quinta-feira, 9 de maio de 2013

Festa das Nações – 1920 - Barraca Hespanhola


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha



Festa das Nações – 1920
Em tempos idos, acontecia todos os anos no Parque Municipal de Itapira – dentro de um calendário pré-estabelecido pelos organizadores – uma interessante festa de congraçamento entre os habitantes de nossa terra, principalmente àqueles que possuíam profundas raízes vincadas nos mais diversos paises do globo.
Naquele local, adredemente preparado para servir de palco, erguiam-se sugestivas e ornamentadas barracas, cada uma delas mostrando os diferentes costumes de sua gente, de seu país de origem, desde o vestuário até a culinária.
Na verdade era um evento alegre e até mesmo romântico.
Essa festa das nações atraia um numeroso público que ali comparecia a fim de assistir aos “shows” apresentados, saboreando iguarias apetitosas, cujas receitas foram trazidas dos paises de origem, e servidas por jovens vestidas à caráter.
Para ilustrar parte desse evento realizado em 1920, aqui em Itapira, eis uma foto sugestiva da “BARRACA HESPANHOLA”, tendo à frente seus responsáveis, sendo a maioria descendente de famílias da velha Espanha.
À frente da barraca, sentadas: 1 – Astrogilda Peres, 2 – Esmeralda Peres, 3 – Maria Sanches, (?) e Paulina F. de Almeida. Em pé 1 – 2 – 3 não identificadas, 4 – Isabel Sanches, 5 – (?), 6 – Manoel Rocha, 7 – Custodio Peres, 8 – Arlindo Solha Peres, 9 – Norberto Solha Peres, 10 – Uvalsina Peres, 11 – Maria José de Almeida Peres, 12 – Maria Madalena de Almeida e as irmãs – 13 – Ana e 14 – Benedita. Na primeira janela à esquerda (não identificados), e na outra janela a menina Irene Peres.

Itapira Reverencia São Benedito


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Itapira Reverencia São Benedito
Logo no início do mês de maio começa a tradicional e sempre esperada festa em louvor ao Santo Padroeiro – SÃO BENEDITO, popularmente conhecida em Itapira e região, como a “Festa do 13”.
Essa comemoração religiosa e folclórica acontece também em quase todas cidades brasileiras, mudando apenas o calendário, e muitas vezes, o santo padroeiro.como por exemplo, citamos: festa de São Sebastião em Lindóia (no mês de janeiro); festa de N. Sra. do Rosário em Serra Negra (no mês de outubro); festa de N. Sra. do Belém em Itatiba (mês de setembro), e assim por diante. Mas as dedicadas a N. Sra. do Rosário e a São Benedito, constituem uma denominação comum na maioria das cidades brasileiras.
Na parte folclórica, Itapira também apresenta a famosa Congada (veja fotos obtidas em 1961), cujos componentes levam os mais variados instrumentos que emitem sons característicos, fazendo um belo conjunto harmonioso, dando ênfase ao aspecto guerreiro, representando as lutas entre mouros e cristãos, como também teatralizam as lutas entre um Rei Congo e uma Rainha Ginga.
Em todas essas configurações os congadeiros mostram através de bailados de espadas e bastões, entremeados de diálogos e coros, seqüências que recebem o nome de “Embaixada”.
Em geral, as festas de caráter religioso, subordinadas a um calendário rígido – como a de Itapira – traduzem uma motivação interna que leva o nosso grupo de dança a se apresentar reverenciando o Santo Padroeiro, o qual seja – São Benedito, cuja efígie está estampada na bandeira.



As fotos mostram a apresentação da Congada de Itapira na tradicional festa em louvor a São Benedito, no dia 13 de maio de 1961. Nessas fotos, vê-se os congadeiros portando seus instrumentos: bumbo, pandeiro, adufo, caixeta, caixa, rabeca, sanfona e violão.
Nota-se ainda as crianças que também desempenham papel de transcendental importância na transmissão do folguedo.


Visita oficial ao Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, em março de 1987


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Plínio Magalhães da Cunha


Visita oficial ao Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira, em março de 1987, da Secretária Bete Mendes, da Secretaria Estadual da Cultura, pois, nessa época, o Museu ainda não havia sido municipalizado, e pertencia à rede de museus do governo do Estado.
Quando da chegada da ilustre visitante àquele Instituto Cultural de Itapira, foi recebida pelas autoridades locais, contando, ainda, com presença do público e da tradicional Congada itapirense, que na oportunidade homenageou Bete Mendes. Foi uma recepção carinhosa defronte àquele órgão, quando a nossa Congada procedeu evoluções acompanhadas de cânticos ao som dos instrumentos característicos dos congadeiros.
Essa apresentação emocionou a Secretária Bete Mendes, ocasião em que agradeceu a homenagem carinhosa a ela prestada, elogiando o desempenho da nossa Congada.
Bete Mendes sempre atuou no meio artístico, principalmente em muitas novelas conhecidas do público brasileiro.

Museu Histórico de Itapira


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Plínio Magalhães da Cunha

Museu Histórico de Itapira
Em 21 de abril de 1974 (hoje faz aniversário), foi inaugurado o novo prédio do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira" – há 39 anos.
Esse importante instituto cultural de nossa terra, que guarda, preserva e difunde a história do Brasil, de São Paulo e da nossa querida Itapira, ocupou inicialmente uma casa alugada pelo então prefeito Hélio Pegorari, na confluência das ruas João de Moraes e XV de Novembro, onde hoje funciona parte da Câmara Municipal. Ali permaneceu por quase dois anos – de 24 de outubro de 1972 até 21 de abril de 1974 – ocasião em que foi transferido para ocupar um prédio inteiramente reformado no parque municipal “Juca Mulato”, na gestão do então prefeito Alcides de Oliveira (vide foto).
Esse órgão foi criado pelo governador Laudo Natel através do decreto 1015, de 02, publicado no DOE de 03 de fevereiro de 1972, ficando incorporado à rede de Museus do Estado, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura, na gestão do secretário Pedro de Magalhães Padilha.
Para implantar e dirigir o nosso Museu Histórico, o governo de São Paulo designou o funcionário estadual Plínio Magalhães da Cunha, museólogo da Secretaria da Cultura, a fim de executar a tarefa, incumbência  feita com bastante carinho, pois tratava-se do Museu de sua terra natal.
A denominação de Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira”, foi dada por decreto do governador de São Paulo Laudo Natel, numa justa homenagem a um grande itapirense, a quem o Brasil, São Paulo e a sua querida Itapira muito devem.
O museu foi municipalizado por decreto estadual nº 44.735, de 3 de março de 2000.

Prédio do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” – no Parque Municipal “Juca Mulato” – no dia da inauguração: 21 de abril de 1974.


Descerramento da fita inaugural do novo prédio do Museu, feito por dona Carmen Ruete de Oliveira, esposa do patrono daquele órgão, “Comendador Virgolino de Oliveira”, e pelo Secretário da Cultura do Estado, Pedro de Magalhães Padilha, que naquele ato também representou o governador Laudo Natel. Vê-se ainda mais atrás, o vice-presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Januário Mantelli Netto, o Desembargador Márcio Martins Ferreira, o Prefeito Alcides de Oliveira e o Presidente da Câmara Municipal de Itapira, vereador Antonio Celidonio Ruete.



Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Fábrica de Chapéus Sarkis & Quiriolli 
Foi fundada pelo sr. Ângelo Quiriolli, em junho de 1922, com um capital inicial de rs.45:000$000 (Quarenta e cinco contos de réis). A sua montagem foi lenta, mas muito cuidadosa, sendo escolhida a maquinaria mais moderna daquela época, destinada à fabricação de chapéus.
Eram 18 máquinas ao todo, inclusive as necessárias para o tratamento do pêlo utilizado para a confecção do produto.
Nessa indústria nascente trabalhavam 20 operários, dirigidos pelo próprio Quiriolli que era auxiliado por três contra-mestres contratados na cidade de São Paulo.
A produção inicial girava em torno de quatro dúzias diárias de chapéus.
Interessante dizer que, toda a maquinaria funcionava interligada por correias e acionada por uma máquina a vapor, cuja potência era estimada em 8 cavalos de força (HP).
Em fevereiro de 1923, desejando ampliar e aperfeiçoar sua indústria, Quiriolli recebeu como sócio o sr. Sarkis João, elevando, assim, o capital inicial da indústria para rs.1000:000$000 (cem contos de réis).
Com essa sociedade, a fábrica entrou em franco progresso. Foram adquiridas novas máquinas – acionadas por um motor elétrico de 24 cavalos – o que fez elevar a produção diária para dezesseis dúzias de chapéus de fino pêlo e castor, este último era material importado.
O número de operários também aumentou para 40, dos quais 23 eram do sexo masculino e 17 feminino.
Provisoriamente essa fábrica funcionava num prédio alugado, situado logo no início da rua José Bonifácio.
Mais tarde, os proprietários Quiriolli e Sarkis iniciaram a construção de um prédio próprio, numa área doada pela Câmara Municipal.
O projeto de construção do novo prédio foi orçado em rs.100:000$000 (cem contos de réis).
Nessa nova instalação da fábrica, aumentou o número de operários, e, logicamente, também a produção de chapéus.
Mais tarde, com a retirada de Quiriolli da sociedade, a indústria passou a ser apenas de Sarkis João.
Com a mudança da razão social, a Fábrica de Chapéus Sarkis experimentou um desenvolvimento formidável – ficando conhecida em todo o Brasil e no exterior através de seus famosos produtos de primeira linha.

Vista geral do prédio onde funcionava a Fábrica de Chapéus Sarkis até ser desativada.


              Seção de fulas ou máquinas usadas para o feitio da armação (copa ou cone) dos chapéus de lã ou de pêlos

Setor para a fabricação de caixas de papelão, com a estampa do logotipo da indústria, para acondicionar os chapéus prontos e destinados à comercialização.