terça-feira, 11 de novembro de 2014

Casa dos Dois Leões

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Casa dos Dois Leões
Residência do fazendeiro Américo Augusto Pereira da Silva, construída no início do século passado, ou seja, 1930.
Essa residência era uma das mais bonitas de Itapira, e estava localizada na confluência das Ruas Campos Salles e Regente Feijó.
Esse imóvel chamava a atenção por ostentar sobre as duas pilastras que sustentavam o portão de entrada, dois leões esculpidos em mármore, adquiridos por Américo Pereira – como era carinhosamente chamado – em São Paulo, especialmente feito sob encomenda do fazendeiro.
Logo na entrada havia uma escadaria em mármore branco de Carrara – material importado e muito usado naquela época pela classe mais abastada – que dava acesso a um terraço coberto em forma de ele, ostentando nas paredes pinturas de paisagens bucólicas.
        Américo Augusto Pereira da Silva fora casado com Alzira Pereira de Oliveira, ambos de tradicionais famílias itapirenses. Era filho de Luiz Manoel Pereira da Silva (nascido em 11 de janeiro de 1834, e falecido em 04 de maio de 1899) e de Guilhermina Rodrigues do Nascimento, residentes na fazenda Bom Retiro, de sua propriedade.
Américo Augusto Pereira da Silva era descendente direto de Manoel Pereira da Silva, um dos fundadores da Penha do Rio do Peixe, hoje a nossa querida Itapira.

Hotel de Luxo

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Hotel de Luxo
Na foto acima, o prédio onde estava instalado em 1920, um dos primeiros hotéis de Itapira, o conhecido Hotel Sartini. À frente de um grupo de clientes, vê-se o seu proprietário, o hoteleiro Adagamus Sartini, homem inteligente, culto e respeitado, que possuía um grande círculo de amizade, não só em nossa cidade, mas também na região. Sartini falava fluentemente diversas línguas, dentre elas o italiano, francês, inglês e espanhol, haja vista que, na parede do refeitório, bem destacado, lia-se: “Aqui falamos todas as línguas”.
Ao lado do prédio, vê-se um automóvel Ford “bigode”, com o motorista e a direção do lado direito. Este carro era bem cuidado e trazia escrito em seu parabrisa “HOTEL SARTINI”. Era usado pelos seus inúmeros clientes – na maioria viajantes – que chegavam a Itapira através do trem da mogiana, desembarcando na Estação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, ali no Largo da Estação, de onde eram transportados para a tradicional hospedagem.
Esse prédio foi construído no início do século passado, e serviu muitos anos de residência do fazendeiro Bento Ignácio de Oliveira Cunha, primeiro Intendente (Prefeito) de Itapira em 1892.
O casarão da rua Francisco Glicério, depois de alojar também o Hotel Sartini, foi totalmente demolido, dando lugar a um estacionamento para automóveis.

O Vetusto Cubatão

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
O Vetusto Cubatão
Bairro do Cubatão nos idos de 1902, retratado da Avenida dos Biris, no Parque Municipal, no ano de sua inauguração.
Nessa foto, pode-se contar o pequeno número de casas ali construídas, além do caminho para alcançar o alto do Morro Macumbê. Mais ao fundo, divisamos um ramo da Cordilheira da Mantiqueira – notando-se o Pelado, em Monte Sião; o morro da Forquilha, logo na entrada de Jacutinga, ambas cidades pertencentes ao sul do Estado de Minas Gerais.
Mais abaixo, na foto, aparece um dos meandros do Ribeirão da Penha, que atualmente ainda abastece com suas águas a nossa Itapira, desde sua fundação em 1820.
Interessante ainda notar um caminho a partir do pequeno núcleo de casas, que era percorrido pelos pedestres que se dirigiam à cidade, ou, vice-versa, atravessando a famosa pinguela que unia as duas margens do ribeirão. Essa pinguela também servia de trampolim àqueles que arriscavam mergulhar de uma altura aproximada de 4 metros, principalmente durante as cheias, para praticar uma natação perigosa.
Nessa época o Ribeirão da Penha era muito piscoso, alegrando os pescadores que conseguiam fisgar o dourado, curimbatá, piracanjuba, chapara, bagre, mandi e outras espécies atualmente desaparecidas de suas águas poluídas, o que é uma pena.
Bairro do Cubatão em 2008, visto do mesmo ângulo da foto acima – 112 anos depois.

As ilações ficam por conta do leitor.