domingo, 4 de setembro de 2016

Lembranças: Avenida dos Biris

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha 

Lembranças: Avenida dos Biris
Pode-se afirmar que, em épocas passadas, a preocupação maior dos visitantes que freqüentavam Itapira, era ver o Parque Municipal – o mais belo ponto turístico de nossa cidade.
Era um passeio agradável caminhar pela Avenida dos Biris e subir até o Cruzeiro, a fim de apreciar a beleza do panorama, como também apreciar as formas artísticas dos canteiros bem gramados e floridos, que realmente excediam a expectativa dos visitantes.
Por força da natureza, aquele logradouro público está assentado no ponto mais elevado da cidade, a mais de 120 metros acima do vale, numa enorme depressão que fica a seus pés, tornando-se deslumbrante a visão que descortina daquele local.
A Avenida dos Biris acompanha o topo do vale em forma semicírculo, onde observa-se um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, na hora do por-do-sol.
A natureza quis deixar no parque uma prova das revoluções acontecidas em eras remotas, que alteraram profundamente a face geológica do planeta. Que revoluções terríveis foram necessárias para cavar o profundo vale, desbastando a larga chanfradura ali existente.
Observa-se também no horizonte os mais pitorescos aspectos: ao longe, as montanhas azuis da serraria mineira; o Morro da Forquilha, o Pelado e outros menos conhecidos. Para poetizar tudo isso, o observador também se encanta com o Ribeirão da Penha, que corre no fundo do vale, formando meandros numa sinuosidade geométrica.
Foi desse ponto, encantado com a beleza do espetáculo ali reinante, que levou o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza – quando visitou Itapira em 1921 – a proferir a célebre frase: “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que até hoje ecoam no horizonte e nos corações dos itapirenses.
Foram palavras singelas e oportunas que deixaram uma lição de que, preservar a beleza, o passado e a história de uma cidade e de um povo é mais do que um dever a cumprir, porque são valores que devem e merecem ser perpetuados através das sucessivas gerações, sob todos os aspectos, inclusive o social, cultural e político.Terminando, escrevo uma frase conhecida: a saudade mata a gente... e anoto outra que não escreverei.

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