quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Preço do Progresso

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

O Preço do Progresso
Hoje estamos publicando mais um setor das Indústrias Reunidas Cel. Francisco Vieira. Na foto acima eis a oficina mecânica, ocasião em que os seus técnicos davam assistência ao Ford “bigode” de propriedade de Chico Vieira, que está ao lado do seu “possante”.
Naquela época não existia elevador para erguer os carros dos clientes, o que era feito no “muque” para assentá-los aos cavaletes, onde os mecânicos verificavam os defeitos apresentados.
Em 1920, de acordo com a estatística, existiam em Itapira apenas 7 automóveis, cujos proprietários eram: Cel. Francisco Vieira – Ford; João Baptista Pereira da Silva (Joãozinho Bento) – Ford; Joaquim de Assis Vieira – Buick; Américo Augusto Pereira da Silva – Buick; o médico Norberto da Fonseca – Ford; a senhorita Celita Vieira Magalhães da Cunha – Aucland e a senhora Malvina Rocha – Ford.
Naquele tempo não existia semáforo e nem mão-de-direção, mas uma coisa havia de sobra: a poeira vermelha levantada do leito carroçável das ruas de terra “batida”. Ah! também as roucas buzinas que anunciavam a novidade, quando a dona de casa saia à janela, deixando até queimar o feijão no fogo, a fim de ver admirada, não a banda... mas o automóvel passar!
Era o progresso chegando... era o automóvel que iria transformar aos poucos a vida do homem do futuro, do homem moderno. Hoje é considerado um dos meios de transporte mais atuante. Com ele vieram os escapamentos poluidores do ar que respiramos, juntamente com o som dos motores “envenenados” que fazem trepidar não só as ruas, mas também nossas moradias.
Enfim, o que seria do homem sem o automóvel, pois, os trens foram sumindo dos trilhos e o transporte – de passageiros e cargas – é feito em maior número através das estradas de rodagem, por sinal, muito mais caro. A poluição continua aumentando cada vez mais. A camada de ozônio assusta a humanidade, tendo em vista as constantes intempéries que afetam sensivelmente todo o nosso planeta, causando efeitos catastróficos e danos incalculáveis aos locais onde atingem, conforme noticiários divulgados pelos meios de comunicação. 
É o preço do progresso desenfreado.

Ecos de 1932

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
Ecos de 1932
Festividade defronte ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, em coordenação com o Grupo Escolar “Dr. Júlio Mesquita”, em 23 de maio de 1975, dia do Soldado Constitucionalista de 1932.
Naquele evento, ali compareceram autoridades, professores e alunos, relembrando o 23 de maio e a epopéia de 1932, acontecimentos históricos e importantes para o povo paulista.
Na foto, notamos as presenças – da esquerda para a direita (em semicírculo): professora Lia Boretti de Almeida – diretora do Grupo Escolar; prefeito Alcides de Oliveira; vereador João Moisés Andare – representando a Câmara Municipal; Plínio Magalhães da Cunha – diretor do Museu Histórico; Maria Carmelita La Farina da Cunha – museóloga e coordenadora do evento; professoras – Clara Martins Santiago Moraes; Geni Piva Zázera; Aparecida Galli; Helena ... e Ruth Carpi Rezende. 
Em relação às alunas do Júlio Mesquita de 39 anos passados não me foi possível identificá-las. Deixamos essa incumbência às professoras, familiares ou então para as próprias alunas.

Homenagens aos ex-combatentes de 1932

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Homenagens aos ex-combatentes de 1932
Quando da inauguração da Avenida Jacareí no dia 9 de julho de 1974, na gestão do prefeito Alcides de Oliveira, o popular Alemão, esteve presente como convidado especial, o seu colega – Prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior – da cidade de Jacareí, que se fazia acompanhar de uma comitiva composta de ex-combatentes da Revolução Constitucionalista daquele município.
Após a inauguração da via pública, os visitantes compareceram às solenidades programadas no Morro do Graví – palco de uma das batalhas mais acirradas dos soldados paulistas contra o exército ditatorial de Vargas – precisamente no local onde está erigido o monumento em homenagem àqueles que derramaram o seu sangue para que o Brasil voltasse a ter a sua Constituição.
Terminada a visita ao Graví, todos os presentes se dirigiram ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista no cemitério da Saudade, onde foi depositada uma coroa de flores sob o toque de silêncio.
Após cumprirem as solenidades cívicas, as autoridades e visitantes compareceram ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” ocasião em que foram recepcionados pelo diretor e implantador daquele órgão, Plínio Magalhães da Cunha e funcionários, que os acompanharam pelos salões de exposição, fazendo uma pausa demorada defronte ao copioso acervo de uma das exposições que fazia alusão a efemérides da Revolução Paulista de 1932.
Antes de deixar o Museu, o prefeito Antonio Nunes após assinar o livro de “visitantes ilustres”, usou a palavra no Salão Nobre, defronte ao retrato do patrono do Museu, “Comendador Virgolino de Oliveira”, para agradecer as homenagens prestadas ao povo de Jacareí, e, a seguir, teceu elogios à organização do acervo museológico exposto ao público visitante naquele importante Instituto Cultural – “que guarda, preserva e difunde a história de Itapira e de sua gente laboriosa”, finalizou.

- RUA ITAPIRA -
A guisa de informação, Itapira também foi homenageada em Sessão Solene na Câmara Municipal de Jacareí, que aprovou por unanimidade a denominação de RUA ITAPIRA a uma das vias públicas daquele município.
Na ocasião, em nome do prefeito Alcides de Oliveira, que descerrou a placa denominativa, discursou o advogado Ariovaldo Risolla, que agradeceu as homenagens prestadas a nossa querida Itapira.

Combatentes Constitucionalistas no museu, ladeando uma das funcionárias, a museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha.

            No Salão Nobre do Museu, ocasião em que o prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior deixava as impressões de sua visita a Itapira, gravada pelos funcionários Maria Carmelita Cunha e Plínio Cunha.


O Trabalho Constrói

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Plínio Magalhães da Cunha

 
O Trabalho Constrói
Momento histórico em que o padre George Pedro Gepsen, concedia bênçãos à moderna maquinaria adquirida em 1974 – diretamente do Japão – pela Modelar Indústria Itapirense, a Fábrica de Papel e Papelão Nossa Senhora da Penha S/A. Esse importante conjunto, de grande capacidade de produção, foi instalado no local em 1976, o que veio proporcionar um grande impulso àquela empresa, passando também a produzir o papelão ondulado, destinado à confecção de caixas e outros artigos.
Na foto, da direita para a esquerda vê-se: Prefeito Alcides de Oliveira; Padre Pedro Gepsen; o Presidente da Câmara, Antônio Carlos Martins; o dinâmico empresário, diretor Presidente da Penha, Funabashi Yoshio; Presidente do Conselho, Kiichi Funabashi; diretor Comercial, Seiji Shiquematsu e os acionistas, Harutaka Shiquematsu e Kiyoshi Funabashi.
Após a cerimônia inaugural, foi oferecido às autoridades e convidados especiais, um almoço no Restaurante Itapira Bar.

Esta publicação que ora faço na minha coluna semanal do Tribuna de Itapira, é uma justa homenagem que presto ao saudoso amigo e ex-companheiro do Rotary Club de Itapira – Funabashi Yoshio, recentemente falecido, um dos poucos homens possuidores de luz própria, que refletia no espelho da vida o seu trabalho edificante e digno de ser imitado em prol do bem comum.

Antiga Praça de Esportes

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Plínio Magalhães da Cunha

Antiga Praça de Esportes
Campo de futebol do Sport Club Itapirense, por volta de 1915, situado ao lado do Parque Municipal “João Pessoa”, posteriormente, “Juca Mulato”. Essa praça de esportes lotava em dias de jogos, não só as arquibancadas cobertas, como também ao redor do gradil do campo. O gramado era bem cuidado, conservado pelo zelador da época, o Sr. Osório. Do lado direito das arquibancadas – como se fosse um quiosque – nota-se o coreto, onde a nossa querida e centenária Banda Lira Itapirense executava seus dobrados em dias festivos. Esse coreto também serviu por muito tempo à Rádio Clube, de onde os nossos locutores esportivos – Gilberto Vasconcellos Pereira, o Herval Peres e outros – irradiavam os acontecimentos ali realizados.

Essa praça esportiva também serviu a partir de 1940, ano em que começou a funcionar o Ginásio do Estado de Itapira, como local adequado para as aulas de educação física aos alunos daquele primeiro estabelecimento de ensino secundário oficial de nossa terra.

O Futebol de Itapira em 1908

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Plínio Magalhães da Cunha

O Futebol de Itapira em 1908
Esta foto centenária de meu acervo é uma verdadeira relíquia, pois retrata o esquadrão do Sport Club Itapirense como era em 1908, isto é, há 106 anos.
Interessante notar que, todos os craques daquela época trajavam uniformes impecáveis, inclusive usando camisa de gola fechada (tipo colarinho) e gravata. As chuteiras eram as chamadas botinas, parecidas com os sapatões de hoje.
O Sport Club Itapirense tinha até o luxo de possuir dois uniformes, sendo o primeiro, camisa preta e gravata, com o calção branco e meias pretas.
O segundo uniforme era camisa branca, gravata, calção branco e meias pretas.
Conseguimos identificar apenas alguns jogadores do clube: sentados, o segundo da primeira fila, da esquerda para a direita, é João Batista Cintra, o conhecido Joanico Cintra – um verdadeiro craque do passado – pai da professora Terezinha Pupo Cintra. O quarto, na mesma ordem, de uniforme branco com um pé sobre a bola, é meu tio Aristides Vieira de Magalhães. Logo atrás de Aristides, outro tio, Mário Vieira de Magalhães, e atrás do Mário, está outro parente, Francisco Vieira (cel. Chico Vieira) grande esportista da época e um dos fundadores do Sport Club Itapirense, que empresta o seu nome ao Estádio Municipal de nossa terra, tendo ao seu lado esquerdo, de bigode (mas sem o seu famoso cavanhaque), o advogado Mário da Fonseca, fundador do jornal “Cidade de Itapira” em 1907 – tio-avô do Toy e do Betuska Fonseca.
NOTA: Infelizmente não conseguimos identificar outros jogadores, inclusive o cidadão de chapéu-côco, terno escuro e colete, apoiado elegantemente em sua bengala.





Interior da Velha Matriz

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Plínio Magalhães da Cunha

Interior da Velha Matriz
Vista parcial do interior da Matriz Nossa Senhora da Penha, vendo-se o altar mor encimado pelo emblema do Divino Espírito Santo e, logo abaixo, a imagem verdadeira e histórica de Nossa Senhora da Penha, padroeira de Itapira. Essa imagem trazida de Portugal por um dos fundadores de nossa terra – João Gonçalves de Moraes – foi furtada por algum herege ou comerciante de antigüidades, o que foi muito triste para a população católica. Ela media dois palmos e cinco dedos de altura, ostentando em sua cabeça uma coroa trabalhada em prata. Mais abaixo, aparece a imagem de Cristo Crucificado. Esse altar mor era realmente uma relíquia, uma obra de arte. À esquerda do templo aparece o púlpito onde o celebrante da missa pregava o Evangelho de Cristo. Nota-se a riqueza artística dessa peça histórica, encimada por figuras de anjos, esculpidas em mármore de Carrara. Sua cúpula era trabalhada com franjas douradas.
Do lado direito, vê-se o portal de entrada para a Capela do Santíssimo. O piso desse templo era todo de mosaicos decorados, e os lustres de cristal da Bohemia.
Na parede, nota-se apenas duas peças reportando a Via Sacra.
Tudo isso foi demolido em 1955, para dar lugar a uma igreja mais ampla.
Tive a oportunidade de constatar pessoalmente em Campinas, no Museu de Arte Sacra da Cúria, algumas dessas peças históricas doadas pela Paróquia de Itapira, peças essas que marcaram profundamente a vida católica do nosso povo, tais como: o Púlpito, a Pia Batismal onde milhares de itapirenses receberam o sacramento do batismo, além da belíssima imagem de Nossa Senhora das Dores, com seu manto azul, e a da Ressurreição de Cristo.
Toda essa beleza só nos deixa saudade, uma profunda recordação da nossa querida Itapira, de um passado distante, dos tempos de nossos pais, dos nossos avós.
Diante dessa triste realidade, caminho tentando me adaptar ao mundo atual e ao ser humano, falando uma linguagem que não é a minha, esboçando um sorriso emprestado.

Inauguração do Parque Municipal - 23/12/1902

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Plínio Magalhães da Cunha

Inauguração do Parque Municipal - 23/12/1902
Quando Jacintho Franklin Alvarenga da Cunha foi o terceiro prefeito de Itapira, de 1902 a 1905, o nosso município experimentou naquela época um fantástico progresso.
Durante a sua gestão, Franklin da Cunha apoiado por um grupo de políticos influentes, inclusive por Alfredo Ramos de Azevedo, seu particular amigo aqui residente, que era irmão do famoso engenheiro Ramos de Azevedo, cuja estátua se acha localizada em São Paulo na Avenida Paulista – defronte ao Trianon e do Parque Avenida – conseguiu trazer para o nosso município inúmeros benefícios e melhoramentos, dentre eles salientamos a construção da represa na Ponte Nova, para que ali funcionasse a primeira Usina Hidroelétrica, inaugurada a 14 de maio de 1905, no último ano de sua gestão, quando também inaugurou a iluminação pública das ruas da cidade, cujo evento foi bastante comemorado, pois o velho sistema de lampião a gás foi substituído pelas lâmpadas incandescentes.
Determinou também a construção do parque Municipal, cuja inauguração aconteceu a 23 de dezembro de 1902 (foto), logradouro público considerado até hoje como um dos mais belos pontos turísticos de Itapira.
Interessante ainda destacar na foto, que o ano da inauguração do Parque Municipal (1902) estava delineado em plantas ornamentais, e logo acima, vê-se uma placa com os dizeres: “A guarda deste jardim está afeta ao público”.       
Franklin da Cunha mandou ainda abrir a Avenida dos Biris, e implantar em 1902, no alto da colina, o Cruzeiro. “É um marco importante, como ele sempre dizia, porque representa o símbolo da fé do povo itapirense”.
Fez realizar em Itapira a 3 de maio de 1903, a primeira Festa da Árvore, que contou com a presença marcante do poeta Coelho Neto. O ilustre visitante plantou ao lado do Grupo escolar Dr Júlio Mesquita uma árvore símbolo – Pau Brasil.


Nossa Velha Itapira

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Plínio Magalhães da Cunha


Nossa Velha Itapira
Aspecto da Rua Comendador João Cintra nos idos de 1915. Esta foto foi obtida da altura do antigo palacete do sr. Domingos Anastácio, defronte aos fundos da residência do médico dr. Norberto da Fonseca, avô do nosso amigo Luiz Antônio da Fonseca, o popular Toy da Rádio Clube. Do lado esquerdo dessa rua histórica, bem na esquina da Rua da Estação, hoje José Bonifácio, vê-se o prédio da Farmácia Ítalo-Brasileira, posteriormente Farmácia Brasileira, que pertenceu ao médico e farmacêutico dr. Aquiles Galdi, de saudosa memória. Essa farmácia, mais tarde também pertenceu aos farmacêuticos Guerino Franchi e por ultimo a Francisco Galdi, irmão do dr. Achiles. Nota-se logo abaixo, no cruzamento das ruas Comendador João Cintra com José Bonifácio, bem na esquina do lado esquerdo de quem desce, o antigo sobradão de dois andares que pertenceu ao comerciante João Baptista Rossi, e na esquina fronteiriça, um outro terreno apenas murado, que mais tarde deu lugar ao prédio de dois andares, ocupado por muitos anos pelo Banco Comercial do Estado de São Paulo, que após também ser demolido, lá funciona atualmente a agência do Itaú.

Bem no alto dessa foto, aparece ao longe a centenária igreja construída em louvor a São Benedito, em cujo adro até hoje é realizada uma festa religiosa e folclórica mais tradicional de Itapira e região, a qual seja, a famosa “Festa do Treze” que continua acolhendo um numeroso público durante os treze primeiros dias do mês de maio.

O Símbolo da Fé

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Plínio Magalhães da Cunha


O Símbolo da Fé
Na edição de hoje, estamos enfocando a belíssima Avenida do Cruzeiro (foto rara), no Parque Municipal, que se constituía no início do século passado, num dos pontos mais visitados daquele encantado logradouro público de nossa terra, que outrora foi considerado o cartão de visita de Itapira.
Às margens dessa avenida, além das árvores muito bem cuidadas (cedro), que exalavam um aroma característico e agradável nas tardes quentes de verão, era ainda cercada de ambos os lados – em toda sua extensão – de plantas ornamentais.
O leito da parte central dessa avenida era decorado de cascalhos brancos e negros, formando arabescos, propiciando ao visitante um visual muito bonito, indo terminar no topo do Cruzeiro, o Símbolo da Fé, ali implantado em 1902.
Daquele ponto privilegiado observava-se os mais pitorescos aspectos. Ao longe, na linha do horizonte, a serraria mineira, os morros dos Forões, da Forquilha, o Pelado – este último dentro do município de Monte Sião. Aqui e ali só algumas casas nos bairros dos Prados e do Cubatão. Mais adiante, verdadeiro quadro de paisagem bucólica a poetizar tudo, não faltando até os meandros do Ribeirão da Penha, esse verdadeiro herói que desde a fundação da Penha do Rio do Peixe, abastece com suas águas a nossa Itapira.
Infelizmente, do Cruzeiro só há vestígios. Está completamente descaracterizado. É apenas uma sombra do que foi no passado!
Mais tarde, em maio de 1962, esse monumento histórico de nossa terra foi transferido para ocupar uma área mais à esquerda da existente na foto, por ter sido doada pelo município ao Sanatório Américo Bairral, a fim de ser ampliada uma parte do prédio daquela casa de saúde.
Atualmente, nada restou da beleza que descortinava daquele ponto turístico de nossa terra, cujo panorama que lá era apreciado pelos visitantes, simplesmente desapareceu, porque foi prejudicado por uma reforma canhestra, sem nexo e de muito mau gosto.
O local onde está implantado o Cruzeiro também foi totalmente cercado de todos os lados com muros e grades de ferro, tirando toda a visão exterior, tornando aquela área abafada e escura.
Finalizando, gostaria de lembrar aos responsáveis que, a preservação daquele sítio histórico é mais que um dever, onde o lixo está espalhado pelo chão e nos cantos dos muros, como também todos os postes de iluminação foram arrancados de seus pedestais.
Nota-se que aquela área está completamente abandonada!!

Itapira Reverencia São Benedito

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Plínio Magalhães da Cunha
                                                                                          
Itapira Reverencia São Benedito
Logo no início do mês de maio começa a tradicional e sempre esperada festa em louvor ao Santo Padroeiro – SÃO BENEDITO, popularmente conhecida em Itapira e região, como a “Festa do 13”.
Essa comemoração religiosa e folclórica acontece também em quase todas cidades brasileiras, mudando apenas o calendário, e muitas vezes, o santo padroeiro.como por exemplo, citamos: festa de São Sebastião em Lindóia (no mês de janeiro); festa de N. Sra. do Rosário em Serra Negra (no mês de outubro); festa de N. Sra. do Belém em Itatiba (mês de setembro), e assim por diante. Mas as dedicadas a N. Sra. do Rosário e a São Benedito, constituem uma denominação comum na maioria das cidades brasileiras.
Na parte folclórica, Itapira também apresenta a famosa Congada (veja fotos obtidas em 1961), cujos componentes levam os mais variados instrumentos que emitem sons característicos, fazendo um belo conjunto harmonioso, dando ênfase ao aspecto guerreiro, representando as lutas entre mouros e cristãos, como também teatralizam as lutas entre um Rei Congo e uma Rainha Ginga.
Em todas essas configurações os congadeiros mostram através de bailados de espadas e bastões, entremeados de diálogos e coros, seqüências que recebem o nome de “Embaixada”.

Em geral, as festas de caráter religioso, subordinadas a um calendário rígido – como a de Itapira – traduzem uma motivação interna que leva o nosso grupo de dança a se apresentar reverenciando o Santo Padroeiro, o qual seja – São Benedito, cuja efígie está estampada na bandeira.



As fotos mostram a apresentação da Congada de Itapira na tradicional festa em louvor a São Benedito, no dia 13 de maio de 1961. Nessas fotos, vê-se os congadeiros portando seus instrumentos: bumbo, pandeiro, adufo, caixeta, caixa, rabeca, sanfona e violão.
Nota-se ainda as crianças que também desempenham papel de transcendental importância na transmissão do folguedo.