domingo, 4 de setembro de 2016

Lembranças: Avenida dos Biris

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha 

Lembranças: Avenida dos Biris
Pode-se afirmar que, em épocas passadas, a preocupação maior dos visitantes que freqüentavam Itapira, era ver o Parque Municipal – o mais belo ponto turístico de nossa cidade.
Era um passeio agradável caminhar pela Avenida dos Biris e subir até o Cruzeiro, a fim de apreciar a beleza do panorama, como também apreciar as formas artísticas dos canteiros bem gramados e floridos, que realmente excediam a expectativa dos visitantes.
Por força da natureza, aquele logradouro público está assentado no ponto mais elevado da cidade, a mais de 120 metros acima do vale, numa enorme depressão que fica a seus pés, tornando-se deslumbrante a visão que descortina daquele local.
A Avenida dos Biris acompanha o topo do vale em forma semicírculo, onde observa-se um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, na hora do por-do-sol.
A natureza quis deixar no parque uma prova das revoluções acontecidas em eras remotas, que alteraram profundamente a face geológica do planeta. Que revoluções terríveis foram necessárias para cavar o profundo vale, desbastando a larga chanfradura ali existente.
Observa-se também no horizonte os mais pitorescos aspectos: ao longe, as montanhas azuis da serraria mineira; o Morro da Forquilha, o Pelado e outros menos conhecidos. Para poetizar tudo isso, o observador também se encanta com o Ribeirão da Penha, que corre no fundo do vale, formando meandros numa sinuosidade geométrica.
Foi desse ponto, encantado com a beleza do espetáculo ali reinante, que levou o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza – quando visitou Itapira em 1921 – a proferir a célebre frase: “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que até hoje ecoam no horizonte e nos corações dos itapirenses.
Foram palavras singelas e oportunas que deixaram uma lição de que, preservar a beleza, o passado e a história de uma cidade e de um povo é mais do que um dever a cumprir, porque são valores que devem e merecem ser perpetuados através das sucessivas gerações, sob todos os aspectos, inclusive o social, cultural e político.Terminando, escrevo uma frase conhecida: a saudade mata a gente... e anoto outra que não escreverei.

Relembrando Velhos Tempos

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
Relembrando Velhos Tempos
Bons tempos aqueles quando a juventude itapirense freqüentava o nosso sempre querido e lembrado Ginásio do Estado, instalado inicialmente em 1940 no prédio onde hoje funciona a Prefeitura Municipal. Ali, comparecíamos ciosos de nossos deveres e obrigações, em busca do saber, para que, num futuro ditoso, enfrentássemos com maior facilidade, outra escola importante, a escola da vida.
Lembro-me como se fosse hoje do primeiro dia de aula. Tudo era novidade! tudo era uma alegria contagiante, sadia e responsável
Na foto, eis um grupo de ginasianos durante um intervalo das aulas posando para o fotografo, com os uniformes bem cuidados: túnica e calça de brim caqui; cinturão em couro com fivela dourada; camisa branca; gravata, meias e sapatos preto.
A alegria era contagiante!
Na primeira fila – da esquerda para a direita: Francisco de Souza Ferreira; José Guerreiro e Ruy Crosngac. Na segunda fila: Ivan Galvão de França; Luiz Hermínio Simões Galdi e Walter Franco Bueno. Mais atrás, na terceira fila: Aluisio Telles Franco; Paulo de Almeida Serra; Flávio Barretta e Francisco Sidney Thomaz de Aquino.
No destaque da foto, eis a carteirinha de sócio nº76 do Centro Estudantino Itapirense (CEI) do nosso Ginásio do Estado (que eu guardo com muito carinho), com as assinaturas do aluno – Plínio Magalhães da Cunha – do primeiro presidente do CEI – Jácomo Vitório Coppos e do professor de francês do ginásio e um dos fundadores do CEI, Bettarello, aposto sobre minha fotografia, quando eu tinha apenas 13 anos de idade (ano de 1940).
A sede social era na parte superior da antiga Agencia Chevrolet, no início da Rua Comendador João Cintra.
Nessa época, ali eram realizados jogos e diversões (ping-pong, dominó, xadrez), como também palestras, saraus e exposições.
Aos sábados, eram realizados os bailes com a participação da já famosa orquestra do Tocha.

Câmara Municipal homenageia General

- Tempos Saudosos -
Plínio Magalhães da Cunha

Câmara Municipal homenageia General
Foi um preito da Câmara Municipal de Itapira, acontecido em 6 de abril de 1918, há 98 anos, sendo o General Luiz Barbeto a personagem central daquele auspicioso evento.
O convite acima para participar do banquete (foto) foi endereçado ao advogado itapirense dr. Júlio Cunha, conforme consta na parte superior do mesmo.
Na parte interna dessa convocação, consta do lado esquerdo o “MENU” e à direita o “DESSERT”.
Interessante notar que, todas as iguarias e bebidas a serem servidas, estavam grafadas em francês – conforme costume da época.
 Na última capa desse convite foram apostas as assinaturas de alguns convidados, logicamente a pedido do dr. Júlio Cunha, para ser guardado como “SOUVENIR” do acontecimento.
As assinaturas: general Luiz Barbeto; Coronel Sebastião P. Alves; dr. Manoel Augusto de Ornellas – juiz de direito que hoje empresta o seu nome ao prédio do Fórum local; o advogado dr. Arlindo da Rocha Campos; Ayres Martins Torres; Márcio Travasso; Jefferson Ferraz; Francisco Chagas e mais duas assinaturas ilegíveis.
PS: Interessante notar a ornamentação do convite.

Desfilando Lembranças - Carta que me emociona.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


Desfilando Lembranças.
Carta que me emociona.
“Meu caro Plínio Magalhães da Cunha.
Fiquei sabendo de seu notável trabalho no museu, e que é parente do saudoso Caetano Álvares. Permita-me que o cumprimente, e deseje-lhe felicidades. Todos os fatos nos aproximam...
                                                                       Do,
12/4/81                                                              J. Quadros.”

Caetano da Rocha Álvares é itapirense e meu parente do lado materno. Era engenheiro e foi Secretário da Viação e Obras Públicas de São Paulo, durante o governo de Jânio da Silva Quadros.
Nessa época (1955 a 1959) eu já era funcionário de Departamento do Arquivo do Estado (por concurso). Esse Departamento foi fundado em 1721 – um dos mais antigos de São Paulo – pelo Secretário do Governo da Província, Manoel Leite Rebelo, primeiro no Brasil em arquivo histórico. Ainda é o local onde o passado revive. Foi freqüentado assiduamente por consulentes e historiadores de renomes nacionais, como Afonso de Taunay, Sérgio Buarque de Hollanda (pai do cantor Chico Buarque), Alfredo Ellis Júnior e tantos outros que ali buscavam através de pesquisas, subsídios para seus trabalhos de história.
Quando fui convidado em 1972 pelo governo de São Paulo para implantar e dirigir o Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, sem pestanejar, vim com a família para Itapira, pois se tratava do Museu Histórico de minha querida terra natal e de meus ancestrais.
Lembro-me perfeitamente, com saudade, quando foi diretor do Conselho Estadual de Cultura o meu estimado amigo, pertencente à velha estirpe paulistana, o escritor e poeta Paulo Bomfim, pessoa excepcional com quem até hoje continuo mantendo um bom relacionamento de amizade.
Hoje, estou aqui aposentado, engolfado em minhas reminiscências dos “Tempos Saudosos”, ciente de ter cumprido com o meu dever.
Terminando, transcrevo aqui um dos Minutos de Paulo Bomfim, de seu livro “O Colecionador de Minutos”, em que diz: “As rosas murcham como a vida do homem. Guardo nesta página a pétala de uma emoção”.

Um Anúncio – 1923

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Um Anúncio – 1923
Quando pesquisava alguns jornais do ”Cidade de Itapira” no Museu Histórico, referentes ao ano de 1923, qual não foi minha surpresa ao deparar com anúncios de uma Clinica Médico – Cirúrgica, que me deixou bastante curioso, pois eu ainda não era nascido. Esse anúncio traz o nome de dois médicos recém formados em 1922 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que por serem colegas e muito amigos, resolveram exercer a nobre profissão em Itapira.
Trata-se dos drs. Dante Pazzanese e João Pereira da Cunha (o dr. Cunha), meu saudoso pai.
Após quatro anos de clínica, o dr. Dante Pazzanese deixou nossa terra para instalar outra clínica similar em São Paulo, tendo, inclusive, insistido com o dr. Cunha para trabalharem juntos na Capital Paulista. Esse convite não vingou por razões óbvias, porque o dr. Cunha optou para continuar exercendo a medicina em sua terra natal, sua querida Itapira.
Instalou seu consultório e residência numa casa da rua João de Moraes nº 04 (atualmente 331) onde viveu por toda sua vida com seus familiares, exercendo ali de forma ininterrupta os 50 anos de clínica médica, sempre à disposição de seus amigos, clientes e da Santa Casa de Misericórdia.
O dr. João Pereira da Cunha foi homenageado emprestando o seu nome ao PPA – Central sito á rua Bentico Pereira, e também a uma rua no bairro denominado Penha do Rio do Peixe.

Natal... uma mensagem.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Natal... é a maior festa da cristandade, quando as famílias se reúnem para celebrar o nascimento do Cristo Salvador, d’AQUELE que nos abriu a janela da vida para a paisagem do universo.
É uma verdade constante quando irmanados num só pensamento, rogamos à natureza e ao seu Criador, a PAZ que simboliza em nosso idearium, como se fosse contas de um rosário que herdamos dos nossos antepassados, com a vontade de viver, de caminhar léguas e léguas dentro de nós, transpondo obstáculos, os pântanos da solidão, morrendo e renascendo para jamais separarmos da verdade e das sábias palavras de Cristo.
Neste dia de reflexões, o meu pensamento volta-se para o Natal, encontrando um oásis de paz, chegando à conclusão de que DEUS nos dá a graça de viver esta vida evanescente com o passar dos anos, admirando a doce linguagem da natureza através dos pássaros, das árvores, das flores, das estações, das manhãs radiosas e das tardes ao por do Sol, porque o Natal significa Vida, Amor, Alegria e Esperança.
A você caro leitor, um Feliz Natal com muita SAÚDE, PAZ e FÉ EM DEUS.

Um passeio de helicóptero

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Um passeio de helicóptero
Corria o ano de 1975, quando uma esquadrilha de helicópteros pilotados por oficiais da Marinha Brasileira, sob o comando do Almirante Pedro Ernesto Carneiro Ribeiro, pousou no campo da Usina Nossa Senhora Aparecida.
Eram oficiais da Marinha do Brasil, que vieram a Itapira a fim de conhecer àquela importante indústria de nossa terra, ocasião em que foram recepcionados com a fidalguia que lhe é peculiar, pela diretora-presidente da Virgolino de Oliveira S. A. Açúcar e Álcool, dona Carmen Ruete de Oliveira, seus familiares, diretores da empresa e convidados especiais.
Durante a auspiciosa visita todos os presentes percorreram a área industrial da usina, ocasião em que puderam conhecer de perto as atividades específicas do setor sucroalcooleiro, ramo que sempre se houve com destaque especial na indústria brasileira.
Após os agradecimentos pela gentil acolhida recebida na Usina N. S. Aparecida, dentre os presentes, alguns foram convidados para um passeio de helicóptero... e lá fomos nós: Plínio Magalhães da Cunha, diretor do Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira”, o vereador Luiz Martinho Stringuetti, o saudoso jornalista Benedito Leite de Moraes, (os dois pilotos da aeronave) e o exímio fotógrafo André Santiago.
Realmente foi um dia memorável!

Uma visita importante – 1947

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha 

Uma visita importante – 1947
Recepção na usina N. S. Aparecida em 1947, quando da visita do Secretário Estadual da Educação, deputado Juvenal Lino de Mattos, ao seu particular amigo Comendador Virgolino de Oliveira, líder da política local. Naquele importante evento, estiveram presentes autoridades e convidados especiais de Itapira, prestando justas homenagens ao ilustre visitante, que sempre atendeu com muito carinho as reivindicações que lhe eram solicitadas, todas de grande interesse do nosso povo, quando Itapira experimentou um progresso formidável, tanto no campo educacional, como também nas obras de grande alcance social.
Na foto acima, vê-se da esquerda para a direita: dr. Décio Galdi – Francisco Otaviano Queluz – vereadores Octávio Franklin da Cunha – Marcelo Avancini e Antonio Caio – José Serra – Noé de Oliveira Rocha – dr. Marino da Costa Terrra – vereadores Hildebrando José Rissi e dr. José de Souza Ferreira – o homenageado Juvenal Lino de Mattos – o anfitrião, Comendador Virgolino de Oliveira – vereador Nilo Boretti – Olavo Job – José Pereira Lima – Antonio Rodrigues de Oliveira – (?) – dr. Murillo Arruda – Pedro Ferreira Cintra – jornalista Benedito Martins e os vereadores Wilson Victor dos Santos – Sebastião Bretas e Olívio Cintra de Andrade.

Solenidade Cívica

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 Solenidade Cívica
A 19 de novembro de 1975 – DIA DA BANDEIRA – houve solenidade na Praça Bernardino de Campos, no monumento à bandeira, ali erigido pelo Rotary Club local.
Após os hasteamentos das bandeiras do Brasil, de São Paulo e de Itapira, pelo juiz de direito da comarca, dr. Júlio dos Santos, pelo prefeito municipal Alcides de Oliveira e por José Grossi, presidente do Sindicato dos Papeleiros de Itapira, ocupou a tribuna o vereador João Moisés Andare, que em nome da Câmara Municipal, tendo ao seu lado o vereador José Ludovino Andrade, falou sobre o importante evento cívico.
Ainda entre os presentes, nota-se na foto, da esquerda para a direita: vereadores César Bianchi; Manoel (Neco) de Freitas Filho; diretor do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, Plínio Magalhães da Cunha; tenente Onofre Mangini Marques; vereador José Guilherme da Rocha franco e Antonio Carlos Risola.
Para recordar:
SALVE LINDO PENDÃO DA ESPERANÇA!
SALVE, SÍMBOLO AUGUSTO DA PAZ
TUA NOBRE PRESENÇA, À LEMBRANÇA
A GRANDEZA DAPÁTRIA NOS TRAZ...
Esta é a primeira estrofe do nosso hino à Bandeira, escrito por Olavo Bilac, e música do maestro Francisco Braga. 

Uma Visita Proveitosa

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 
Uma Visita Proveitosa
Visita ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” em março de 1974, dos alunos do MOBRAL de Itapira acompanhados de seus respectivos professores.
Essa visita, coordenada pela museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha, excepcionalmente, aconteceu à noite, porque os alunos trabalhavam durante o dia, ficando, assim, impossibilitados de comparecerem àquele Instituto durante o seu expediente normal.
Foi realmente uma visita muito proveitosa, ocasião em que os estudantes percorreram todas seções daquele órgão, recebendo explicações detalhadas das peças expostas, demonstrando o mais vivo interesse em conhece-las.
Como curiosidade, pode-se ver ainda na foto, o belíssimo relógio que pertenceu à primeira Câmara Municipal de Itapira, que ainda funcionava perfeitamente, marcando naquela noite 20:10horas. Suas badaladas eram tão fortes, que podiam ser ouvidas não somente no museu, mas também nas adjacências do prédio.
O encarregado para dar assistência técnica àquela verdadeira relíquia – sem nenhum ônus – era o exímio relojoeiro, muito conhecido em nossa cidade, José Ramonda.

1948 – Ginásio do Estado.

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Plínio Magalhães da Cunha

 
1948 – Ginásio do Estado.
Alunas que cursaram a 4ª série ginasial em 1948, quando aquela escola ainda funcionava no prédio hoje ocupado pela Prefeitura Municipal, à rua João de Moraes.
Na foto, todas sorridentes posaram para a posteridade, vendo-se ao centro o estimado professor de Latim – José Paulino da Costa Neto.
Na primeira fila, da esquerda para a direita: Maria Aparecida Barretto – Maria Terezinha Pupo Cintra – Terezinha Cavenaghi – Ivone Cavenaghi – Diva Clemente – Maria Clara Serra e Maria Terezinha Avancini.
Na segunda fila, em pé e na mesma ordem: Neuza Pereira – Silvia Aguiar – Anny de Castro – Maria Yolanda Lopes – Edna Passarella – Maria Helena Trani Plumari – Terezinha Oliveira e Silva – Áurea Siqueira – Maria Lúcia da Cunha – Carolina Calil – Mirian Cruz e Ivone Lang. (acervo – Maria Lúcia da Cunha Fraga Costa).

Inauguração do Parque Municipal – 23/12/1902

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Inauguração do Parque Municipal – 23/12/1902
           Quando foi intendente (hoje prefeito) Jacintho Franklin Alvarenga da Cunha, meu avô do lado paterno, terceiro prefeito de Itapira de 1902 a 1905, a nossa cidade experimentou naquela época um progresso fantástico. Durante a sua gestão, Franklin da Cunha apoiado por um grupo de políticos influentes, inclusive por Alfredo de Azevedo, seu particular amigo (e irmão do famoso engenheiro Ramos de Azevedo, cuja estátua se acha localizada em São Paulo, na Avenida Paulista, defronte ao Trianon e do Parque Avenida), conseguiu trazer inúmeros benefícios e melhoramentos para o nosso município. Durante sua profícua administração instalou na cidade as primeiras guias e sarjetas, mandou construir a represa na Ponte Nova para ali funcionar o Usina Hidroelétrica de Itapira. No último ano de sua gestão, inaugurou a 14 de maio de 1905, a iluminação pública das ruas da cidade, cujo evento foi bastante festejado. Determinou a construção do Parque Municipal, cuja inauguração se deu a 23 de dezembro de 1902 (foto acima), um dos pontos turísticos mais apreciados da região, dos itapirenses e de todos aqueles que visitam Itapira.
Interessante notar ainda que, o ano da inauguração estava inscrito em plantas ornamentais num canteiro central, e logo acima uma placa com os dizeres: “a guarda deste jardim está afeta ao público”. Mandou abrir a Avenida dos Birís, e implantou no alto da colina o Cruzeiro – na passagem do século, em 1902, representando o símbolo da fé.
Fez realizar em Itapira a 03 de maio de 1903, a primeira Festa da Árvore (a primeira do Estado de São Paulo foi na cidade de Araras e a segunda em Pirassununga).
Para essa festividade trouxe a Itapira o poeta Coelho Neto (que assinou a ata do evento), plantando ao lado do grupo escolar Dr. Júlio de Mesquita uma árvore símbolo – o pau Brasil.
O prefeito Franklin da Cunha plantou dentro do Parque Municipal aquela espécime centenária, (grevillea robustas) que está como uma sentinela avançada no início da Avenida dos Birís, ao lado do Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, um instituto cultural de nossa terra, implantado pelo seu neto Plínio Magalhães da Cunha, e ali inaugurado em 21 de abril de 1974.

Peça Histórica do Banco do Brasil.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

 Peça Histórica do Banco do Brasil.
Em 11 de março de 1992, o Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, recebeu como doação da Agência do Banco do Brasil local, uma interessante e engenhosa peça histórica, que pertenceu àquela autarquia desde 12 de março de 1942 – data de sua instalação em Itapira.
Trata-se de uma Prensa Copiadora de Balancetes Diários, pesando cerca de 200 quilos, a qual foi desativada para dar lugar a um novo sistema mais ágil e moderno.
A entrega dessa peça à diretora do Museu Histórico, Maria Carmelita La Farina da Cunha, foi feita pelo gerente geral da agência, o itapirense Ângelo João Bonfá, que naquele ato se fazia acompanhar dos funcionários Hélio Citrângulo, Valdir Zani, Idalo Olivo Paschoal e do ex-gerente da agência, Vitório Visnardi.
Na ocasião, a diretora fez um agradecimento, dizendo que: “esta peça histórica irá fazer parte integrante do museu, que guarda, preserva e difunde o seu valioso acervo”. Ainda naquela oportunidade congratulou-se com as comemorações dos 50 anos da Agência do Banco do Brasil em nossa cidade.

Uma Foto Histórica - 1974

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Uma Foto Histórica - 1974
Localização da área para construção do Ginásio de Esportes “Prefeito Benedito Alves Lima” – ITAPIRÃO – ao lado do Estádio Municipal “Cel. Chico Vieira”. Essa área foi doada em 1974 à Secretaria de Estado da Cultura, Esportes e Turismo, a fim de ser construído, ás expensas do Governo do Estado, o primeiro Ginásio de Esportes (coberto) de Itapira, na gestão do então prefeito Alcides de Oliveira e construído através do deputado Januário Mantelli Neto.
Na foto, da esquerda para a direita: Carmona, Antônio Carlos Pereira de Moraes (Gordo Moraes), João Ângelo Bonfá (Janjo), Kali, Ana Maria de Oliveira, prefeito Alcides de Oliveira, Secretário de Estado da Cultura, Esportes e Turismo – Pedro de Magalhães Padilha, Rita Marella, Melitinha Cunha, vereador Benedito Ézio Levatti, deputado Mantelli Neto – Presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, vereador Francisco Vieira, Quico Rovaris, vereador João Moisés Andare, Maria Carmelita La Farina da Cunha, Plínio Magalhães da Cunha, diretor do Museu Histórico de Itapira, vereador Manoel (Neco) de Freitas Filho e vereador Antônio Celidônio Ruete, Presidente da Câmara Municipal, o jornalista J. Enoque – do jornal A Comarca de Mogi Mirim. Mais atrás: Professor Luiz Emke e o vereador Antônio Carlos Martins.

A Caixa d’água do Parque

- TEMPOS SAUDOSO -
Plínio Magalhães da Cunha


A Caixa d’água do Parque
Até hoje funciona como reservatório de água localizado no centro do parque “Juca Mulato”, ao lado do prédio do Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira”. A data de sua construção ainda pode ser vista no seu frontispício: setembro de 1897.
Essa caixa distribuía diariamente à cidade perto de 1.500.000 litros de água, com capacidade para abastecer cerca de 900 prédios.
A água ali capitada, provinha de quatro mananciais: o de Águas Claras, do Arrozal, da Mata (na fazenda Santa Adélia) e dos Macucos.
A beleza desse reservatório estava na sua parte superior, isto é, a que cobria toda a extensão com cimento armado para suportar o peso de um jardim – conhecido naquela época como “Jardim Suspenso” – onde ostentava uma enorme quantidade de plantas ornamentais, cultivadas com esmero pelos jardineiros João e Afonso. Lembro-me muito bem deles e desse jardim.
As plantas ali cultivadas também serviam para a ornamentação de todos os canteiros do parque, que após serem replantadas, apresentavam um agradável visual muito admirado pelos visitantes daquele logradouro.
Na foto em tela, vê-se ainda a saudosa “Avenida dos Birís”, cujas árvores na primavera ficavam revestidas de flores amarelas. Suas pétalas quando sopradas pelo vento, cobriam toda a extensão de seu leito, de onde descortinava no horizonte o azul da velha Mantiqueira.

Um Grande Líder

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Um Grande Líder
Em 15 de março de 1901, nascia Virgolino de Oliveira em Itapira, no sítio denominado das Palmeiras, propriedade de seus pais. Durante sua existência foi um líder nato, um verdadeiro pioneiro não só no campo empresarial como também nos destinos políticos de nossa terra, conseguindo trazer para o município grandes benefícios, sendo até hoje relembrado com respeito e saudade. Sobre sua vida, assim se expressou o poeta Paulo Bomfin, da Academia Brasileira e Paulista de Letras: “A existência de Virgolino foi um ato de semear... e as sementes que deixou sobre a terra floresceram e hoje dão agasalho e labor”. Na Usina de N.S. Aparecida, por ele criada, desde os primórdios de sua existência ali eram recepcionadas ilustres personalidades pertencentes aos mais elevados escalões da política nacional, dentre elas governadores, ministro, deputados federais e estaduais, além de vereadores e empresários de Itapira e região.
Virgolino foi um grande líder, um verdadeiro idealista que se fazia sempre presente nas mais legítimas aspirações do povo itapirense, haja vista que, se não fosse sua têmpera de homem público, de seu bairrismo e dedicação a Itapira, nossa cidade não teria conseguido o primeiro Ginásio do Estado (em 1939), a criação da Escola Normal “Elvira Santos de Oliveira” em 1952, a construção da nova Igreja Matriz de N. S. da Penha, o novo Reservatório de Água, além de outros importantes benefícios.
Para ilustrar a sua liderança na política local, veiculamos nesta edição de Tempos Saudosos do Jornal Tribuna de Itapira, duas fotos, nas quais Virgolino de Oliveira está em sua residência na Usina, recebendo em 1951 políticos e autoridades itapirenses a fim de participarem de uma reunião com o Secretário da Educação do Estado, professor Juvenal Lino de Mattos, que também era deputado estadual e seu grande amigo.

Da esquerda para a direita: o Secretário da Educação – professor Juvenal Lino de Mattos; o cartorário Noé de Oliveira Rocha; o anfitrião Virgolino de Oliveira; o assessor de gabinete do Secretário e Anízio Simões. Atrás: jornalista Benedito Martins; vereador Benedito Serra; Américo Boretti; Ariovaldo Pereira da Cruz e vereador Olívio Cintra de Andrade.

Na mesma ordem: vereador Nillo Boretti; vereador João Moro; professor Juvenal Lino de Mattos; João Batista Rossi e seu filho vereador Hildebrando José Rossi; vereadores Olavo Job; Marcello Avancini e o anfitrião Virgolino de Oliveira. 

Semana da Pátria

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


Semana da Pátria
O Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” – em 1984 – comemorando festivamente a Semana da Pátria e a magna data nacional, o 7 de setembro.
Na oportunidade, como acontecia todos os anos, era montada no salão nobre daquele órgão – quando ainda estadual – uma exposição temporária alusiva ao evento, ocasião em que era visitada por estudantes e pelo público em geral.
Essas exposições eram também apresentadas nas principais datas históricas, quando os alunos dos estabelecimentos de ensino compareciam acompanhados de seus professores, em visitas programadas entre o museu e a escola.
O motivo primordial dessas exposições era a de permitir a visualização do fato histórico em três dimensões, encerrando, assim, um poder didático sem rival. Isso acontece porque os museus são instrumentos insubstituíveis no campo histórico, tanto para o trabalho didático e educativo, como também à divulgação do passado, preservando os elementos – fatos, peças e documentos – que irão facultar ao instituto a sua função cívica e cultural, de aviventador da memória nacional.
Nas fotos acima, dois aspectos do Museu Histórico e Pedagógico, que tem como patrono o benemérito itapirense Comendador Virgolino de Oliveira.
Na primeira, vê-se uma exposição temporária de peças, documentos e uma panóplia com as treze bandeiras históricas que tremularam em solo de nossa pátria; a outra foto – em continuação do salão nobre – a sala em homenagem aos prefeitos que administraram Itapira desde 1892 até o último, além de documentos importantes sobre nossa terra.
De certa feita, conversando com um velho amigo e colega da Secretaria de Estado da Cultura, nos anos 70, o poeta e escritor Paulo Bomfin, membro da Academia Paulista e Brasileira de Letras, perguntei-lhe: como você definiria de uma forma bem sucinta um museu?
Ele então, sem pestanejar disse-me: “MUSEU É A MEMÓRIA DE UM POVO... NELE O PASSADO É ETERNO”.
Em poucas palavras disse tudo!

Solenidade Cívica

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Solenidade Cívica
Festividade defronte ao Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, em coordenação com o Grupo Escolar “Dr. Júlio Mesquita”, em 23 de maio de 1975, dia do Soldado Constitucionalista de 1932.
Naquele evento, ali compareceram autoridades, professores e alunos, relembrando o 23 de maio e a epopéia de 1932, acontecimentos históricos e importantes para o povo paulista.
Na foto, notamos as presenças – da esquerda para a direita (em semicírculo): professora Lia Boretti de Almeida – diretora do Grupo Escolar; prefeito Alcides de Oliveira; vereador João Moisés Andare – representando a Câmara Municipal; Plínio Magalhães da Cunha – diretor do Museu Histórico; Maria Carmelita La Farina da Cunha – museóloga e coordenadora do evento; professoras – Clara Martins Santiago Moraes; Geni Piva Zázera; Aparecida Galli; Helena ... e Ruth Carpi Rezende.
Em relação às alunas do Júlio Mesquita de 40 anos passados não me foi possível identificá-las. Deixamos essa incumbência às professoras, familiares ou então para as próprias alunas.

Escola particular - 1942

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Plínio Magalhães da Cunha

Escola particular - 1942
Alunos da Escola Particular Nossa Senhora da Penha – preparatório para o ginásio nos idos de 1942, dirigida pela emérita professora Diva Magalhães Raymonti, mestre que soube dar o melhor de si em prol do ensino em nossa cidade. Também lecionou por mais de três décadas no Grupo Escolar “Dr. Júlio Mesquita”.

Na foto, dona Diva, como era carinhosamente chamada, ladeada pelas alunas do curso preparatório. Na primeira fila, da esquerda para a direita: Yolanda Roque, Diva Clemente, Leila Ferreira Alves, Renée Azevedo, Therezinha Pupo Cintra, Eunice Ferraz de Campos, Diva Queluz e Gilda Ulhoa Cintra Pereira.
Na segunda fila, da esquerda para a direita: Terezinha Bonatelli Pinto, Ordália Stolf, Conceição Lorene Guinezi, Sophia Sarkis, Ruth Crosgnac, Maria Aparecida dos Reis, Ruth Gomes Pereira, Hilda Westin Cerqueira Leite, Gilza de Ulhoa Cintra Pereira e uma aluna que não conseguimos identificar.

Outro grupo de alunos ladeando dona Diva, disposto na seguinte ordem, a partir da esquerda para a direita: SENTADOS – José Carlos Serra; Gilberto (Leto) Pereira Job; José Rocha Clemente; Fausto Finasi e Mariowaldo Avancini. EM PÉ, na mesma ordem (segunda fila): José Guerreiro; José Trani; Ulises Monezzi; Sebastião Breda; João Batista Risolla; José B. Alvarenga; José Ferreira Alves; Wilson Ricciluca; Weimar M. Moraes; Leone Torres; Firmino Gonçalves (Formiga); Paulo Almeida Serra; Paulo Fernandes: ?; Ranzatto e Marthos Fernandes. Na terceira fila: ?; Francisco (Anquinho) Siqueira; J. Avancini; Hortêncio Breda; Benedito Soares; Antônio Soares; Quinú; José Miguel Bittar e Euclides Avancini.

Tiro de Guerra 435

 -TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Tiro de Guerra 435
Integrantes do Tiro de Guerra 435, cujo instrutor era o primeiro sargento Francisco Nascimento Bahia – no ano de 1945.
Essa unidade servia Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçú e Vergel.
Os itapirenses que faziam parte são: - em pé, da esquerda para a direita – Lázaro Alves da Almeida (Lero); José de Souza Ferreira Neto (Juca); 2 não identificados, e logo a seguir o Nelo Regatiere. Agachados, na mesma ordem: Constantino Costa (Tino) e Nicola Finelli.
Sentados na primeira fila: João Cintra Machado; João Secchi Franco; não identificado; Jorge Sarkis; João Passarella Neto e Décio Stolf.

CARETA – UMA REVISTA

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


CARETA – UMA REVISTA
A guisa de curiosidade mostra na edição deste domingo, a capa de uma revista intitulada CARETA, editada em 18 de setembro de 1926, cuja redação e oficina situavam-se no Rio de Janeiro.
Interessante notar que, o preço de cada número era de 500 RÉIS, conforme poderá ser visto ao lado esquerdo do rodapé.
Ainda na capa dessa edição – tomando todo o espaço – aparece uma charge referente à política republicana da época.
O conteúdo dessa publicação é de 44 páginas, versando sobre diversos assuntos, dentre eles: sociais, políticos, contos, interessantes anúcios comerciais e, principalmente, muitas charges envolvendo personagens daqueles tempos. Ao lado, um diálogo entre dois famosos bonecos, criação do célebre Belmonte: Juquinha e Juca Pato.
As ilações ficam por conta do leitor.

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli 
Foi fundada pelo sr. Ângelo Quiriolli, em junho de 1922, com um capital inicial de rs.45:000$000 (Quarenta e cinco contos de réis). A sua montagem foi lenta, mas muito cuidadosa, sendo escolhida a maquinaria mais moderna daquela época, destinada à fabricação de chapéus.
Eram 18 máquinas ao todo, inclusive as necessárias para o tratamento do pêlo utilizado para a confecção do produto.
Nessa indústria nascente trabalhavam 20 operários, dirigidos pelo próprio Quiriolli que era auxiliado por três contra-mestres contratados na cidade de São Paulo.
A produção inicial girava em torno de quatro dúzias diárias de chapéus.
Interessante dizer que, toda a maquinaria funcionava interligada por correias e acionada por uma máquina a vapor, cuja potência era estimada em 8 cavalos de força (HP).
Em fevereiro de 1923, desejando ampliar e aperfeiçoar sua indústria, Quiriolli recebeu como sócio o sr. Sarkis João, elevando, assim, o capital inicial da indústria para rs.1000:000$000 (cem contos de réis).
Com essa sociedade, a fábrica entrou em franco progresso. Foram adquiridas novas máquinas – acionadas por um motor elétrico de 24 cavalos – o que fez elevar a produção diária para dezesseis dúzias de chapéus de fino pêlo e castor, este último era material importado.
O número de operários também aumentou para 40, dos quais 23 eram do sexo masculino e 17 feminino.
Provisoriamente essa fábrica funcionava num prédio alugado, situado logo no início da rua José Bonifácio.
Mais tarde, os proprietários Quiriolli e Sarkis iniciaram a construção de um prédio próprio, numa área doada pela Câmara Municipal.
O projeto de construção do novo prédio foi orçado em rs.100:000$000 (cem contos de réis).
Nessa nova instalação da fábrica, aumentou o número de operários, e, logicamente, também a produção de chapéus.
Mais tarde, com a retirada de Quiriolli da sociedade, a indústria passou a ser apenas de Sarkis João.
Com a mudança da razão social, a Fábrica de Chapéus Sarkis experimentou um desenvolvimento formidável – ficando conhecida em todo o Brasil e no exterior através de seus famosos produtos de primeira linha.

Seção de fulas ou máquinas usadas para o feitio da armação (copa ou cone) dos chapéus de lã ou de pêlos.
Setor para a fabricação de caixas de papelão, com a estampa do logotipo da indústria, para acondicionar os chapéus prontos e destinados à comercialização.

Farmácias do meu tempo

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Farmácias do meu tempo
Interior da Farmácia da Fé, uma das mais antigas de Itapira por volta de 1923.
Nesta foto, vê-se atrás da máquina registradora, um dos fundadores daquele estabelecimento: Saturnino França.
Nota-se ainda, as prateleiras impecáveis e repletas de medicamentos farmacêuticos; os vasos com plantas ornamentais e o gradil de madeira torneada, que separava o cliente do interior da farmácia.
Na foto original do meu acervo, aparecem também dois pedestais ladeando a caixa registradora, encimados por duas esferas de vidro transparente, cujo conteúdo era água colorida: uma de cor vermelha e a outra verde, oferecendo um bonito visual àqueles que lá compareciam.
Naquela época, existiam em Itapira apenas três farmácias: a Farmácia da Fé, situada numa esquina da Rua da Estação (José Bonifácio) num prédio onde hoje funciona a Casa Radiluz; a Farmácia N.S. da Penha, pertencente a Alfredo Bueno, localizada no Largo da Matriz, e a Farmácia Passarella, situada do lado esquerdo da José Bonifácio, quase na esquina da Campos Salles, que pertencia ao casal de farmacêuticos, Ricardo Passarella e d. Durvalina Freyre Passarella (ela também era farmacêutica).
Essas farmácias eram dotadas de um laboratório, a fim de “seguir à risca” os receituários médicos, que naquela época continham as fórmulas dos medicamentos receitados. Hoje esses remédios já vem prontos das indústrias farmacêuticas, com as bulas e as respectivas dosagens.
Lembro-me perfeitamente da Farmácia da Fé, quando ainda menino lá estive muitas vezes a fim de buscar algum medicamento receitado por meu pai, o médico dr. João Pereira da Cunha, o dr. Cunha, que clinicou em Itapira por mais de 50 anos.
Conheci também o farmácia Passarella, a Farmácia N. S. da Penha, e mais tarde a Farmácia Paulista do Sr. Antonio Serra, que ocupou um antigo casarão no largo da Matriz, onde também foi residência do Sr. Eduardo de Almeida (conhecido como nhô-nhô Gregório), sogro do Sr. Antonio Serra. Ali também foi residência do Sr. Luiz Norberto da Fonseca, onde funcionou a Rádio Clube de Itapira. Hoje, ali está o prédio do Banco do Brasil.
Pois bem... há momentos que eu sinto o tempo refluir, mas depressa caio na realidade sentindo que não é a vida que passa, somos nós que viajamos apressados rumo o desconhecido, levando apenas o nosso passaporte com a chancela: c’est fini...