terça-feira, 9 de novembro de 2010

Almoços de Confraternização.

- TEMPOS SAUDOSO -
Plínio Magalhães da Cunha


Almoços de Confraternização
Como curiosidade estamos mostrando, dois convites dirigidos ao advogado itapirense dr. Júlio Cunha, a fim de participar de almoço de confraternização.
Um deles é provindo da cidade de Amparo, datado de 22 de dezembro de 1912, oferecido “aos ilustres excursionistas itapirenses”.

Este outro almoço foi para homenagear dois amigos de Itapira, senhores Herculano e Dario Anhaia, realizado a 15 de junho de 1913, no BAR ITAPIRENSE. Nos convites nota-se ainda que a escrita, desenho e figura estão impressos em relevo.

Câmara Municipal homenageia General.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Câmara Municipal homenageia General
Foi um preito da Câmara Municipal de Itapira, acontecido em 6 de abril de 1918, há 92 anos, sendo o General Luiz Barbeto a personagem central daquele auspicioso evento.
O convite acima para participar do banquete (foto) foi endereçado ao advogado itapirense dr. Júlio Cunha, conforme consta na parte superior do mesmo.
Na parte interna dessa convocação, consta do lado esquerdo o “MENU” e à direita o “DESSERT”.
Interessante notar que, todas as iguarias e bebidas a serem servidas, estavam grafadas em francês – conforme costume da época.

Na última capa desse convite foram apostas as assinaturas de alguns convidados, logicamente a pedido do dr. Júlio Cunha, para ser guardado como “SOUVENIR” do acontecimento.
As assinaturas: general Luiz Barbeto; Coronel Sebastião P. Alves; dr. Manoel Augusto de Ornellas – juiz de direito que hoje empresta o seu nome ao prédio do Fórum local; o advogado dr. Arlindo da Rocha Campos; Ayres Martins Torres; Márcio Travasso; Jefferson Ferraz; Francisco Chagas e mais duas assinaturas ilegíveis.
PS: Interessante notar a ornamentação do convite.

Nosso futebol amador.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Nosso futebol amador
Como estamos no início da tão esperada Copa do Mundo, não poderíamos deixar de homenagear os nossos esportistas amadores, aqueles que sempre souberam com galhardia e perseverança, defender com amor a camisa que vestiam, trazendo orgulhosamente no peito o ex-libris e as cores de seus clubes preferidos.
Praticavam um futebol como verdadeiros esportistas no sentido lato da palavra, da maneira mais pura e dentro dos padrões do FUTEBOL AMADOR.
Foi através dessa modalidade que nasceram grandes estrelas nacionais e internacionais, que hoje brilham na  constelação do mundo atual.
A eles, portanto, prestamos aqui no TRIBUNA DE ITAPIRA uma justa e oportuna homenagem a todos os FUTEBOLISTAS AMADORES – sem exceção – através dos ex-integrantes do esquadrão da SOCIEDADE ESPORTIVA ITAPIRENSE (foto), que nas tardes domingueiras fazia lotar com um público numeroso o velho e saudoso Estádio Municipal “Chico Vieira”, ao lado do Parque.
Naquela verdadeira festa futebolística sempre se fazia presente para alegrar o espetáculo, a nossa querida e centenária Banda Lira Itapirense, entoando seus dobrados tão conhecidos e apreciados pelo público de nossa terra.
 Foto
 O esquadrão da Sociedade Esportiva Itapirense, defronte às arquibancadas do Estádio Municipal “Chico Vieira”, nos idos de 1950. Em pé, da esquerda para a direita: Jorge Witter (técnico), Bogê, Bellini, Tila, Gilberto Guimarães, Flávio Barretta e Bolacha. Na mesma ordem, agachados: Renatinho, Alfredinho, Dimas,  Bube e Gonçalo.

Abastecimento de água de Itapira.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


Abastecimento de água de Itapira
Desde o início do século passado, a cidade de Itapira – logicamente a parte urbana – já contava com água encanada, pois a rede distribuidora domiciliar, nos idos de 1919, provinha de dois reservatórios situados em pontos opostos, porém, ambos muito elevados. Esses reservatórios estavam localizados no Parque Municipal, e o outro na chácara do sr. João Batista Pauleti. (vide fotos)
No reservatório do Parque, a água acumulada para servir a população provinha de quatro mananciais distintos, a saber: o primeiro da fazenda Santa Adélia, que pertencia ao sr. Ernestino Cintra; o segundo pertencia à fazenda Mariópolis, de propriedade do sr. Bento Inácio de Alvarenga Cunha ( primeiro prefeito de Itapira em 1892); o terceiro manancial estava localizado na fazenda São Jerônimo, que pertencia ao sr. Francisco Cintra, e, finalmente, o quarto reservatório na fazenda do Salto.
Esses mananciais estavam em locais bem distantes da cidade, e, além disso, em meio de cafezais, cerrados ou matas, sem nenhuma proteção – a céu aberto – de sorte que, a contaminação era impossível de ser controlada.
Todas essas águas colhidas eram conduzidas por um leito de tijolos, também a céu aberto, para um reservatório maior situado na serra de Águas Claras, no local denominado dona Maria de Barros.
Esse reservatório central recebia diariamente cerca de 1.150.630 litros de água captada, que era transferida através de manilhas de 6 polegadas para o reservatório do Parque Municipal, onde era filtrada de maneira bem empírica, através de  ralos de arame, sem receber nenhum outro tipo de tratamento.
Em janeiro de 1922, foi feito a pedido das autoridades locais, uma análise geral da água de todos os reservatórios existentes em nosso município, cujos resultados não foram nada animadores.
Não vou citar o resultado completo da água de cada reservatório, Isto é, quanto à reação química, residual, acidez, etc, mas apenas o final do resultado de cada um deles. O da fazenda do Salto, “com grau de potabilidade suspeita, contendo excesso de matéria orgânica”; da fazenda São Jerônimo – “água potável, levemente mineralizada”; o de águas Claras – “água colhida de uma torneira da rede de distribuição domiciliar, feita através do Instituto de Higiene da Faculdade de Medicina de São Paulo, constatou-se a existência de “grande poluição com b. colli, organismos indicadores de contaminação com materiais fecais, em média de 4 a 5 mil bactérias por c.c e 100 b. colli também por c.c”.
A água do reservatório do Pauletti, provinha de dois mananciais, ambos situados a três quilômetros da cidade. Nasciam na fazenda do sr. José Adarico, com as denominações de Manancial da Mata e o outro, do Arrozal.
Esses dois mananciais foram adquiridos pela Câmara Municipal.
Só para se ter uma idéia, Itapira possuía no ano de 1919, uma população equivalente a 26.494 habitantes, de acordo com o recenseamento federal realizado em 1920, o que dá uma média de 44,2 habitantes por quilômetro quadrado (o nosso município tem um total de 598,7 quilômetros quadrados). Ora se a população aumentou sensivelmente, comparada com a do ano de 1919, podendo atingir agora 80.000 habitantes no recenseamento a ser realizado em 2010; se o Parque Industrial também experimentou um crescimento formidável, - não está na hora das autoridades constituídas pensarem seriamente na construção de uma represa maior e  melhor equipada a fim de poder atender às reais necessidades do município?

Foto - 1
Reservatório do Pauletti, situado na chácara do sr.João Batista Pauletti, a três quilômetros da cidade. Na foto acima o proprietário ladeado pelas filhas Bruna Pauletti Breda e Yolanda Pauletti Spécie.

Foto - 2 
Reservatório do Parque Municipal, construído em setembro de 1897, com a capacidade para 1 milhão de litros de água.

Fontes de água de Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Fontes de água de Itapira
Uma boa parte da população de Itapira, desde épocas passadas, fazia uso da água de quatro fontes mais conhecidas no município como: a fonte da chácara do sr. Joaquim Pereira, situada num dos pontos mais baixos da cidade, na altura do córrego Lavapés; a fonte da Biquinha, situada ao lado do aterro da Estação da Mogiana, cuja água era límpida e transparente. Todas as tardes viam-se inúmeras pessoas irem buscar com latas a água necessária para o dia seguinte. A Fonte Saúde, nascia no sítio do sr. Marcelino da Costa, cuja água chegou a ser comercializada na cidade, e era transportada numa pipa colocada sobre uma carroça. Sua venda era feita diariamente  por assinatura mensal, e colocada nos vasilhames dos compradores.
Dentre todas essas fontes citadas, a que ficou mais famosa foi da Boa Vista (foto), e sua água era comercializada em garrafões de vidro, com gargalos fechados por rolhas. A venda do produto era feita através de um depósito de propriedade do sr. Alfredo Pierosi.
Esse depósito ficava na Praça Bernardino de Campos, entre o Bar Central e o Cine Paratodos e a fonte estava localizada a dez quilômetros da cidade, numa fazenda chamada Sertãozinho, cujo proprietário era o sr. Jacinto Peruche.
A água da fonte Boa Vista era considerada de excelente qualidade medicamentosa, superior mesmo em relação às de outras fontes existentes no município e na região, pois além de ser “bicarbonatada e magnesiana, possuía um alto grau de radioatividade”.
          A foto em tela, obtida por volta de 1949, mostra os convidados do sr. Alfredo Pierosi para conhecerem a Fonte Boa Vista.
Vemos da esquerda para a direita – o prefeito de Itapira, Comendador Virgolino de Oliveira; o anfitrião, Alfredo Pierosi; o deputado estadual Juvenal Lino de Mattos; os vereadores José de Souza Ferreira e Marcello Avancini; Hélio Audi; Joaquim Bento de Souza Ferreira e Domingos Caio.
Atrás, na mesma ordem: Benedito Alves de Lima; um policial que acompanhou os visitantes; Benedicto (Joca) Leitão; Antonio Serra e um convidado que não conseguimos identificar.

A Pinguela do Ribeirão da Penha.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

A Pinguela do Ribeirão da Penha
Construída no início do século passado, por volta de 1917, serviu por muitos anos como um importante meio de ligação entre o centro da cidade com o bairro do Cubatão e adjacências.
Essa pequena ponte que unia as duas margens do ribeirão – construída com madeira de lei – servia para sustentar o vai e vem daqueles que necessitavam utilizá-la rumo ao centro da cidade e vice-versa.
Era considerada de grande utilidade, pois, realmente, encurtava bastante o percurso do usuário para chegar rapidamente ao local desejado, principalmente os trabalhadores que se dirigiam às fábricas, ao comércio, ou mesmo aos jovens estudantes em busca do saber nas poucas escolas existentes na época em nosso município.
Os caminhos mais fáceis àqueles que precisavam alcançar a pinguela, provindos do centro da cidade, era através da ladeira São João, onde está até hoje desafiando a ação do tempo o famoso escadão; ou através do final da Rua Conselheiro Dantas, outra “barroqueira”. Podia-se ainda utilizar a ladeira do Cubatão, hoje com o nome de Rua Adelelmo Boretti, em homenagem ao fundador da indústria de bebidas “alcoólicas e espumantes”, ali localizada.
A foto acima mostra em toda sua amplitude, a famosa pinguela, volteada de terrenos bastante íngremes, formando um imenso vale. Pode-se ainda ver o saudoso prefeito Caetano Munhoz dirigindo pessoalmente seus auxiliares na reforma da pequena ponte.
Caetano Munhoz governou Itapira no período de 1938 a 1942, e de 1956 a 1959.
Diariamente era visto percorrendo à pé, ou em seu carro particular, vistoriando e fiscalizando as obras em andamento no município, a fim de evitar transtornos, ou mesmo prejuízos para os cofres públicos.
Com aquela sua lhaneza que lhe era peculiar, atendia com respeito e presteza as legítimas aspirações dos munícipes.
Caetano Munhoz deixou muitas obras importantes em nosso município, dentre elas citamos a criação do nosso querido Ginásio de Estado, o primeiro estabelecimento de ensino secundário de Itapira – no ano de 1939.
Para o êxito dessa preciosa conquista à população estudantil de nossa terra, destacamos com justiça o valioso auxílio e o empenho junto às autoridades estaduais, do benemérito itapirense, o saudoso  Comendador Virgolino de Oliveira, que sempre se fez presente nas justas causas de seu povo e de sua querida Itapira.

Praça Bernardino de Campos

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Praça Bernardino de Campos
            Parte baixa da Praça Bernardino de Campos nos idos de 1917, focalizada da torre da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha. Nela, aparece o antigo casarão, residência do Coronel Joaquim Inácio Alvarenga da Cunha, posteriormente, de seu genro, o médico dr. Névio Bicudo, e, ainda mais tarde, residência de Ariovaldo Pereira da Cruz.
Após a demolição daquele casarão, estilo colonial, no local foi construído o prédio onde atualmente funciona o Banco HSBC. Na outra esquina fronteiriça, a residência do advogado e promotor de justiça dr. Raul Fonseca  e, posteriormente, do prefeito Antônio Caio. Essa casa hoje dá lugar ao prédio ocupado pela Loja Cybelar.
            A casa menor, na outra esquina era ocupada pela Padaria Toscana. Ali foi construído um edifício de 2 andares.
Essa praça era muito bem cuidada, podendo-se notar o bom gosto através das árvores bem podadas, dos arbustos e dos canteiros que a ornamentavam.
Também aparece o coreto da nossa Banda Lyra Itapirense, embelezando todo o conjunto.

Lateral da Praça Bernardino de Campos por volta de 1920, ostentando em primeiro plano o coreto, onde a quase centenária Banda Lyra Itapirense realizava suas retretas. Esse verdadeiro “monumento” também servia, não só para as manifestações políticas, mas também para outros eventos importantes acontecidos na cidade. Ao fundo, parte do casarão do Coronel José de Souza Ferreira, um dos destacados políticos de nossa terra. Lá, o Cel. Souza Ferreira também mantinha sua tradicional Casa Bancária que levava o seu nome.

Praça Bernardino de Campos por volta de 1940, vendo-se em todo seu esplendor, o tradicional prédio do Clube XV de Novembro. Nessa época ainda não existia o edifício Wanderley Zázera.
A foto em tela foi obtida num domingo de manhã – após a missa das 10 horas – ocasião em que, costumeiramente, as jovens passeavam alegres, volteando o Largo da Matriz de Nossa Senhora da Penha.
Note-se o jardim florido e bem  tratado, os postes de iluminação entrelaçados por alamandas amarelas (eu vi).

Museu de Itapira.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha



Museu de Itapira

Em 21 de abril de 1974, foi inaugurado festivamente o novo prédio do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira".
Esse importante Instituto Cultural – que guarda, preserva e difunde a história do Brasil de São Paulo e da nossa Itapira, ocupou, inicialmente, uma casa alugada pelo prefeito Hélio Pegorari, na confluência das ruas João de Moraes e XV de Novembro, onde hoje funciona parte da Câmara Municipal. Ali permaneceu durante quase dois anos, de 24 de outubro de 1972 até 20 de abril de 1974, ocasião em que foi transferido para o atual prédio, inteiramente reformado pelo prefeito Alcides de Oliveira, no Parque Municipal “Juca Mulato”.
Esse órgão foi criado pelo governador Laudo Natel, através do decreto 1015, de 02 publicado no DOE de 03 de fevereiro de 1972, ficando incorporado à rede de Museus do Estado, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura, na gestão do Secretário Pedro de Magalhães Padilha.
Para implantar e dirigir o Museu Histórico, o governador de São Paulo designou o funcionário Plínio Magalhães da Cunha, museólogo da Secretaria da Cultura, para executar a tarefa, incumbência feita com bastante carinho, pois tratava-se do Museu de sua terra natal.
A montagem das exposições do copioso acervo e o atendimento ao público visitante, sempre mereceram elogios.
Em linhas gerais, de uma forma bem sucinta – pois o meu espaço é pequeno – assim nasceu o Museu Histórico e Pedagógico de Itapira, que foi denominado por decreto do governador Laudo Natel de “ Comendador Virgolino de Oliveira”, numa justa homenagem a um grande itapirense, a quem o Brasil, São Paulo e a sua querida Itapira muito devem.
Com a aposentadoria em 1998 de seu primeiro diretor e implantador, Plínio Magalhães da Cunha, após 42 anos de serviços prestados ao Estado, foi designada pelo Governador do Estado para dirigir aquele órgão cultural, a museóloga Maria Carmelita La Farina da Cunha, que permaneceu no cargo até o Museu ser municipalizado, quando também se aposentou.

Foto - 1 
Prédio do Museu Histórico e Pedagógico “Comendador Virgolino de Oliveira” – no Parque Municipal “Juca Mulato” – no dia da inauguração: 21 de abril de 1974.

Foto - 2
Solenidade:
Descerramento da fita inaugural do novo prédio do Museu, feito por dona Carmen Ruete de Oliveira, esposa do patrono “Comendador Virgolino de Oliveira”, pelo Secretário da Cultura do Estado Pedro de Magalhães Padilha, também representando o governador Laudo Natel, vendo-se mais atrás, o vice presidente da Assembléia Legislativa, deputado Mantelli Netto; Desembargador Márcio Martins Ferreira, Prefeito Alcides de Oliveira e o presidente da Câmara de Itapira, vereador Antônio Celidonio Ruete.