terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estradas de Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Estradas de Itapira
As estradas vicinais de Itapira eram consideradas regulares em relação às existentes na região. Somente a partir de agosto de 1904, é que a Câmara de Vereadores – que garantia os serviços de conservas – sentiu a necessidade de fomentar o escoamento das riquezas do município, aprovando um adendo à lei em vigor, passando a conservação permanente das estradas para a administração direta da Prefeitura Municipal. Diante desse novo expediente, todas as estradas que compunham a malha viária do município foram mensuradas e divididas em setores, e a conservação de cada setor foi posta em concorrência pública por meio de editais. Os concorrentes com preços mais vantajosos foram os escolhidos. Com essa medida adotada, os serviços passaram a ser executados permanentemente pelos empreiteiros ou “conservas”, conseguindo assim o efeito desejado. Diante do aumento do volume de serviços executados, houve necessidade da Prefeitura adquirir um caminhão, e mais tarde um trator da marca Ford, melhorando sensivelmente o andamento das obras a serem executadas. Na verdade as nossas estradas não eram consideradas de “primeira classe” como as mantidas pelo Governo do Estado, mas suficientes para manter um livre trânsito dos 54 automóveis registrados na Prefeitura Municipal.
Em 1917, as estradas mais conservadas eram: a de Itapira a Lindóia e Monte Sião; de Itapira a Eleutério e Sapucaí de Minas, com 23 quilômetros de extensão; a de Itapira ao Salto, com 18 quilômetros; de Itapira ao bairro do Rio do Peixe; de Itapira a Mogi Mirim, cujo trajeto de 12 quilômetros era percorrido em 25 minutos; a de Itapira a Amparo, além de outras estradas menores, mas de grande utilidade.

                   Trecho da estrada ligando Itapira a Lindóia.

 Trecho da estrada ligando Itapira a Eleutério, vendo-se ao fundo como era nossa cidade em 1917.

Quanto às vias férreas, aproveito este “gancho” para lembrar que nossa cidade estava ligada à Viação Geral da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, pelo ramal de Itapira, inaugurado a 30 de julho de 1882. Esse ramal partia de Mogi Mirim, atravessava de oeste para leste todo o nosso município, até alcançar a Estação de Sapucaí de Minas, onde fazia junção com a Estrada de Ferro da Rede Sul Mineira. Eram 49 quilômetros percorridos diariamente por quatro composições ferroviárias, com baldeação nas estações de Itapira, de Barão Ataliba Nogueira, de Eleutério e Sapucaí de Minas.Os trens que percorriam o nosso ramal, dois eram mistos (carga e passageiros) e os outros dois somente para passageiros. É uma pena que tudo isso só ficou na história, enquanto algumas cidades do interior paulista preservam com carinho os trilhos e a “Maria Fumaça” fazendo sucesso no turismo.