensa.
Agora outra pergunta oportuna: se hoje o nosso país enfrenta um seríssimo  problema de estiagem que está afetando e assustando a população brasileira, não está na hora dos estudos saírem do papel e passarem imediatamente para a construção da nova barragem em nosso município?