sábado, 17 de agosto de 2013

O futebol de Itapira em 1908

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

O futebol de Itapira em 1908
Esta foto centenária de meu acervo é uma verdadeira relíquia, pois retrata o esquadrão do Sport Club Itapirense como era em 1908, isto é, há 105 anos.
Interessante notar que, todos os craques daquela época trajavam uniformes impecáveis, inclusive usando camisa de gola fechada (tipo colarinho) e gravata. As chuteiras eram as chamadas botinas, parecidas com os sapatões de hoje.
O Sport Club Itapirense tinha até o luxo de possuir dois uniformes: o primeiro, camisa preta e gravata, com o calção branco e meias pretas.
O segundo uniforme era camisa branca, gravata, calção branco e meias pretas.
Conseguimos identificar apenas alguns jogadores do clube: sentados, o segundo da primeira fila, da esquerda para a direita, é João Batista Cintra, o conhecido Joanico Cintra – um verdadeiro craque do passado – pai da professora Terezinha Pupo Cintra; o quarto, na mesma ordem, de uniforme branco, com um pé sobre a bola, é meu tio Aristides Vieira de Magalhães; logo atrás de Aristides, outro tio, Mário Vieira de Magalhães, e atrás do Mário, está outro parente, Francisco Vieira (cel. Chico Vieira) grande esportista da época e um dos fundadores do Sport Club Itapirense, que empresta o seu nome ao Estádio Municipal de nossa terra, tendo ao seu lado esquerdo, de bigode (mas sem o seu famoso cavanhaque), o advogado Mário da Fonseca, fundador do jornal “Cidade de Itapira” em 1907 – tio-avô do Toy e do Betuska Fonseca.

NOTA: Infelizmente não conseguimos identificar outros jogadores, inclusive o cidadão de chapéu-côco, terno escuro e colete, apoiado elegantemente em sua bengala.

Homenagem e Gratidão

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

 
Homenagem e Gratidão
Inauguração bastante concorrida da herma do Coronel Francisco Vieira, acontecida em 13 de agosto de 1947 (dia de seu aniversário natalício), na então belíssima e ampla Praça Bernardino de Campos. Na placa inaugural lê-se: “CHICO VIEIRA – HOMENAGEM E GRATIDÃO DE SUA ITAPIRA – 13/08/1947”.
Chico Vieira administrou Itapira por quase 20 anos. Foi o primeiro itapirense a ser eleito deputado estadual (1935 a 1937) pelo Partido Constitucionalista, quando ocupava o Governo de São Paulo o eminente Armando de Salles Oliveira. Era pai de Francisco Vieira Filho (Titico Vieira), que também ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa de São Paulo. Chico Vieira era irmão de outro itapirense ilustre, o engenheiro Euclides Vieira, que foi eleito o senador mais votado da República, e também ocupou o cargo de prefeito da cidade de Campinas.
Como combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, o Cel. Francisco Vieira comandou um batalhão de voluntários de Itapira, passando por Eleutério até a divisa de minas Gerais (Sapucaí). Tomou parte ativa nos acirrados combates contra as forças ditatoriais de Getúlio Vargas no Morro do Gravi, onde muitos itapirenses e mogimirianos derramaram seu sangue precioso em holocausto à causa de São Paulo, mostrando ao Brasil, os seus nobres ideais revolucionários em defesa do respeito ao direito e às liberdades democráticas.
O Cel. Francisco Vieira empresta o seu nome ao Estádio Municipal de sua terra e ao Núcleo M. M. D. C de Itapira, da Sociedade Veteranos de 1932.

A Velha Política Brasileira

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Plínio Magalhães da Cunha

A Velha Política Brasileira
Aqueles que não conheceram ou não se lembram dos velhos tempos da política brasileira e de algumas personagens que fizeram história, eis aqui uma foto bastante sugestiva – dos idos de 1950 – quando Lucas nogueira Garcez e Erlindo Salzano foram ao Rio Grande do Sul, mais precisamente a São Borja, onde residia Getúlio Vargas.
A razão precípua dessa visita da dobradinha paulista àquela cidade gaúcha foi para buscar o apoio político do ex-presidente Vargas, que apesar dos pesares, ainda era considerado um grande líder nacional, e que iria disputar em 1950 a presidência da república pelo PTB, enquanto que, em São Paulo, Garcez e Salzano disputariam o governo do Estado pelo PSP (Partido Social Progressista).
O acordo vingou, tanto foi verdade que, logo surgiu em São Paulo o famoso “jingle”: presidente Getúlio / e Adhemar Senador / e Lucas Garcez / para Governador / é PTB é PSP / em três de outubro / nós vamos vencer... e venceram mesmo! menos Adhemar de Barros que retirou sua candidatura para o senado.
Na foto acima, vê-se da esquerda para a direita: de óculos e terno claro, Benedito Sartini, meu amigo e colega da Secretaria do Governo. Sartini tinha um parente em Itapira, Adagamus Sartini, que foi proprietário do Hotel Sartini. Continuando, de braços cruzados, o médico Erlindo Salzano – candidato a vice-governador de Garcez. A seguir aparecem três pessoas que não consegui identificar. Trajando paletó branco e cachecol, o anfitrião e candidato pelo PTB a Presidente da República – Getúlio Vargas. Entrevistando Getúlio, aparece o conhecido repórter paulista, “Tico-Tico”. Por último – atento à entrevista – o candidato a governador, o engenheiro Lucas Nogueira Garcez, professor da Escola Politécnica de São Paulo, foi eleito para o período de janeiro de 1951 a janeiro de 1955. 

Visita de Adhemar de Barros a Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Visita de Adhemar de Barros a Itapira
Em abril de 1949, o candidato ao governo do Estado de São Paulo – pelo Partido Social Progressista (PSP) – Adhemar Pereira de Barros, visitou Itapira, a convite de seu amigo e líder político local, o saudoso Comendador Virgolino de Oliveira, cujo aniversário natalício é comemorado no dia 15 de março.
Adhemar e sua comitiva foram recepcionados pelas autoridades e correligionários no diretório central do PSP, situado à Praça Bernardino de Campos, ao lado da igreja matriz de N. S. da Penha.
O ilustre visitante cumpriu um extenso programa durante sua permanência em Itapira, visitando diversos pontos, dentre eles, algumas indústrias.
Na foto acima, o candidato Adhemar de Barros quando era recepcionado no comitê central, vendo-se da esquerda para a direita: Flávio Thomaz de Aquino; vereador Antonio Caio; vice-prefeito dr. Aquiles Galdi; prefeito Virgolino de Oliveira (1949 e 1950); senador Euclides Vieira, irmão de outro político itapirense, o Coronel Francisco Vieira; o candidato Adhemar de Barros; o professor Miguel Realli; o deputado estadual André Nunes Júnior, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo; vereador Marcelo Avancini (de perfil) e alguns membros da comitiva ademarista.

Outro “flash” da visita de Adhemar de Barros e sua comitiva à fábrica de chapéus Sarkis, onde foi recebido pelo diretor-presidente Sebastião Jader Sarkis e funcionários, dentre eles o conhecido esportista de nossa terra, Benedito Leitão Sobrinho, o estimado e saudoso Joca Leitão, que aparece todo sorridente cumprimentando o ilustre visitante. Vê-se ainda, José Galli, o vereador Antonio Caio e o industrial Comendador Virgolino de Oliveira, anfitrião do candidato populista a Itapira.

Alunos da Escola Estadual “Elvira Santos de Oliveira”, nos idos de 1958.

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Plínio Magalhães da Cunha

Alunos da Escola Estadual “Elvira Santos de Oliveira”, nos idos de 1958, quando assistiam a uma aula prática de história natural, ministrada pela professora Wilma de Toledo Barros Munhoz, no laboratório daquele tradicional estabelecimento de ensino de Itapira.
Na foto nota-se os jovens estudantes compenetrados nos ensinamentos da saudosa mestra, vendo-se da esquerda para direita: Geraldo José Gatolini; Adolfo Carvalho; Benedito Gomes da Costa; Luís Carlos Torres; Francisco Galli; professora dona Wilma Barros Munhoz; Manoel Carlos Boretti Ornellas; Antônio Bento J. Pereira; Tetê Finazzi; (?); José Carlos Avancini; Nelson Pereira da Silva, e o último que também não foi reconhecido.

A identificação dos jovens – com exceção de dois deles – somente foi possível graças ao valioso auxílio do prezado amigo e também ginasiano naquela época, o dr. João Carlos de Oliveira, grande incentivador para que se realize anualmente no aniversário da escola – 29 de novembro – uma reunião festiva dos ex-alunos, a fim de comemorarem o evento.

Homenagens aos ex-combatentes de 1932

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Homenagens aos ex-combatentes de 1932
Quando da inauguração da Avenida Jacareí no dia 9 de julho de 1974, na gestão do prefeito Alcides de Oliveira, o popular Alemão, esteve presente como convidado especial, o seu colega – Prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior – da cidade de Jacareí, que se fazia acompanhar de uma comitiva composta de ex-combatentes da Revolução Constitucionalista daquele município.
Após a inauguração da via pública, os visitantes compareceram às solenidades programadas no Morro do Graví – palco de uma das batalhas mais acirradas dos soldados paulistas contra o exército ditatorial de Vargas – precisamente no local onde está erigido o monumento em homenagem àqueles que derramaram o seu sangue para que o Brasil voltasse a ter a sua Constituição.
Terminada a visita ao Graví, todos os presentes se dirigiram ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista no cemitério da Saudade, onde foi depositada uma coroa de flores sob o toque de silêncio.
Após cumprirem as solenidades cívicas, as autoridades e visitantes compareceram ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” ocasião em que foram recepcionados pelo diretor e implantador daquele órgão, Plínio Magalhães da Cunha e funcionários, que os acompanharam pelos salões de exposição, fazendo uma pausa demorada defronte ao copioso acervo de uma das exposições que fazia alusão a efeméride da Revolução Paulista de 1932.
Antes de deixar o Museu, o prefeito Nunes, após assinar o livro de “visitantes ilustres”, usou a palavra no Salão Nobre, defronte ao retrato do patrono do Museu, “Comendador Virgolino de Oliveira”, para agradecer as homenagens prestadas ao povo de Jacareí, e, a seguir, teceu elogios à organização do acervo museológico exposto ao público visitante naquele importante Instituto Cultural – “que guarda, preserva e difunde a história de Itapira e de sua gente laboriosa”, finalizou.
- RUA ITAPIRA -
A guisa de informação, Itapira também foi homenageada em Sessão Solene na Câmara Municipal de Jacareí, que aprovou por unanimidade a denominação de RUA ITAPIRA a uma das vias públicas daquele município.
Na ocasião, em nome do prefeito Alcides de Oliveira, que descerrou a placa denominativa, discursou o advogado Ariovaldo Risolla, que agradeceu as homenagens prestadas a nossa querida Itapira.

        Combatentes Constitucionalistas no museu, ladeando uma das funcionárias, a museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha.

             No Salão Nobre do Museu, ocasião em que o prefeito Antonio Nunes de Moraes Junior deixava as impressões de sua visita a Itapira, gravada pelos funcionários Maria Carmelita Cunha e Plínio Cunha.

TV Globo no Museu

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

TV Globo no Museu
Itapira sempre cultuou com civismos o movimento revolucionário do povo paulista contra a ditadura de Getúlio Vargas, haja vista que até hoje relembra com respeito duas datas importantes: a de 23 de maio de 32, dia do Soldado Constitucionalista, e a de 9 de julho de 1932, dia que marcou o início da revolução, quando o povo de São Paulo pegou em armas dizendo um basta aos desmandos de Vargas.
Como Itapira foi palco de acirrados combates, o nosso Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, guarda e preserva com carinho em seu rico acervo histórico, um manancial de importantes peças e documentos que falam de perto da Epopéia Paulista de 1932.
Tendo conhecimento dessa peculiaridade do Museu Histórico local, em julho de 1992, a TV Globo enviou a Itapira uma equipe de profissionais daquela conceituada rede de televisão, a fim de colher subsídios para a elaboração de um documentário sobre o acontecimento histórico, e o sacrifício dos nossos antepassados que deram a vida em holocausto à liberdade, fato que jamais poderá ser esquecido, porque esse destemor do povo de São Paulo serviu de inspiração aos ideais do povo deste Brasil gigante.
O documentário da Globo foi realmente um sucesso, deixando vincado na memória de quem o assistiu, o heroísmo e a bravura do povo paulista, para que o Brasil voltasse a ter a sua Constituição. 

                A museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha, quando mostrava à equipe da TV Globo, parte do acervo histórico do Museu.

              O saudoso prefeito Alcides de Oliveira, que também foi ex-combatente de 32, quando concedia entrevista ao jornalista da Globo, Raul Dias Filho, ladeado pelo diretor do Museu – Plínio Cunha e da museóloga Maria Carmelita da Cunha.