domingo, 27 de maio de 2012

Jovens Ginasianos de 1941

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Jovens Ginasianos de 1941
Grupo de ex-alunos da segunda série do primeiro estabelecimento oficial de ensino secundário de nossa terra, o tão querido Ginásio de Estado de Itapira, criado através do decreto governamental nº 10.709, de 21 de novembro de 1939. A foto em tela foi obtida em 1941 pelo exímio fotógrafo da época, o saudosos Paulino Santiago, profissional que manteve por muitos anos o seu estúdio à Rua João de Moraes. Nesse “flash”, nota-se que todos os ginasianos posaram para a posteridade trajando seus tradicionais uniformes de brim caqui, cujo uso era obrigatório para freqüentarem as aulas. A partir da esquerda para a direita vê-se ajoelhados: Dib Jauar, Edir Ferraz de Campos, Fernando Serra e Antônio Corrêa (de Mogi Mirim); na fila do meio: Murilo Arruda, Francisco Octavio Milano (de Mogi Mirim), Cid Chiarelli (Mogi Guaçú) e Harley Marella. Em pé, na mesma ordem: Nelson Valério, Urias Cavenaghi (de Serra Negra), Aylton Brandão e João Baptista Cintra Pereira (Ico).  O Ginásio funcionava no prédio onde hoje está a Prefeitura Municipal, à Rua João de Moraes.

1902 – O Cruzeiro do Parque

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

1902 – O Cruzeiro do Parque
Em tempos remotos, quando não se falava em ecologia e preservação ambiental, o terceiro prefeito de Itapira – de 1902 a 1905 – Jacintho Franklin Alvarenga da Cunha (meu avô), saía à frente determinando a construção do Parque Municipal “João Pessoa”, hoje “Juca Mulato”. Fez abrir a Avenida dos Birís e implantar o Cruzeiro no local mais elevado daquele logradouro público.
Nessa época o parque era todo arborizado e ajardinado com muito esmêro. Seus canteiros bem delineados e floridos ostentavam placas bem visíveis com os dizeres: “A preservação deste jardim está afeto ao público”.
Era realmente um local aprazível, convidativo para um “relax”, e muito freqüentado não só durante o dia, mas também à noite. Os itapirenses lá compareciam com seus familiares para usufruírem algumas horas agradáveis, principalmente durante o verão.
Aquele local tornou-se famoso e muito freqüentado, sendo considerado o “cartão de visita” de Itapira, o que levou o Presidente do Estado de São Paulo, Washington Luiz Pereira de Souza, quando aqui esteve em 1921, a proferir a célebre frase: “Itapira, a linda!”
Agora com a recente reforma do Cruzeiro, diga-se de passagem, um local há muitos anos abandonado pelo poder público, espera-se que essa melhoria também se extenda por toda a área do parque – atualmente muito judiada – tornando-a novamente a ser considerada um dos pontos turísticos de Itapira e da região.

Aspecto do Cruzeiro em 1902.

Atualmente, após sofrer uma reforma em 2010, o Cruzeiro permanece fechado à visitação pública!?, ficando isolado dentro de uma “jaula”, e, o mais triste, sem mostrar o belíssimo panorama que lá descortinava, um verdadeiro quadro vivo que encantava os visitantes. Infelizmente, toda aquela beleza está vedada por muros que impedem a visibilidade, deixando abafado o ambiente onde está implantado o histórico CRUZEIRO DO PARQUE. É uma pena.

Estradas de Itapira

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Plínio Magalhães da Cunha

Estradas de Itapira
As estradas vicinais de Itapira eram consideradas regulares em relação às existentes na região. Somente a partir de agosto de 1904, é que a Câmara de Vereadores – que garantia os serviços de conservas – sentiu a necessidade de fomentar o escoamento das riquezas do município, aprovando um adendo à lei em vigor, passando a conservação permanente das estradas para a administração direta da Prefeitura Municipal. Diante desse novo expediente, todas as estradas que compunham a malha viária do município foram mensuradas e divididas em setores, e a conservação de cada setor foi posta em concorrência pública por meio de editais. Os concorrentes com preços mais vantajosos foram os escolhidos. Com essa medida adotada, os serviços passaram a ser executados permanentemente pelos empreiteiros ou “conservas”, conseguindo assim o efeito desejado. Diante do aumento do volume de serviços executados, houve necessidade da Prefeitura adquirir um caminhão, e mais tarde um trator da marca Ford, melhorando sensivelmente o andamento das obras a serem executadas. Na verdade as nossas estradas não eram consideradas de “primeira classe” como as mantidas pelo Governo do Estado, mas suficientes para manter um livre trânsito dos 54 automóveis registrados na Prefeitura Municipal.
Em 1917, as estradas mais conservadas eram: a de Itapira a Lindóia e Monte Sião; de Itapira a Eleutério e Sapucaí de Minas, com 23 quilômetros de extensão; a de Itapira ao Salto, com 18 quilômetros; de Itapira ao bairro do Rio do Peixe; de Itapira a Mogi Mirim, cujo trajeto de 12 quilômetros era percorrido em 25 minutos; a de Itapira a Amparo, além de outras estradas menores, mas de grande utilidade.

Trecho da estrada ligando Itapira a Lindóia.

Trecho da estrada ligando Itapira a Eleutério, vendo-se ao fundo como era nossa cidade em 1917.

Quanto às vias férreas, aproveito este “gancho” para lembrar que nossa cidade estava ligada à Viação Geral da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, pelo ramal de Itapira, inaugurado a 30 de julho de 1882. Esse ramal partia de Mogi Mirim, atravessava de oeste para leste todo o nosso município, até alcançar a Estação de Sapucaí de Minas, onde fazia junção com a Estrada de Ferro da Rede Sul Mineira. Eram 49 quilômetros percorridos diariamente por quatro composições ferroviárias, com baldeação nas estações de Itapira, de Barão Ataliba Nogueira, de Eleutério e    Sapucaí de Minas. Os trens que percorriam o nosso ramal, dois eram mistos (carga e passageiros) e os outros dois somente para passageiros. É uma pena que tudo isso só ficou na história, enquanto algumas cidades do interior paulista preservam com carinho os trilhos e a “Maria Fumaça” fazendo sucesso no turismo.



Itapira Reverencia São Benedito

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Plínio Magalhães da Cunha

Itapira Reverencia São Benedito
Logo no início do mês de maio começa a tradicional e sempre esperada festa em louvor ao Santo Padroeiro – SÃO BENEDITO, popularmente conhecida em Itapira e região, como a “Festa do 13”.
Essa comemoração religiosa e folclórica acontece também em quase todas cidades brasileiras, mudando apenas o calendário, e muitas vezes, o santo padroeiro.como por exemplo, citamos: festa de São Sebastião em Lindóia (no mês de janeiro); festa de N. Sra. do Rosário em Serra Negra (no mês de outubro); festa de N. Sra. do Belém em Itatiba (mês de setembro), e assim por diante. Mas as dedicadas a N. Sra. do Rosário e a São Benedito, constituem uma denominação comum na maioria das cidades brasileiras.
Na parte folclórica, Itapira também apresenta a famosa Congada (veja fotos obtidas em 1961), cujos componentes levam os mais variados instrumentos que emitem sons característicos, fazendo um belo conjunto harmonioso, dando ênfase ao aspecto guerreiro, representando as lutas entre mouros e cristãos, como também teatralizam as lutas entre um Rei Congo e uma Rainha Ginga.
Em todas essas configurações os congadeiros mostram através de bailados de espadas e bastões, entremeados de diálogos e coros, seqüências que recebem o nome de “Embaixada”.
Em geral, as festas de caráter religioso, subordinadas a um calendário rígido – como a de Itapira – traduzem uma motivação interna que leva o nosso grupo de dança a se apresentar reverenciando o Santo Padroeiro, o qual seja – São Benedito, cuja efígie está estampada na bandeira.


As fotos mostram a apresentação da Congada de Itapira na tradicional festa em louvor a São Benedito, no dia 13 de maio de 1961. Nessas fotos, vê-se os congadeiros portando seus instrumentos: bumbo, pandeiro, adufo, caixeta, caixa, rabeca, sanfona e violão.
Nota-se ainda as crianças que também desempenham papel de transcendental importância na transmissão do folguedo.

O Coreto da Praça

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Plínio Magalhães da Cunha

O Coreto da Praça
Lateral da Praça Bernardino de Campos por volta de 1920, ostentando em primeiro plano o artístico coreto da praça, local que serviu por muitos anos de palco para a apresentação da nossa querida e centenária Banda Lyra Itapirense, que ali realizava aos domingos e feriados suas retretas, compostas de um excelente repertório que embevecia à população de nossa terra. Era uma festa nas noites de verão ouvir a nossa Lyra executar suas partituras muito bem ensaiadas pelos mestres Alfredinho Ceragioli ao trombone, ao bombardino e também ao sax-harmonia; o regente Paulo de Castro; os pistonistas Flamínio Simões e Benício de Campos Brito; o inigualável maestro Antonio Rodrigues Gomes (Niquinho), que também foi um mestre no saxofone; Celestino Corrêa no bombardino; Alberto Lang, Rodolfo Tolentino e José Lang em suas clarinetas, e tantos outros que deixaram saudades, tais como: o Luiz Paranhos, ao trombone; Manoel Cabral e José Borges (Bepim) caixas; Augusto Borges com seu legítimo par de pratos turcos; Rudgero Long ao bombo, além de outros de saudosa memória que seguiram as pegadas dos exímios fundadores da nossa Lyra.
Mas, infelizmente tudo isso é passado, inclusive o nosso histórico coreto da Praça da Matriz – que acabou sendo “arrancado” do seu pedestal de glória e relegado ao ostracismo!
É triste!
É por isso que acredito: tanto o passado como o futuro são apenas perspectivas de quem os observa ou imagina do presente.
É o ciclo da vida.

A Velha Praça da Matriz

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Plínio Magalhães da Cunha

A Velha Praça da Matriz
Vista parcial da Praça Bernardino de Campos nos idos de 1950, vendo-se ao fundo, da esquerda para a direita, os prédios do Bar Central (onde hoje funciona o Correio), do Cine Paratodos (local em que atualmente está instalada uma farmácia) e o Centro Comércio Indústria (o Centrão).
Nota-se ainda na foto, um ônibus ali estacionado no local de onde partiam algumas linhas com destino às cidades do Sul de Minas Gerais, ou então para Lindóia, Serra Negra e Bragança.
Quanto à linha que levava os passageiros para Mogi-Mirim, Campinas e São Paulo, partiam do Bar do Odilon de Castro, cujo prédio não aparece na foto.
Tudo isso acontecia, porque naquela época Itapira ainda não contava com uma Rodoviária, razão pela qual, os passageiros embarcavam ou desembarcavam nos pontos citados na praça, servindo-se das instalações dos saudosos Bar Central ou do Bar do Odilon, fazendo ali uma pausa antes do reinício da viagem.

Bela Residência de Outrora

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Plínio Magalhães da Cunha

Bela Residência de Outrora
Residência do fazendeiro Américo Augusto Pereira da Silva, construída no início do século passado, ou seja, 1930.
Essa residência era uma das mais bonitas de Itapira, e estava localizada na confluência das Ruas Campos Salles e Regente Feijó.
Esse imóvel chamava a atenção por ostentar sobre as duas pilastras que sustentavam o portão de entrada, dois leões esculpidos em mármore, adquiridos por Américo Pereira – como era carinhosamente chamado – em São Paulo, especialmente feito sob encomenda do fazendeiro.
Logo na entrada havia uma escadaria em mármore branco de Carrara – material importado e muito usado naquela época pela classe mais abastada – que dava acesso a um terraço coberto em forma de ele, ostentando nas paredes pinturas de paisagens bucólicas.
Américo Augusto Pereira da Silva fora casado com Alzira Pereira de Oliveira, ambos de tradicionais famílias itapirenses. Era filho de Luiz Manoel Pereira da Silva (nascido em 11 de janeiro de 1834, e falecido em 04 de maio de 1899) e de Guilhermina Rodrigues do Nascimento, residentes na fazenda Bom Retiro, de sua propriedade.
Américo Augusto Pereira da Silva era descendente direto de Manoel Pereira da Silva, um dos fundadores da Penha do Rio do Peixe, hoje a nossa querida Itapira.

Visita auspiciosa – 1947

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Plínio Magalhães da Cunha

Visita auspiciosa – 1947
Recepção na usina N. S. Aparecida em 1947, quando da visita do Secretário Estadual da Educação, deputado Juvenal Lino de Mattos, ao seu particular amigo Comendador Virgolino de Oliveira, líder da política local. Naquele importante evento, estiveram presentes autoridades e convidados especiais de Itapira, prestando justas homenagens ao ilustre visitante, que sempre atendeu com muito carinho as reivindicações que lhe eram solicitadas, todas de grande interesse do nosso povo, quando Itapira experimentou um progresso formidável, tanto no campo educacional, como também nas obras de grande alcance social.
Na foto acima, vê-se da esquerda para a direita: dr. Décio Galdi – Francisco Otaviano Queluz – vereadores Octávio Franklin da Cunha – Marcelo Avancini e Antonio Caio – José Serra – Noé de Oliveira Rocha – dr. Marino da Costa Terrra – vereadores Hildebrando José Rissi e dr. José de Souza Ferreira – o homenageado Juvenal Lino de Mattos – o anfitrião, Comendador Virgolino de Oliveira – vereador Nilo Boretti – Olavo Job – José Pereira Lima – Antonio Rodrigues de Oliveira – (?) – dr. Murillo Arruda – Pedro Ferreira Cintra – jornalista Benedito Martins e os vereadores Wilson Victor dos Santos – Sebastião Bretas e Olívio Cintra de Andrade.

A Pinguela do Ribeirão da Penha

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Plínio Magalhães da Cunha

A Pinguela do Ribeirão da Penha
Construída no início do século passado, por volta de 1917, serviu por muitos anos como um importante meio de ligação entre o centro da cidade com o bairro do Cubatão e adjacências.
Essa pequena ponte que unia as duas margens do ribeirão – construída com madeira de lei – servia para sustentar o vai e vem daqueles que necessitavam utilizá-la rumo ao centro da cidade e vice-versa.
Era considerada de grande utilidade, pois, realmente, encurtava bastante o percurso do usuário para chegar rapidamente ao local desejado, principalmente os trabalhadores que se dirigiam às fábricas, ao comércio, ou mesmo aos jovens estudantes em busca do saber nas poucas escolas existentes na época em nosso município.
Os caminhos mais fáceis àqueles que precisavam alcançar a pinguela, provindos do centro da cidade, era através da ladeira São João, onde está até hoje desafiando a ação do tempo o famoso escadão; ou através do final da Rua Conselheiro Dantas, outra “barroqueira”. Podia-se ainda utilizar a ladeira do Cubatão, hoje com o nome de Rua Adelelmo Boretti, em homenagem ao fundador da indústria de bebidas “alcoólicas e espumantes”, que ali era localizada.

A foto mostra em toda sua amplitude, a famosa pinguela volteada de terrenos bastante íngremes, formando um imenso vale. Pode-se ainda ver o saudoso prefeito Caetano Munhoz dirigindo pessoalmente seus auxiliares na reforma da pequena ponte.
Caetano Munhoz governou Itapira no período de 1938 a 1942, e de 1956 a 1959.
Diariamente era visto percorrendo à pé, ou em seu carro particular, vistoriando e fiscalizando as obras em andamento no município, a fim de evitar transtornos, ou mesmo prejuízos para os cofres públicos.
Com aquela sua lhaneza que lhe era peculiar, atendia com respeito e presteza as legítimas aspirações dos munícipes.
Caetano Munhoz deixou muitas obras importantes em nosso município, dentre elas citamos a criação do nosso querido Ginásio de Estado, o primeiro estabelecimento de ensino secundário de Itapira – no ano de 1939.
Para o êxito dessa preciosa conquista à população estudantil de nossa terra, destacamos com justiça o valioso auxílio e o empenho junto às autoridades estaduais, do benemérito itapirense, o saudoso  Comendador Virgolino de Oliveira, que sempre se fez presente nas justas causas de seu povo e de sua querida Itapira.


Ribeirão da Penha - Nosso Herói.

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Plínio Magalhães da Cunha

Ribeirão da Penha – Nosso Herói
No dia 22 de março passado foi comemorado a “Dia da Água”, esse precioso líquido responsável pela vida em nosso planeta Terra. Diante desse fato de suma importância, lembramos que, temos a obrigação de zelar com muito carinho dos nossos mananciais, mantendo-os livres, isentos do todos os tipos de poluição que contaminam de forma terrível suas águas, acabando com as matas ciliares, como também com sua fauna.
Através desta foto dos idos de 1920, fazemos uma singela homenagem ao nosso histórico Ribeirão da Penha – esse verdadeiro herói – responsável direto pelo progresso e desenvolvimento da então Penha de Mogi – Mirim, depois Penha do Rio do Peixe e, finalmente, a nossa querida Itapira. Este município progressista com seus setenta mil habitantes e possuidor de um invejável parque industrial em franco desenvolvimento. Por tudo isso, devemos sempre lembrar que todo o progresso de nossa terra está atrelado às águas do Ribeirão da Penha, que hoje cansado, formandos seus meandros desde sua nascente no município de Serra Negra, chega a Itapira para nos trazer benefícios imensuráveis.
SALVE O NOSSO RIBEIRÃO DA PENHA!!

Comendador Virgolino de Oliveira - Um Grande Lider

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Plínio Magalhães da Cunha

Um Grande Líder
Em 15 de março de 1901, nascia Virgolino de Oliveira em Itapira, no sítio denominado das Palmeiras, propriedade de seus pais. Durante sua existência foi um líder nato, um verdadeiro pioneiro não só no campo empresarial como também nos destinos políticos de nossa terra, conseguindo trazer para o município grandes benefícios, sendo até hoje relembrado com respeito e saudade. Sobre sua vida, assim se expressou o poeta Paulo Bomfin: “A existência de Virgolino foi um ato de semear... e as sementes que deixou sobre a terra floresceram e hoje dão agasalho e labor”. Na Usina de N.S. Aparecida, por ele criada, desde os primórdios de sua existência ali eram recepcionadas ilustres figuras pertencentes aos mais elevados escalões da política nacional, dentre elas governadores, ministro, deputados federais e estaduais, além de vereadores e empresários de Itapira e região.
Virgolino foi um grande líder, um verdadeiro idealista que se fazia sempre presente nas mais legítimas aspirações do povo itapirense, haja vista que, se não fosse sua têmpera de homem público, de seu bairrismo e dedicação a Itapira, nossa cidade não teria conseguido o primeiro Ginásio do Estado (em 1939), a criação da Escola Normal “Elvira Santos de Oliveira”, a construção da nova Igreja Matriz de N. S. da Penha, o novo Reservatório de Água, além de outros importantes benefícios.
Para ilustrar a sua liderança na política local, veiculamos nesta edição de Tempos Saudosos do Jornal Tribuna de Itapira, duas fotos, nas quais Virgolino de Oliveira está em sua residência na Usina, recebendo em 1951 políticos e autoridades itapirenses a fim de participarem de uma reunião com o Secretário da Educação do Estado, professor Juvenal Lino de Mattos, que também era deputado estadual e seu grande amigo.
Virgolino sempre seguiu o velho e famoso ditado popular de que – “A união faz a força”, porque sem a união de esforços torna-se tudo mais difícil.

Da esquerda para a direita: o Secretário da Educação – professor Juvenal Lino de Mattos; o cartorário Noé de Oliveira  Rocha; o anfitrião Virgolino de Oliveira; o assessor de gabinete do Secretário; (?) e Anízio Simões. Atrás: jornalista Benedito Martins; vereador Benedito Serra; Américo Boretti; Ariovaldo Pereira da Cruz e vereador Olívio Cintra de Andrade.

Na mesma ordem: vereador Nillo Boretti; vereador João Moro; professor Juvenal Lino de Mattos; João Batista Rossi e seu filho vereador Hildebrando José Rossi; vereadores  Olavo Job; Marcello Avancini e o anfitrião Virgolino de Oliveira.

Cine Paratodos - 1927

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Plínio Magalhães da Cunha

Cinema em Itapira - 1927
A foto mostra o Cine Paratodos com sua platéia literalmente tomada pelo público, a fim de assistir ao filme “A Marca do Zorro”, exibido a 25 de março de 1927 pela então empresa cinematográfica Pereira & Cia. Essa empresa passou mais tarde a pertencer a Lopes & Moraes.
Na parte lateral da platéia, do lado direito, pode-se notar anúncios de alguns filmes que seriam exibidos em outras oportunidades.
Atrás, bem no alto, nota-se a cabina de projeção e a arquibancada, que na época era chamada de “poleiro”, local em que as entradas eram bem mais baratas. Logo abaixo do “poleiro”, situavam-se os reservados para as autoridades e imprensa.
Nessa foto conseguimos identificar dois meninos: do lado esquerdo de quem olha para a platéia, numa das cadeiras da frente, de boné e terno branco, o saudoso Luiz Norberto da Fonseca ex-proprietário do prédio onde hoje funciona a farmácia 24 horas.
Do lado direito, vestindo uma roupa de marinheiro e de boné escuro, o garoto Carlos Eduardo Magalhães de Ornellas, o querido professor Carlito Ornellas, também de saudosa memória. Na terceira fileira, do lado esquerdo, bem no centro e usando um chapéu preto, o conhecido e estimado estafeta do correio local, Benedito Vieira, chamado carinhosamente de Dito Carteiro.
Bons tempos àqueles quando o cinema era uma boa opção de divertimento e lazer, hoje fora de moda.

Avenidas do Parque e do Cruzeiro

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Plínio Magalhães da Cunha

Avenidas do Parque e do Cruzeiro
Fotos obtidas em 1917, mostrando como se apresentavam as duas belíssimas avenidas de nossa Itapira antiga, ambas situadas no interior do Parque “João Pessôa” hoje “Juca Mulato”.  A primeira foto é da célebre Avenida dos Birís, cantada em prosa e verso pelos itapirenses que a conheceram desde a inauguração do parque em 1902. Mais tarde, em 1921, essa avenida recebeu a auspiciosa visita do presidente Washington Luiz Pereira de Souza, quando naquele local – diante da visão panorâmica que ali descortina – proferiu a famosa frase: “ITAPIRA, A LINDA”, que até hoje ecoa no coração do povo de nossa terra, como também ao longe, no velho espigão azul da Mantiqueira.

A outra avenida, a do Cruzeiro, era margeada de ambos os lados por viçosos ciprestes, e com o seu leito central artisticamente decorado com cascalhos brancos e negros, formando arabescos de grande efeito visual. Hoje, em nome de um progresso canhestro, sem nenhum senso de responsabilidade, simplesmente desapareceu, nada restou, deixando apenas lá no alto, isolado do parque e num local taciturno, aquele importante monumento histórico erigido em 1902, na passagem do século, como o símbolo da fé do povo de nossa querida Itapira.
Finalizando, lembro que, um povo sem história não existe, e uma cidade que não procura preservar o seu passado, perde o pé no presente e não deixa acontecer o futuro.



Santa Casa em 1920

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Plínio Magalhães da Cunha

SANTA CASA EM 1920
A foto acima mostra o prédio central da Santa Casa de Misericórdia de Itapira há 92 anos atrás, obtida da Praça Cel José de Souza Ferreira.
Essa praça era toda arborizada e ajardinada com esmêro, antes da construção do Fórum, órgão do Poder Judiciário, que muitos anos ocupou a parte superior da antiga Cadeia, construída em 1909, e que hoje dá lugar à Casa da Cultura “João Torrecillas Filho”, ao lado do Parque Municipal.
Nota-se à frente do portão de entrada daquele nosocômio, um Ford “bigode” conversível de propriedade do prefeito Cel Francisco Vieira, que administrou nosso município de 1911 a 1923, por treze anos consecutivos, período em que Itapira experimentou um progresso formidável em relação com outras cidades da região.
Interessante ressaltar que, o Corpo Clínico da Santa Casa era constituído por todos os médicos da cidade que prestavam gratuitamente os seus serviços profissionais, revezando-se todos os meses, conforme ainda poderá ser visto através das escalas publicadas nos jornais da época, sob o título “MÉDICO DO MÊS”. Lembro-me muito bem desse tempo, porque o meu saudoso pai, dr. João Pereira da Cunha, o dr Cunha, que clinicou em Itapira por mais de 50 anos, também fez parte dessa escala juntamente com seus colegas de profissão, quando os resultados eram de grande valia para a população do município, principalmente a mais carente.
Os serviços internos do hospital eram feitos por dois enfermeiros, três irmãs de caridade e pelo corpo clínico dentro da “escala do mês”.


Carnavais de outrora

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Plínio Magalhães da Cunha

Carnavais de outrora
Os carnavais de antigamente em nossa cidade sempre foram considerados os melhores da região, não só na opinião dos visitantes, como também do público itapirense que comparecia maciçamente aos festejos momísticos aqui realizados.
Os salões dos clubes superlotavam de foliões, não ficando atrás os belíssimos desfiles das escolas de samba, dos blocos bem ensaiados, dos carros alegóricos e outros atrativos que despertavam a atenção daqueles que assistiam e aplaudiam de pé ao espetáculo apresentado. A foto de 1955 mostra um baile carnavalesco no Clube XV de Novembro, na qual conseguimos identificar apenas alguns foliões – partindo da esquerda para a direita da roda de casais formada no centro do salão: Lázaro Pereira da Silva e Genny Pereira da Silva; Antônio Caio e Lourdes Fonseca Caio; Antônio Serra e Lygia de Almeida Serra; Natanael Ferreira Nobre e Elenir Boretti Nobre; João Manoel Galdi e Ana Finhane; Olavo Job e Olga Orlandi Job; Nancy Pereira da Silva Berzague. Mais atrás está o casal Bento Lupércio Pereira da Silva (Bentão) e Odete Moraes Pereira da Silva.
Dentre os inúmeros foliões, o leitor poderá identificar outros participantes daquele baile.


O "Tiro de Guerra" - 282


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Plínio Magalhães da Cunha

O “Tiro de Guerra” – 282
Antigamente os jovens quando completavam 18 anos de idade, eram obrigados a servir o exército através do famoso “Tiro de Guerra”, quando aprendiam os exercícios militares, o manejo do fuzil, da baioneta e de outros armamentos próprios das forças armadas. Hoje está extinto.
Como um assunto puxa outro, lembro-me perfeitamente que, em nosso tempo de Ginásio do Estado, ali na rua João de Moraes, onde atualmente funciona a Prefeitura, também fazia parte do currículo escolar a chamada “Instrução Pré Militar”, cujo certificado era fornecido após os exames realizados no final do ano letivo.
O meu certificado de conclusão desse curso, que eu guardo com muito carinho, traz o nº10 – CIP. 2-34, de 27 de novembro de 1943, assinado por mim (aluno), pelo Instrutor prof. Carlos Eduardo Ornellas, pelo diretor do Ginásio, prof. Affonso Ribeiro Persicano, e também assinado pelo chefe da 5ª CR de Ribeirão Preto, Cel. Paulo Mendes de Vasconcellos. (anexo fac-símile).
A foto mostra os reservistas itapirenses e mogimirianos, obtida em 1931 na praça Bernardino de Campos, defronte ao antigo casarão onde residiu um dos beneméritos de nossa terra – Comendador João Cintra. Essa residência foi por muito tempo ocupada pela Câmara e Prefeitura, que após a sua demolição hoje deu lugar ao edifício “Wanderley Zázera”.
Infelizmente será impossível identificar os jovens – principalmente usando quepes – mas somente as pessoas que estão sentadas, a partir da esquerda para a direita: Caio Pereira da Silva, que foi Secretário da Câmara e que também ocupou o cargo de Prefeito (de 1935 a 1938), substituindo o prefeito Anacleto Magalhães Pereira, que faleceu no cargo em 1934. O pároco da Igreja Matriz de N. S. da Penha, padre Lázaro Sampaio de Mattos (1925 a 1934), um oficial do Tiro de Guerra, e logo a seguir o Prefeito João Ribeiro Pereira da Cruz (1931) que se fazia acompanhar de uma de suas filhas. A seguir o Cel. Francisco Vieira, chefe político local e Prefeito de 1911 a 1923 (por 13 anos). Por coincidência, “Chico Vieira nasceu a 13 de agosto de um ano bissexto e ainda numa sexta-feira, mas teve muita sorte em sua vida”, como disse o nosso saudoso amigo e companheiro de imprensa João Torrecillas Filho, o popular João do Norte, numa de suas inigualáveis narrações sobre Itapira antiga, intituladas – “No Tempo da Vovozinha”, que até hoje são relembradas com saudade. A seguir; Jácomo Nabor Secchi, empresário e irmão do ilustre médico de nossa terra, dr. José Secchi    



O "Tiro de Guerra" - 282

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Plínio Magalhães da Cunha

Tiro de Guerra – 282
A foto mostra uma apresentação dos reservistas itapirenses e mogimirianos na Praça Bernardino de Campos, no dia 24 de outubro de 1917, quando Itapira completava 95 anos de fundação.
Após desfilarem garbosamente em regozijo à magna data de nossa terra, posaram para a posteridade portando fuzis e as imprescindíveis “caixas de repiques”, responsáveis pela cadência do pelotão durante o desfile.
Ao lado do grupo vê-se a partir da direita para a esquerda: uma pessoa não identificada; a seguir o prefeito de Itapira (de 1911 a 1923) Cel. Francisco Vieira, político influente daquela época. Foi o primeiro deputado estadual eleito de Itapira de 1934 a 1937. Chico Vieira, como até hoje é carinhosamente chamado, era irmão de outro político importante que está ao seu lado na foto, o senador Euclides Vieira, que também foi prefeito de Campinas e foi casado com uma sobrinha neta de Rui Barbosa – o “Águia de Haia”. A seguir, entre dois oficiais do exército, a senhora Maria Aparecida Vieira Bueno, filha de Chico Vieira, que foi casada com o sr. Dorival Bueno – tio do ex-deputado federal e atual prefeito de Mogi-Mirim, o engenheiro Carlos Nelson Bueno. Ainda nessa foto vê-se o casarão do Cel. José de Souza Ferreira, e a parte superior do coreto, onde a nossa centenária Banda Lira Itapirense executava os famosos dobrados em suas retretas dominicais.
Nota-se também que, o piso da Praça Bernardino de Campos ainda era de “terra batida”.

Rótulos de Bebidas Fabricadas em Itapira

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Plínio Magalhães da Cunha

Conforme já mostramos ao leitor na edição de domingo passado, hoje voltamos a reproduzir mais três interessantes rótulos de bebidas produzidas pela Indústria Boretti & Cia (fundada em 1894). São eles: o VINHO QUINADO, o VERMOUTH e o famoso FERNET, cujo rótulo dessa bebida insinuava aos consumidores alguns benefícios saudáveis, trazendo no texto impresso os seguintes dizeres: “Este amargo estomático e anti-colérico reconhecido efficaz por muitas celebridades médicas, é especialmente fabricado com drogas medicinais, tendo alcançado os ricordos de todos os consumidores. Facilita a digestão, é um precioso calmante para a irritação dos nervos e excita com modo maravilhoso o apetite”. Diante da propalada eficácia dessa bebida, é uma pena que ela tenha desaparecido com o correr dos anos. Além da Adelelmo Boretti & Cia também surgiu em nossa cidade, a partir de 1903, a Cervejaria Victória, mais modesta do que a anterior. Essa pequena indústria pertencia a Luiz Fiordomo e funcionava num prédio situado à Rua José Bonifácio nº 80, onde trabalhavam duas pessoas sob a direção do proprietário. Como se pode verificar Itapira também se destacou na fabricação de bebidas, hoje dando lugar às grandes indústrias, muito mais rendosas mas poluentes. Isso acontece porque a fiscalização só existe no papel, e a ecologia está indo para o espaço a fim de colaborar com o famigerado aquecimento global, com a poluição dos mananciais, com a destruição da camada de ozônio etc., etc., e agora surge um “bode-expiatório” – os saquinhos plásticos dos supermercados! Faz-me rir... tem muito gato na tuba!!





quinta-feira, 24 de maio de 2012

Indústria Adelelmo Boretti & Cia - Fábrica de Bebidas

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Plínio Magalhães da Cunha

Indústria Adelelmo Boretti & Cia
Uma das indústrias mais antigas de Itapira foi fundada em 1894 por Adelelmo Boretti, que iniciou suas atividades com a fabricação exclusiva de cerveja. Diante da grande aceitação do produto, seu proprietário ampliou suas atividades, dando origem à Indústria Adelelmo Boretti & Cia, passando também a fabricar outras bebidas – com ou sem álcool – dentre elas o Rhum Extra, Amaro Felsina, Vinho Quinado, Vermouth, Cognac, Licor de Cacau, Licor Garibaldi, e as bebidas espumantes como a Água de Soda e a famosa Laranjinha. Essa fábrica ocupava um prédio situado na Ladeira do Cubatão nº 05, à margem esquerda do Ribeirão da Penha, hoje Rua Adelelmo Boretti.











Fábrica de Macarão - 1917

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Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Macarrão - 1917
Vista interna da Fábrica de Massas Alimentícias de Clodomiro Boretti & Cia. Foi fundada por volta de 1917, por Clodomiro Boretti, com um capital inicial de R4.000$000 (quatro contos de réis). Estava situada à Rua Rui Barbosa, num prédio adequado, cujos cômodos eram ladrilhados com mosaicos.
Todo o mecanismo para fabricação de massas era movido por energia elétrica e dava serviço diário a dois empregados. A produção mensal girava em torno de 80 a 100 sacos de macarrão. Naquela época ainda existia em Itapira outra fábrica do gênero, porém mais modesta. Seu proprietário era Matheus Schiratto, cuja produção mensal era de 70 sacos do produto.

Pequenas Indústrias de Itapira - 1920

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Plínio Magalhães da Cunha

Pequenas Indústrias de Itapira – 1920
O nosso município, além das consideradas grandes indústrias, também possuía inúmeros estabelecimentos fabris, logicamente bem mais modestos, mas que naquela época também contribuíam para o desenvolvimento da nossa Itapira. Dentre eles podemos citar; Cervejaria e Bebidas Espumantes, pertencente a Adelelmo Boretti & Cia, fundada em 1894, situada na ladeira do Cubatão, nº3 – Cervejaria Vitória, situada à Rua José Bonifácio, pertencente a Luiz Fiordomo – Fábrica de Macarrão, pertencente a Clodomiro Boretti – Torrefação de Café, Moinho e Máquina de Beneficiar Arroz, de Domingos Miranda – Moinho São Luiz, fundado em 1918 por Antonio Siqueira, posteriormente adquirido por Américo Cavenaghi. – Fábrica de Mosaicos, de Vitório Coppos – cinco Olarias, pertencentes a Vitório Monezzi, Aleixo Butti, Paschoal Guerra, Augusto Nicolai e Francisco Caputto – Fábrica de Carroças, Troles e Charretes, pertencentes a Luiz Barretta & Filho, situada em prédio próprio à Rua Rui Barbosa. Por último deixamos a Fábrica de Móveis, pertencente a Francisco Vieira (foto).

Oficina Mecânica das Indústrias Reunidas Francisco Vieira

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Plínio Magalhães da Cunha

Na foto, uma oficina mecânica existente em Itapira nos idos de 1920, pertencente às Indústrias Reunidas Francisco Vieira. Nela aparece um Ford “bigode” recebendo a assistência dos mecânicos, tendo ao seu lado o proprietário Cel Chico Vieira, que acompanhava de perto o serviço executado em seu “possante”.
Naquela época não existia elevador para erguer os carros dos clientes, serviço que era feito no “muque” para colocá-los nos cavaletes a fim de receberem os reparos necessários.
Em 1920, de acordo com dados publicados na época, existiam em Itapira sete automóveis, os quais pertenciam aos itapirenses: Cel. Francisco Vieira – Ford; João Batista Pereira da Silva – Ford; Joaquim de Assis Vieira – Buik; Américo Augusto Pereira da Silva – Buik; o médico dr. Norberto da Fonseca – Ford; senhorita Celita Vieira de Magalhães – Aucland; senhora Malvina da Rocha Campos – Ford.
Pelo número de automóveis, logicamente que em Itapira não existiam semáforos, nem mão de direção e muito menos a tal zona azul, sem falar das “motocas” e bicicletas. Mas em compensação uma coisa tinha de sobra: a poeira vermelha levantada do leito carroçável ainda feito de terra batida.
Enfim, o que seria do homem moderno sem o automóvel, pois os trens foram sumindo dos trilhos e o transporte de passageiros e cargas é feito em maior número pelas estradas de rodagem, por sinal, muito mais caras. A poluição continua aumentando cada vez mais e a camada de ozônio chega ao limite de alerta pondo em risco o nosso planeta. É o preço do progresso!

Mensagem de Natal - dez/2011

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Plínio Magalhães da Cunha

Natal... é a maior festa da cristandade, quando as famílias se reúnem para celebrar o nascimento do Cristo Salvador, d’AQUELE que nos abriu a janela da vida para a paisagem do universo.
É uma verdade constante quando irmanados num só pensamento, rogamos à natureza e ao seu Criador, a PAZ que simboliza em nosso idearium, como se fosse contas de um rosário que herdamos dos nossos antepassados, com a vontade de viver, de caminhar léguas e léguas dentro de nós, transpondo obstáculos, os pântanos da solidão, morrendo e renascendo para jamais separarmos da verdade e das sábias palavras de Cristo.
Neste dia de reflexões, o meu pensamento volta-se para o Natal, encontrando um oásis de paz, chegando à conclusão de que DEUS nos dá a graça de viver esta vida evanescente com o passar dos anos, admirando a doce linguagem da natureza através dos pássaros, das árvores, das flores, das estações, das manhãs radiosas e das tardes ao por do Sol, porque o Natal significa Vida, Amor, Alegria e Esperança.
A você caro leitor, um Feliz Natal com muita paz e um Ano Novo repleto de realizações.

                                          Plínio Magalhães da Cunha

Indústrias Reunidas Francisco Vieira

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Plínio Magalhães da Cunha

Indústrias Reunidas Francisco Vieira
Foram as mais notáveis de Itapira antiga, fundadas em 1914 pelo Cel. Francisco Vieira, com um capital inicial de Rs.100.000$00 ( cem contos de réis). As fábricas e depósitos ocupavam vasta área situada às margens do Ribeirão da Penha, tais como: uma grande serraria e carpintaria (foto); fábrica de móveis; uma olaria para fabricação de tijolos, mosaicos e telhas; uma ferraria com oficina mecânica; uma fábrica de manteiga e outra de gelo. Anexos às indústrias existiam ainda um amplo depósito de materiais para construção, e um outro de lenha picada, cujos produtos eram comercializados na cidade, sendo transportados através de carroças.  Somente para se ter uma idéia, a produção da serraria no ano de 1921 girou em torno de 2.100 metros cúbicos de madeira serrada. Em 1922, essa produção subiu para 2.300 metros cúbicos. Os produtos das Indústrias Reunidas Francisco Vieira eram consumidos não só em Itapira, mas também nos municípios da região e do sul de Minas Gerais. Devido a excelente aceitação pelo comércio, as vendas em 1922 excederam à importância de Rs300:000$000 (trezentos contos de réis), uma renda bastante expressiva para aquela época. Nessa indústria trabalhavam 56 operários, cujos salários variavam de acordo com o setor em que exerciam suas atividades, como por exemplo: os oleiros e carpinteiros recebiam Rs3.500 a Rs8.000 diários por 8 horas de serviço; os mecânicos – de Rs5.000 a Rs10.000 pelo mesmo número de horas. Toda a maquinaria das indústrias era movida por dois motores elétricos, de 20 Hp cada um. O escritório estava situado no centro da cidade, na praça da Matriz (Praça Bernardino de Campos), onde permaneciam o gerente e o guarda-livros. Na foto da serraria, vê-se no seu interior o proprietário Cel. Francisco Vieira e o fazendeiro João Batista Pereira da Silva (o mais alto), conhecido como Joãozinho Bento, que construiu sua residência na esquina das ruas Regente Feijó e Comendador João Cintra, onde reside atualmente familiares do saudoso médico dr. José Alberto de Mello Sartori.

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli

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Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli
Foi fundada pelo sr. Ângelo Quiriolli, em junho de 1922, com um capital inicial de rs.45:000$000 (Quarenta e cinco contos de réis). A sua montagem foi lenta, mas muito cuidadosa, sendo escolhida a maquinaria mais moderna daquela época, destinada à fabricação de chapéus.
Eram 18 máquinas ao todo, inclusive as necessárias para o tratamento do pêlo utilizado para a confecção do produto.
Nessa indústria nascente trabalhavam 20 operários, dirigidos pelo próprio Quiriolli que era auxiliado por três contra-mestres contratados na cidade de São Paulo.
A produção inicial girava em torno de quatro dúzias diárias de chapéus.
Interessante dizer que, toda a maquinaria funcionava interligada por correias e acionada por uma máquina a vapor, cuja potência era estimada em 8 cavalos de força (HP).
Em fevereiro de 1923, desejando ampliar e aperfeiçoar sua indústria, Quiriolli recebeu como sócio o sr. Sarkis João, elevando, assim, o capital inicial da indústria para rs.1000:000$000 (cem contos de réis).
Com essa sociedade, a fábrica entrou em franco progresso. Foram adquiridas novas máquinas – acionadas por um motor elétrico de 24 cavalos – o que fez elevar a produção diária para dezesseis dúzias de chapéus de fino pêlo e castor, este último era material importado.
O número de operários também aumentou para 40, dos quais 23 eram do sexo masculino e 17 feminino.
Provisoriamente essa fábrica funcionava num prédio alugado, situado logo no início da rua José Bonifácio.
Mais tarde, os proprietários Quiriolli e Sarkis iniciaram a construção de um prédio próprio, numa área doada pela Câmara Municipal.
O projeto de construção do novo prédio foi orçado em rs.100:000$000 (cem contos de réis).
Nessa nova instalação da fábrica, aumentou o número de operários, e, logicamente, também a produção de chapéus.
Mais tarde, com a retirada de Quiriolli da sociedade, a indústria passou a ser apenas de Sarkis João.
Com a mudança da razão social, a Fábrica de Chapéus Sarkis experimentou um desenvolvimento formidável – ficando conhecida em todo o Brasil e no exterior através de seus famosos produtos de primeira linha.

Vista geral do prédio onde funcionava a Fábrica de Chapéus Sarkis até ser desativada.

Seção de fulas ou máquinas usadas para o feitio da armação (copa ou cone) dos chapéus de lã ou de pêlos.

Setor para a fabricação de caixas de papelão, com a estampa do logotipo da indústria, para acondicionar os chapéus prontos e destinados à comercialização.

Rua da Estação - Alfaiataria Portuguesa - 1920

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Plínio Magalhães da Cunha

Alfaiataria Portuguesa, que estava situada à Rua José Bonifácio (antiga Rua da Estação), por volta de 1920.
Em pé, defronte sua mesa de trabalho, está o proprietário do estabelecimento, Silvino Castilho Seixas, onde aplicava sua arte e habilidade para cortar o tecido, a fim de confeccionar com esmero os ternos e outros vestuários da época.
Sentados às máquinas de costura vê-se dois auxiliares. Aquele que aparece em primeiro plano da foto é o conhecido e saudoso profissional da tesoura, o itapirense Izaltino Pereira, o Tininho, como era carinhosamente chamado. Tininho também manteve por muitos anos sua própria alfaiataria, no mesmo prédio onde foi também sua residência, ao lado da casa de calçados “Diva”, na Rua José Bonifácio.
Nessa época, existiam em Itapira outros profissionais do ramo, dentre eles, citamos o historiador e músico João Torrecillas Filho, que hoje empresta o seu nome à Casa da Cultura; Benedito Amâncio de Camargo, o saudoso Lico Amâncio, proprietário da Lider da Praça; o alfaiate Gino Brunialti, com sua alfaiataria onde hoje funciona a loja Secolin & Sartorelli.
Atualmente, esse ramo de comércio está quase que praticamente extinto, pois as roupas são confeccionadas em fábricas, o que é uma pena.

O Futebol de Itapira em 1908

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Plínio Magalhães da Cunha

O futebol de Itapira em 1908
Esta foto de meu acervo é uma verdadeira relíquia, pois retrata o esquadrão do Sport Club Itapirense como era em 1908, isto é, há 103 anos.
Interessante notar que, todos os craques daquela época trajavam uniformes impecáveis, inclusive usando camisa de gola fechada (tipo colarinho) e gravata. As chuteiras eram as chamadas botinas, parecidas com os sapatões de hoje.
O Sport Club Itapirense tinha até o luxo de possuir dois uniformes: o primeiro, camisa preta e gravata, com o calção branco e meias pretas.
O segundo uniforme era camisa branca, gravata, calção branco e meias pretas.
Conseguimos identificar apenas alguns jogadores do clube: sentados, o segundo da primeira fila, da esquerda para a direita, é João Batista Cintra, o conhecido Joanico Cintra – um verdadeiro craque do passado – pai da professora Terezinha Pupo Cintra; o quarto, na mesma ordem, de uniforme branco, com um pé sobre a bola, é meu tio Aristides Vieira de Magalhães; logo atrás de Aristides, outro tio, Mário Vieira de Magalhães, e atrás do Mário, está Francisco Vieira (cel. Chico Vieira) grande esportista da época e um dos fundadores do Sport Club Itapirense, que empresta o seu nome ao Estádio Municipal de nossa terra, tendo ao seu lado esquerdo, de bigode (mas sem o seu famoso cavanhaque), o advogado Mário da Fonseca, fundador do jornal “Cidade de Itapira” em 1907 – tio-avô do Toy e do Betuska Fonseca.
NOTA: Infelizmente não conseguimos identificar outros jogadores, inclusive o cidadão de chapéu-côco, terno escuro e colete, apoiado elegantemente em sua bengala.