quinta-feira, 24 de maio de 2012

Indústria Adelelmo Boretti & Cia - Fábrica de Bebidas

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Indústria Adelelmo Boretti & Cia
Uma das indústrias mais antigas de Itapira foi fundada em 1894 por Adelelmo Boretti, que iniciou suas atividades com a fabricação exclusiva de cerveja. Diante da grande aceitação do produto, seu proprietário ampliou suas atividades, dando origem à Indústria Adelelmo Boretti & Cia, passando também a fabricar outras bebidas – com ou sem álcool – dentre elas o Rhum Extra, Amaro Felsina, Vinho Quinado, Vermouth, Cognac, Licor de Cacau, Licor Garibaldi, e as bebidas espumantes como a Água de Soda e a famosa Laranjinha. Essa fábrica ocupava um prédio situado na Ladeira do Cubatão nº 05, à margem esquerda do Ribeirão da Penha, hoje Rua Adelelmo Boretti.











Fábrica de Macarão - 1917

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Macarrão - 1917
Vista interna da Fábrica de Massas Alimentícias de Clodomiro Boretti & Cia. Foi fundada por volta de 1917, por Clodomiro Boretti, com um capital inicial de R4.000$000 (quatro contos de réis). Estava situada à Rua Rui Barbosa, num prédio adequado, cujos cômodos eram ladrilhados com mosaicos.
Todo o mecanismo para fabricação de massas era movido por energia elétrica e dava serviço diário a dois empregados. A produção mensal girava em torno de 80 a 100 sacos de macarrão. Naquela época ainda existia em Itapira outra fábrica do gênero, porém mais modesta. Seu proprietário era Matheus Schiratto, cuja produção mensal era de 70 sacos do produto.

Pequenas Indústrias de Itapira - 1920

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Pequenas Indústrias de Itapira – 1920
O nosso município, além das consideradas grandes indústrias, também possuía inúmeros estabelecimentos fabris, logicamente bem mais modestos, mas que naquela época também contribuíam para o desenvolvimento da nossa Itapira. Dentre eles podemos citar; Cervejaria e Bebidas Espumantes, pertencente a Adelelmo Boretti & Cia, fundada em 1894, situada na ladeira do Cubatão, nº3 – Cervejaria Vitória, situada à Rua José Bonifácio, pertencente a Luiz Fiordomo – Fábrica de Macarrão, pertencente a Clodomiro Boretti – Torrefação de Café, Moinho e Máquina de Beneficiar Arroz, de Domingos Miranda – Moinho São Luiz, fundado em 1918 por Antonio Siqueira, posteriormente adquirido por Américo Cavenaghi. – Fábrica de Mosaicos, de Vitório Coppos – cinco Olarias, pertencentes a Vitório Monezzi, Aleixo Butti, Paschoal Guerra, Augusto Nicolai e Francisco Caputto – Fábrica de Carroças, Troles e Charretes, pertencentes a Luiz Barretta & Filho, situada em prédio próprio à Rua Rui Barbosa. Por último deixamos a Fábrica de Móveis, pertencente a Francisco Vieira (foto).

Oficina Mecânica das Indústrias Reunidas Francisco Vieira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Na foto, uma oficina mecânica existente em Itapira nos idos de 1920, pertencente às Indústrias Reunidas Francisco Vieira. Nela aparece um Ford “bigode” recebendo a assistência dos mecânicos, tendo ao seu lado o proprietário Cel Chico Vieira, que acompanhava de perto o serviço executado em seu “possante”.
Naquela época não existia elevador para erguer os carros dos clientes, serviço que era feito no “muque” para colocá-los nos cavaletes a fim de receberem os reparos necessários.
Em 1920, de acordo com dados publicados na época, existiam em Itapira sete automóveis, os quais pertenciam aos itapirenses: Cel. Francisco Vieira – Ford; João Batista Pereira da Silva – Ford; Joaquim de Assis Vieira – Buik; Américo Augusto Pereira da Silva – Buik; o médico dr. Norberto da Fonseca – Ford; senhorita Celita Vieira de Magalhães – Aucland; senhora Malvina da Rocha Campos – Ford.
Pelo número de automóveis, logicamente que em Itapira não existiam semáforos, nem mão de direção e muito menos a tal zona azul, sem falar das “motocas” e bicicletas. Mas em compensação uma coisa tinha de sobra: a poeira vermelha levantada do leito carroçável ainda feito de terra batida.
Enfim, o que seria do homem moderno sem o automóvel, pois os trens foram sumindo dos trilhos e o transporte de passageiros e cargas é feito em maior número pelas estradas de rodagem, por sinal, muito mais caras. A poluição continua aumentando cada vez mais e a camada de ozônio chega ao limite de alerta pondo em risco o nosso planeta. É o preço do progresso!

Mensagem de Natal - dez/2011

- TEMPOS SAUDOSO -
Plínio Magalhães da Cunha

Natal... é a maior festa da cristandade, quando as famílias se reúnem para celebrar o nascimento do Cristo Salvador, d’AQUELE que nos abriu a janela da vida para a paisagem do universo.
É uma verdade constante quando irmanados num só pensamento, rogamos à natureza e ao seu Criador, a PAZ que simboliza em nosso idearium, como se fosse contas de um rosário que herdamos dos nossos antepassados, com a vontade de viver, de caminhar léguas e léguas dentro de nós, transpondo obstáculos, os pântanos da solidão, morrendo e renascendo para jamais separarmos da verdade e das sábias palavras de Cristo.
Neste dia de reflexões, o meu pensamento volta-se para o Natal, encontrando um oásis de paz, chegando à conclusão de que DEUS nos dá a graça de viver esta vida evanescente com o passar dos anos, admirando a doce linguagem da natureza através dos pássaros, das árvores, das flores, das estações, das manhãs radiosas e das tardes ao por do Sol, porque o Natal significa Vida, Amor, Alegria e Esperança.
A você caro leitor, um Feliz Natal com muita paz e um Ano Novo repleto de realizações.

                                          Plínio Magalhães da Cunha

Indústrias Reunidas Francisco Vieira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Indústrias Reunidas Francisco Vieira
Foram as mais notáveis de Itapira antiga, fundadas em 1914 pelo Cel. Francisco Vieira, com um capital inicial de Rs.100.000$00 ( cem contos de réis). As fábricas e depósitos ocupavam vasta área situada às margens do Ribeirão da Penha, tais como: uma grande serraria e carpintaria (foto); fábrica de móveis; uma olaria para fabricação de tijolos, mosaicos e telhas; uma ferraria com oficina mecânica; uma fábrica de manteiga e outra de gelo. Anexos às indústrias existiam ainda um amplo depósito de materiais para construção, e um outro de lenha picada, cujos produtos eram comercializados na cidade, sendo transportados através de carroças.  Somente para se ter uma idéia, a produção da serraria no ano de 1921 girou em torno de 2.100 metros cúbicos de madeira serrada. Em 1922, essa produção subiu para 2.300 metros cúbicos. Os produtos das Indústrias Reunidas Francisco Vieira eram consumidos não só em Itapira, mas também nos municípios da região e do sul de Minas Gerais. Devido a excelente aceitação pelo comércio, as vendas em 1922 excederam à importância de Rs300:000$000 (trezentos contos de réis), uma renda bastante expressiva para aquela época. Nessa indústria trabalhavam 56 operários, cujos salários variavam de acordo com o setor em que exerciam suas atividades, como por exemplo: os oleiros e carpinteiros recebiam Rs3.500 a Rs8.000 diários por 8 horas de serviço; os mecânicos – de Rs5.000 a Rs10.000 pelo mesmo número de horas. Toda a maquinaria das indústrias era movida por dois motores elétricos, de 20 Hp cada um. O escritório estava situado no centro da cidade, na praça da Matriz (Praça Bernardino de Campos), onde permaneciam o gerente e o guarda-livros. Na foto da serraria, vê-se no seu interior o proprietário Cel. Francisco Vieira e o fazendeiro João Batista Pereira da Silva (o mais alto), conhecido como Joãozinho Bento, que construiu sua residência na esquina das ruas Regente Feijó e Comendador João Cintra, onde reside atualmente familiares do saudoso médico dr. José Alberto de Mello Sartori.

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli

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Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli
Foi fundada pelo sr. Ângelo Quiriolli, em junho de 1922, com um capital inicial de rs.45:000$000 (Quarenta e cinco contos de réis). A sua montagem foi lenta, mas muito cuidadosa, sendo escolhida a maquinaria mais moderna daquela época, destinada à fabricação de chapéus.
Eram 18 máquinas ao todo, inclusive as necessárias para o tratamento do pêlo utilizado para a confecção do produto.
Nessa indústria nascente trabalhavam 20 operários, dirigidos pelo próprio Quiriolli que era auxiliado por três contra-mestres contratados na cidade de São Paulo.
A produção inicial girava em torno de quatro dúzias diárias de chapéus.
Interessante dizer que, toda a maquinaria funcionava interligada por correias e acionada por uma máquina a vapor, cuja potência era estimada em 8 cavalos de força (HP).
Em fevereiro de 1923, desejando ampliar e aperfeiçoar sua indústria, Quiriolli recebeu como sócio o sr. Sarkis João, elevando, assim, o capital inicial da indústria para rs.1000:000$000 (cem contos de réis).
Com essa sociedade, a fábrica entrou em franco progresso. Foram adquiridas novas máquinas – acionadas por um motor elétrico de 24 cavalos – o que fez elevar a produção diária para dezesseis dúzias de chapéus de fino pêlo e castor, este último era material importado.
O número de operários também aumentou para 40, dos quais 23 eram do sexo masculino e 17 feminino.
Provisoriamente essa fábrica funcionava num prédio alugado, situado logo no início da rua José Bonifácio.
Mais tarde, os proprietários Quiriolli e Sarkis iniciaram a construção de um prédio próprio, numa área doada pela Câmara Municipal.
O projeto de construção do novo prédio foi orçado em rs.100:000$000 (cem contos de réis).
Nessa nova instalação da fábrica, aumentou o número de operários, e, logicamente, também a produção de chapéus.
Mais tarde, com a retirada de Quiriolli da sociedade, a indústria passou a ser apenas de Sarkis João.
Com a mudança da razão social, a Fábrica de Chapéus Sarkis experimentou um desenvolvimento formidável – ficando conhecida em todo o Brasil e no exterior através de seus famosos produtos de primeira linha.

Vista geral do prédio onde funcionava a Fábrica de Chapéus Sarkis até ser desativada.

Seção de fulas ou máquinas usadas para o feitio da armação (copa ou cone) dos chapéus de lã ou de pêlos.

Setor para a fabricação de caixas de papelão, com a estampa do logotipo da indústria, para acondicionar os chapéus prontos e destinados à comercialização.

Rua da Estação - Alfaiataria Portuguesa - 1920

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Alfaiataria Portuguesa, que estava situada à Rua José Bonifácio (antiga Rua da Estação), por volta de 1920.
Em pé, defronte sua mesa de trabalho, está o proprietário do estabelecimento, Silvino Castilho Seixas, onde aplicava sua arte e habilidade para cortar o tecido, a fim de confeccionar com esmero os ternos e outros vestuários da época.
Sentados às máquinas de costura vê-se dois auxiliares. Aquele que aparece em primeiro plano da foto é o conhecido e saudoso profissional da tesoura, o itapirense Izaltino Pereira, o Tininho, como era carinhosamente chamado. Tininho também manteve por muitos anos sua própria alfaiataria, no mesmo prédio onde foi também sua residência, ao lado da casa de calçados “Diva”, na Rua José Bonifácio.
Nessa época, existiam em Itapira outros profissionais do ramo, dentre eles, citamos o historiador e músico João Torrecillas Filho, que hoje empresta o seu nome à Casa da Cultura; Benedito Amâncio de Camargo, o saudoso Lico Amâncio, proprietário da Lider da Praça; o alfaiate Gino Brunialti, com sua alfaiataria onde hoje funciona a loja Secolin & Sartorelli.
Atualmente, esse ramo de comércio está quase que praticamente extinto, pois as roupas são confeccionadas em fábricas, o que é uma pena.

O Futebol de Itapira em 1908

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

O futebol de Itapira em 1908
Esta foto de meu acervo é uma verdadeira relíquia, pois retrata o esquadrão do Sport Club Itapirense como era em 1908, isto é, há 103 anos.
Interessante notar que, todos os craques daquela época trajavam uniformes impecáveis, inclusive usando camisa de gola fechada (tipo colarinho) e gravata. As chuteiras eram as chamadas botinas, parecidas com os sapatões de hoje.
O Sport Club Itapirense tinha até o luxo de possuir dois uniformes: o primeiro, camisa preta e gravata, com o calção branco e meias pretas.
O segundo uniforme era camisa branca, gravata, calção branco e meias pretas.
Conseguimos identificar apenas alguns jogadores do clube: sentados, o segundo da primeira fila, da esquerda para a direita, é João Batista Cintra, o conhecido Joanico Cintra – um verdadeiro craque do passado – pai da professora Terezinha Pupo Cintra; o quarto, na mesma ordem, de uniforme branco, com um pé sobre a bola, é meu tio Aristides Vieira de Magalhães; logo atrás de Aristides, outro tio, Mário Vieira de Magalhães, e atrás do Mário, está Francisco Vieira (cel. Chico Vieira) grande esportista da época e um dos fundadores do Sport Club Itapirense, que empresta o seu nome ao Estádio Municipal de nossa terra, tendo ao seu lado esquerdo, de bigode (mas sem o seu famoso cavanhaque), o advogado Mário da Fonseca, fundador do jornal “Cidade de Itapira” em 1907 – tio-avô do Toy e do Betuska Fonseca.
NOTA: Infelizmente não conseguimos identificar outros jogadores, inclusive o cidadão de chapéu-côco, terno escuro e colete, apoiado elegantemente em sua bengala.

Bairro do Cubatão nos idos de 1902 e hoje.

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Plínio Magalhães da Cunha

Bairro do Cubatão nos idos de 1902, retratado da Avenida dos Biris, no Parque Municipal, no ano de sua inauguração.
Nessa foto, pode-se contar o pequeno número de casas ali construídas, além do caminho para alcançar o alto do Morro Macumbê. Mais ao fundo, divisamos um ramo da Cordilheira da Mantiqueira – notando-se o Pelado, em Monte Sião; o morro da Forquilha, logo na entrada de Jacutinga, ambas cidades pertencentes ao sul do Estado de Minas Gerais.
Mais abaixo, na foto, aparece um dos meandros do Ribeirão da Penha, que atualmente ainda abastece com suas águas a nossa Itapira, desde sua fundação em 1820.
Interessante ainda notar um caminho a partir do pequeno núcleo de casas, que era percorrido pelos pedestres que se dirigiam à cidade, ou vice-versa, atravessando a famosa pinguela que unia as duas margens do ribeirão. Essa pinguela também servia de trampolim àqueles que se arriscavam a mergulhar de uma altura aproximada de 4 metros, principalmente durante as cheias, para praticar uma natação perigosa.
Nessa época o Ribeirão da Penha era muito piscoso, alegrando os pescadores que conseguiam fisgar o dourado, curimbatá, piracanjuba, chapara, bagre, mandi e outras espécies atualmente desaparecidas de suas águas poluídas, o que é uma pena.
A outra foto mostra o Bairro do Cubatão como está atualmente, visto do mesmo ângulo e local, ficando as ilações por conta do leitor.


Visita do Dr. Washington Luiz Pereira de Souza


- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

A Praça Dr. Bernardino de Campos toda engalanada em 1921, para receber a auspiciosa visita do Dr. Washington Luiz Pereira de Souza, 11º Presidente Republicano e também governador de São Paulo de 1º de maio de 1920 a 1º de maio de 1924. O ilustre visitante foi recebido calorosamente pelo prefeito da época, Coronel Francisco Vieira (o primeiro deputado estadual por Itapira – 1936 a 1937 no governo de Armando de Salles Oliveira), e pela população, inclusive saudado pela banda de música, discursos e pelo magnífico coral dos alunos do Grupo Escolar Dr. Júlio Mesquita, do qual fazia parte a saudosa professora Maria Suzana Pereira da Silva, cuja voz sobressaiu do grupo dos cantores mirins.
Durante sua estada, o governador Washington Luiz percorreu a cidade, ficando encantado com os pontos turísticos de Itapira, principalmente com o Parque Municipal e o Cruzeiro, locais aprazíveis de onde descortinava uma vista privilegiada pela natureza, que o levou a cognominar nossa terra de “Itapira, A Linda”, palavras que ficaram gravadas nos corações dos itapirenses, até hoje relembradas e cantadas em prosa e verso. Na foto, ainda vemos o coreto à esquerda, todos os postes de iluminação decorados com folhagens entrelaçadas, muitas bandeirolas paulistas e brasileiras, e o obelisco construído em madeira, onde se lê na parte superior: “SALVE WASHIGTON LUIZ”. Ao fundo, a antiga residência do Coronel Joaquim Inácio de Alvarenga Cunha (posteriormente do casal Dr. Névio Bicudo e Maria Amélia da Cunha Bicudo, pais da saudosa dona Dedé Bicudo Cruz), onde hoje está o HSBC. Na calçada, à direita, um outro prédio tendo no seu frontispício a inscrição: “MANSÃO CLUBE PENHA”.
OBS: Alguns dos detalhes citados foram vistos através do computador.