- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha
Estradas de Itapira - Histórico
As estradas vicinais de Itapira eram consideradas
regulares em relação às existentes na região. Somente a partir de agosto de
1904, é que a Câmara de Vereadores – que garantia os serviços de conservas –
sentiu a necessidade de fomentar o escoamento das riquezas do município,
aprovando um adendo à lei em vigor, passando a conservação permanente das
estradas para a administração direta da Prefeitura Municipal. Diante desse novo
expediente, todas as estradas que compunham a malha viária do município foram
mensuradas e divididas em setores, e a conservação de cada setor foi posta em
concorrência pública por meio de editais. Os concorrentes com preços mais
vantajosos foram os escolhidos. Com essa medida adotada, os serviços passaram a
ser executados permanentemente pelos empreiteiros ou “conservas”, conseguindo
assim o efeito desejado. Diante do aumento do volume de serviços executados,
houve necessidade da Prefeitura adquirir um caminhão, e mais tarde um trator da
marca Ford, melhorando sensivelmente o andamento das obras a serem executadas.
Na verdade as nossas estradas não eram consideradas de “primeira classe” como
as mantidas pelo Governo do Estado, mas suficientes para manter um livre trânsito
dos 54 automóveis registrados na Prefeitura Municipal.
Em 1917, as estradas mais conservadas eram: a de
Itapira a Lindóia e Monte Sião; de Itapira a Eleutério e Sapucaí de Minas, com
23 quilômetros de extensão; a de Itapira ao Salto, com 18 quilômetros; de
Itapira ao bairro do Rio do Peixe; de Itapira a Mogi Mirim, cujo trajeto de 12
quilômetros era percorrido em 25 minutos; a de Itapira a Amparo, além de outras
estradas menores, mas de grande utilidade.
Trecho
da estrada ligando Itapira a Lindóia.
Trecho
da estrada ligando Itapira a Eleutério, vendo-se ao fundo como era nossa cidade
em 1917.
Quanto às vias férreas, aproveito este “gancho” para
lembrar que nossa cidade estava ligada à Viação Geral da Companhia Mogiana de
Estradas de Ferro, pelo ramal de Itapira, inaugurado a 30 de julho de 1882. Esse
ramal partia de Mogi Mirim, atravessava de oeste para leste todo o nosso
município, até alcançar a Estação de Sapucaí de Minas, onde fazia junção com a
Estrada de Ferro da Rede Sul Mineira. Eram 49 quilômetros percorridos
diariamente por quatro composições ferroviárias, com baldeação nas estações de
Itapira, de Barão Ataliba Nogueira, de Eleutério e Sapucaí de Minas. Os trens
que percorriam o nosso ramal, dois eram mistos (carga e passageiros) e os
outros dois somente para passageiros. É uma pena que tudo isso só ficou na
história, enquanto algumas cidades do interior paulista preservam com carinho
os trilhos e a “Maria Fumaça” fazendo sucesso no turismo.
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