sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Museu Histórico na Loteria Federal


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha



Museu Histórico na Loteria Federal
Quando Itapira iria completar a 24 de outubro de 1976, 156 anos de existência, o então diretor do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, Plínio Magalhães da Cunha, entrou em contato com a direção da Caixa Econômica Federal, sugerindo-lhe que se fizesse uma homenagem à nossa cidade que aniversariava, através de uma extração da Loteria Federal, mostrando a todo o Brasil que Itapira sempre soube cultuar a memória de seu povo e suas tradições.
- Por que através do Museu?
- Porque esse Instituto Cultural de nossa terra, representa um instrumento insubstituível no campo histórico, tanto para o trabalho didático, educativo, a divulgação tridimensional do passado, como a preservação dos elementos – fatos, peças e documentos – que facultam àquela Casa, a sua função cívica e cultural, de aviventador da memória nacional.
É realmente o único instrumento que dispomos para a preservação desse manancial de bens culturais.
Diante do exposto, a alta direção da Caixa Econômica Federal, houve por bem acatar nossa sugestão, conforme foto e impressão da fração do bilhete em tela.
Vale ainda ressaltar que, a matriz do referido bilhete com a numeração (00000) encontra-se arquivada no Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”.

Entrega do pão e leite em Itapira


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Entrega do pão e leite em Itapira
Em nossa cidade, no início do século XX, a entrega do pão e do leite para a clientela era feita de maneira bem rústica, isto é, através de carrocinhas puxadas por tração animal.
Naquela época nossa cidade contava com onze padarias, sendo que três situavam-se na cidade, e oito nos arrabaldes. As mais conhecidas e que possuíam maior freguesia eram; Padaria Minerva, Padaria das Famílias e a Padaria Toscana. Essa última funcionava num casarão situado na praça da Igreja Matriz, onde hoje está um edifício de dois andares, ocupado pelo Cartório de Títulos. A Padaria Minerva localizava-se na esquina da confluência das ruas Rui Barbosa e XV de novembro, e pertencia à tradicional família Peres.
A massa do pão d’água era sovada manualmente, isto é, no “muque” dos padeiros, e os fornos à lenha eram construídos com tijolos e barro, de onde os pães saiam quentinhos para serem entregues em domicílio através das famosas carrocinhas (vide fotos), ou então vendidos nos balcões das padarias juntamente com o pão doce, roscas, broinhas, biscoitos de polvilho e outras guloseimas que alegravam a criançada.
Interessante notar que, cada pãozinho de 50gr. era vendido a Rs. 100 (cem réis) ou 1 tostão, e a clientela achava um abuso!
Quanto à venda de leite “in natura” não havia nenhum estabelecimento para esse mister. Provinha das chácaras, sítios e fazendas e a distribuição à clientela era feita, na grande maioria, em garrafas brancas e obturadas com “rolhas” de papelão branco. Alguns “leiteiros” também transportavam o produto em garrafas de cores variadas e arrolhadas com palha de milho. Outros, ainda faziam a entrega do leite a granel, isto é, através de grandes latões de alumínio, tendo na base uma torneirinha (foto).
Além desses tipos de transporte, alguns “leiteiros” ainda faziam a distribuição em garrafas acondicionadas em “picuás”, presos no dorso do animal (como na foto obtida ao lado da Igreja Matriz).
Naquela época também não existia em Itapira o leite pasteurizado, por esse motivo era aconselhado pelo Instituto de Higiene, que o produto fosse bem fervido antes de ser consumido.








Estradas de Itapira - Histórico


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Estradas de Itapira - Histórico
As estradas vicinais de Itapira eram consideradas regulares em relação às existentes na região. Somente a partir de agosto de 1904, é que a Câmara de Vereadores – que garantia os serviços de conservas – sentiu a necessidade de fomentar o escoamento das riquezas do município, aprovando um adendo à lei em vigor, passando a conservação permanente das estradas para a administração direta da Prefeitura Municipal. Diante desse novo expediente, todas as estradas que compunham a malha viária do município foram mensuradas e divididas em setores, e a conservação de cada setor foi posta em concorrência pública por meio de editais. Os concorrentes com preços mais vantajosos foram os escolhidos. Com essa medida adotada, os serviços passaram a ser executados permanentemente pelos empreiteiros ou “conservas”, conseguindo assim o efeito desejado. Diante do aumento do volume de serviços executados, houve necessidade da Prefeitura adquirir um caminhão, e mais tarde um trator da marca Ford, melhorando sensivelmente o andamento das obras a serem executadas. Na verdade as nossas estradas não eram consideradas de “primeira classe” como as mantidas pelo Governo do Estado, mas suficientes para manter um livre trânsito dos 54 automóveis registrados na Prefeitura Municipal.
Em 1917, as estradas mais conservadas eram: a de Itapira a Lindóia e Monte Sião; de Itapira a Eleutério e Sapucaí de Minas, com 23 quilômetros de extensão; a de Itapira ao Salto, com 18 quilômetros; de Itapira ao bairro do Rio do Peixe; de Itapira a Mogi Mirim, cujo trajeto de 12 quilômetros era percorrido em 25 minutos; a de Itapira a Amparo, além de outras estradas menores, mas de grande utilidade.

               Trecho da estrada ligando Itapira a Lindóia.

              Trecho da estrada ligando Itapira a Eleutério, vendo-se ao fundo como era nossa cidade em 1917.

Quanto às vias férreas, aproveito este “gancho” para lembrar que nossa cidade estava ligada à Viação Geral da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, pelo ramal de Itapira, inaugurado a 30 de julho de 1882. Esse ramal partia de Mogi Mirim, atravessava de oeste para leste todo o nosso município, até alcançar a Estação de Sapucaí de Minas, onde fazia junção com a Estrada de Ferro da Rede Sul Mineira. Eram 49 quilômetros percorridos diariamente por quatro composições ferroviárias, com baldeação nas estações de Itapira, de Barão Ataliba Nogueira, de Eleutério e Sapucaí de Minas. Os trens que percorriam o nosso ramal, dois eram mistos (carga e passageiros) e os outros dois somente para passageiros. É uma pena que tudo isso só ficou na história, enquanto algumas cidades do interior paulista preservam com carinho os trilhos e a “Maria Fumaça” fazendo sucesso no turismo. 




Feliz Natal


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
Natal... é a maior festa da cristandade, quando as famílias se reúnem para celebrar o nascimento do Cristo Salvador, d’AQUELE que nos abriu a janela da vida para a paisagem do universo.
É uma verdade constante quando irmanados num só pensamento, rogamos à natureza e ao seu Criador, a PAZ que simboliza em nosso idearium, como se fosse contas de um rosário que herdamos dos nossos antepassados, com a vontade de viver, de caminhar léguas e léguas dentro de nós, transpondo obstáculos, os pântanos da solidão, morrendo e renascendo para jamais separarmos da verdade e das sábias palavras de Cristo.
Neste dia de reflexões, o meu pensamento volta-se para o Natal, encontrando um oásis de paz, chegando à conclusão de que DEUS nos dá a graça de viver esta vida evanescente com o passar dos anos, admirando a doce linguagem da natureza através dos pássaros, das árvores, das flores, das estações, das manhãs radiosas e das tardes ao por do Sol, porque o Natal significa Vida, Amor, Alegria e Esperança.
A você caro leitor, um Feliz Natal com muita PAZ.

Um Grande Líder - Homenagem


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Um Grande Líder - Homenagem
Em 15 de março de 1901, nascia Virgolino de Oliveira em Itapira, no sítio denominado das Palmeiras, propriedade de seus pais. Durante sua existência foi um líder nato, um verdadeiro pioneiro não só no campo empresarial como também nos destinos políticos de nossa terra, conseguindo trazer para o município grandes benefícios, sendo até hoje relembrado com respeito e saudade. Sobre sua vida, assim se expressou o poeta Paulo Bomfin, da Academia Brasileira e Paulista de Letras: “A existência de Virgolino foi um ato de semear... e as sementes que deixou sobre a terra floresceram e hoje dão agasalho e labor”. Na Usina de N.S. Aparecida, por ele criada, desde os primórdios de sua existência ali eram recepcionadas ilustres personalidades pertencentes aos mais elevados escalões da política nacional, dentre elas governadores, ministro, deputados federais e estaduais, além de vereadores e empresários de Itapira e região.
Virgolino foi um grande líder, um verdadeiro idealista que se fazia sempre presente nas mais legítimas aspirações do povo itapirense, haja vista que, se não fosse sua têmpera de homem público, de seu bairrismo e dedicação a Itapira, nossa cidade não teria conseguido o primeiro Ginásio do Estado (em 1939), a criação da Escola Normal “Elvira Santos de Oliveira” em 1952, a construção da nova Igreja Matriz de N. S. da Penha, o novo Reservatório de Água, além de outros importantes benefícios.
Para ilustrar a sua liderança na política local, veiculamos nesta edição de Tempos Saudosos do Jornal Tribuna de Itapira, duas fotos, nas quais Virgolino de Oliveira está em sua residência na Usina, recebendo em 1951 políticos e autoridades itapirenses a fim de participarem de uma reunião com o Secretário da Educação do Estado, professor Juvenal Lino de Mattos, que também era deputado estadual e seu grande amigo.

Da esquerda para a direita: o Secretário da Educação – professor Juvenal Lino de Mattos; o cartorário Noé de Oliveira Rocha; o anfitrião Virgolino de Oliveira; o assessor de gabinete do Secretário e Anízio Simões. Atrás: jornalista Benedito Martins; vereador Benedito Serra; Américo Boretti; Ariovaldo Pereira da Cruz e vereador Olívio Cintra de Andrade.

Na mesma ordem: vereador Nillo Boretti; vereador João Moro; professor Juvenal Lino de Mattos; João Batista Rossi e seu filho vereador Hildebrando José Rossi; vereadores Olavo Job; Marcello Avancini e o anfitrião Virgolino de Oliveira.