- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha
Interior da Velha Matriz
Vista parcial do interior da Matriz
Nossa Senhora da Penha, vendo-se o altar mor encimado pelo emblema do Divino
Espírito Santo e, logo abaixo, a imagem verdadeira e histórica de Nossa Senhora
da Penha, padroeira de Itapira. Essa imagem trazida de Portugal por um dos
fundadores de nossa terra – João Gonçalves de Moraes – foi furtada por algum
herege ou comerciante de antigüidades, o que foi muito triste para a população
católica. Ela media dois palmos e cinco dedos de altura, ostentando em sua
cabeça uma coroa trabalhada em prata. Mais abaixo, aparece a imagem de Cristo
Crucificado. Esse altar mor era realmente uma relíquia, uma obra de arte. À
esquerda do templo aparece o púlpito onde o celebrante da missa pregava o
Evangelho de Cristo. Nota-se a riqueza artística dessa peça histórica, encimada
por figuras de anjos, esculpidas em mármore de Carrara. Sua cúpula era
trabalhada com franjas douradas.
Do lado direito, vê-se o portal de
entrada para a Capela do Santíssimo. O piso desse templo era todo de mosaicos
decorados, e os lustres de cristal da Bohemia.
Na parede, nota-se apenas duas peças
reportando a Via Sacra.
Tudo isso foi demolido em 1955, para
dar lugar a uma igreja mais ampla.
Tive a oportunidade de constatar
pessoalmente em Campinas, no Museu de Arte Sacra da Cúria, algumas dessas peças
históricas doadas pela Paróquia de Itapira, peças essas que marcaram
profundamente a vida católica do nosso povo, tais como: o Púlpito, a Pia
Batismal onde milhares de itapirenses receberam o sacramento do batismo, além
da belíssima imagem de Nossa Senhora das Dores, com seu manto azul, e a da
Ressurreição de Cristo.
Toda essa beleza só nos deixa saudade,
uma profunda recordação da nossa querida Itapira, de um passado distante, dos
tempos de nossos pais, dos nossos avós.
Diante dessa triste realidade, caminho
tentando me adaptar ao mundo atual e ao ser humano, falando uma linguagem que
não é a minha, esboçando um sorriso emprestado.
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