quarta-feira, 30 de abril de 2014

Relembrando

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Relembrando
Foto de um grupo de alunas da quarta série do Ginásio do Estado de Itapira, nos idos de 1948, vestindo seus impecáveis uniformes azul e branco. Nesta foto o Ginásio ainda funcionava no prédio que atualmente aloja a Prefeitura municipal, ali permanecendo até 1952, ano em que ficou pronto o novo edifício situado à praça Mogi Mirim.
Essas garotas foram retratadas alegres e felizes como se pode verificar em seus semblantes, deixando suas imagens gravadas para a posteridade ao lado da professora de Geografia, dona Graciette Ribi.
São elas a partir da esquerda para a direita: Maria Yolanda Lopes, Maria Clara Serra, Mirian Cruz, Edna Passarella, Yonne Cavenaghi, Neusa Pereira e Yvone Lang. Agachadas e na mesma ordem: Maria Terezinha Avancini, Terezinha Cavenaghi, Diva Clemente, Terezinha Pupo Cintra e Maria Aparecida Barretto. (Esta foto pertence ao acervo de minha irmã – Maria Lúcia da Cunha Fraga Costa)


Relembrando

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Relembrando
Bons tempos aqueles quando a juventude itapirense freqüentava o nosso sempre querido e lembrado Ginásio do Estado, instalado inicialmente em 1940 no prédio onde hoje funciona a Prefeitura Municipal. Ali, comparecíamos ciosos de nossos deveres e obrigações, em busca do saber, para que, num futuro ditoso, enfrentássemos com maior facilidade, outra escola importante, a escola da vida.
Lembro-me como se fosse hoje do primeiro dia de aula. Tudo era novidade! tudo era uma alegria contagiante, sadia e responsável
Na foto, eis um grupo de ginasianos durante um intervalo das aulas posando para o fotografo, com os uniformes bem cuidados: túnica e calça de brim caqui; cinturão em couro com fivela dourada; camisa branca; gravata, meias e sapatos preto.
A alegria era contagiante!
Na primeira fila – da esquerda para a direita: Francisco de Souza Ferreira; José Guerreiro e Ruy Crosngac. Na segunda fila: Ivan Galvão de França; Luiz Hermínio Simões Galdi e Walter Franco Bueno. Mais atrás, na terceira fila: Aluisio Telles Franco; Paulo de Almeida Serra; Flávio Barretta e Francisco Sidney Thomaz de Aquino.
No destaque da foto, eis a carteirinha de sócio nº76 do Centro Estudantino Itapirense (CEI) do nosso Ginásio do Estado (que eu guardo com muito carinho), com as assinaturas do aluno – Plínio Magalhães da Cunha – do primeiro presidente do CEI – Jácomo Vitório Coppos e do professor de francês do ginásio e um dos fundadores do CEI, Bettarello, aposto sobre minha fotografia, quando eu tinha apenas 13 anos de idade (ano de 1940).
A sede social era na parte superior da antiga Agencia Chevrolet, no início da Rua Comendador João Cintra.
Nessa época, ali eram realizados jogos e diversões (ping-pong, dominó, xadrez), como também palestras, saraus e exposições.

Aos sábados, eram realizados os bailes com a participação da já famosa orquestra do Tocha.

Relembrando

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Relembrando
Alunos da Escola Particular Nossa Senhora da Penha, nos idos de 1942 – preparatório para o Ginásio do Estado – dirigida pela saudosa e querida professora Diva Magalhães Raymonti.
Na foto, eis um grupo de alunos ladeando dona Diva, dispostos na seguinte ordem, a partir da esquerda para a direita: SENTADOS – José Carlos Serra; Gilberto (Leto) Pereira Job; José Rocha Clemente; Fausto Finasi e Mariowaldo Avancini. EM PÉ, na mesma ordem (segunda fila): José Guerreiro; José Trani; Ulises Monezzi; Sebastião Breda; João Batista Risolla; José B. Alvarenga; José Ferreira Alves; Wilson Ricciluca; Weimar M. Moraes; Leone Torres; Firmino Gonçalves (Formiga); Paulo Almeida Serra; Paulo Fernandes: ?; Ranzatto e Marthos Fernandes. Na terceira fila: ?; Francisco (Anquinho) Siqueira; J. Avancini; Hortêncio Breda; Benedito Soares; Antônio Soares; Quinú; José Miguel Bittar e Euclides Avancini.
Relembrando nesta foto do meu acervo, que muitos amigos já partiram sem perceberem que o tempo passava murchando em suas mãos.
Relembrando ainda com muito carinho e saudade de minha tia dona Diva, que também foi minha querida professora.

Assim, instintivamente giro os dedos num estalo, e percebo que a vida passa e que um dia também serei o ontem.

1948 – Ginásio do Estado

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

1948 – Ginásio do Estado
Alunas que cursaram a 4ª série ginasial em 1948, quando aquela escola ainda funcionava no prédio hoje ocupado pela Prefeitura Municipal, à rua João de Moraes.
Na foto, todas sorridentes posaram para a posteridade, vendo-se ao centro o estimado professor de Latim – José Paulino da Costa Neto.
Na primeira fila, da esquerda para a direita: Maria Aparecida Barretto – Maria Terezinha Pupo Cintra – Terezinha Cavenaghi – Ivone Cavenaghi – Diva Clemente – Maria Clara Serra e Maria Terezinha Avancini.
Na segunda fila, em pé e na mesma ordem: Neuza Pereira – Silvia Aguiar – Anny de Castro – Maria Yolanda Lopes – Edna Passarella – Maria Helena Trani Plumari – Terezinha Oliveira e Silva – Áurea Siqueira – Maria Lúcia da Cunha – Carolina Calil – Mirian Cruz e Ivone Lang. (acervo – Maria Lúcia da Cunha Fraga Costa).


1940 – Grupo Escolar dr. Júlio Mesquita

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

1940 – Grupo Escolar dr. Júlio Mesquita
Alunas que cursaram o segundo ano “A” feminino, no Grupo Escolar ‘dr. Júlio Mesquita” no ano de 1940 – há 74 anos – cuja classe era regida pela estimada professora dona Juracy Dias Ferraz, tendo como diretor daquele tradicional estabelecimento de ensino, o saudoso professor Benedito Flores de Azevedo.
Nessa foto, apesar do esforço para conseguir identificá-las, está sendo muito difícil, isso porque naquela época, a média da idade escolar das alunas girava em torno de 7 a 8 anos.

Para facilitar os leitores, passo a divulgar os nomes de todas em ordem alfabética, e pergunto: qual delas é você nessa foto? Adelaide Silva – Ana Luiza Pereira Cunha – Anadir Corazza – Aradi F. Passarela – Benedita M. Consorti – Conceição Ferreira – Cristina A. Brusasco – Diva Clemente – Diva de Oliveira – Desolina Pierosi – Edgarda Rizi – Edna Passarela – Eugenia Felício – Eula Gomes – Eunice de Oliveira – Flora Fineli – Gladys Teixeira – Guiomar Alves de Souza – Idelma Tonini – Isabel de Jesus – Isaltina Rocha – Isolete Salvarani – Josefina Inês Campos – Josefina Sampaio – Leila Ferreira Alves – Lídia Eufrazio – Liza Rodrigues Gomes – Maria Ap. Modonezi – Maria José Boretti – Maria José Giopato – Maria José Tosini – Maria Nazaré Rocha – Maria Rios – Maria Tereza M. Bissoli – Mirandiva Ramonda – Neuza Gonçalves – Nilsa Terezinha Buti – Otilia Soares – Maria Terezinha Lopes – Terezinha Ap. Pugina – Yolanda P. de Moraes – Zulmira Bolvo.

Visita Auspiciosa

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Visita Auspiciosa
Em 1958, José Porphirio da Paz foi candidato a vice na chapa para governador de São Paulo – Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, sendo eleitos com uma votação expressiva para o quadriênio de 1º de janeiro de 1959 a 1º de janeiro de 1963.
Em 1958, durante sua campanha eleitoral, Porphirio da Paz esteve em Itapira, sendo recebido no diretório do Partido Democrata Cristão (PDC) por inúmeros correligionários.
A guiza de informação, Porphirio da Paz foi um político atuante, tendo ocupado os cargos de Deputado Estadual e Prefeito de São Paulo (1954 – 1955). Como esportista foi considerado um dos fundadores do São Paulo Futebol Clube, inclusive como sendo o autor do hino daquele clube paulista em 1936, oficializado em 1942.

Com referência a uma de suas visitas em nossa terra, Porphirio da Paz foi recebido e fotografado em companhia de alguns itapirenses, como pode ser visto na foto em tela, da esquerda para a direita: Marcos Trani – Fuini – Noé Trani – Herval Perez – (?) – Porphirio da Paz – Luiz Galdi – Luiz Zilioto – (?) – (?) – (?) e Luiz Donatti. 

Uma Viagem Histórica

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

 
Uma Viagem Histórica
Viagem inaugural do ônibus executivo do Expresso Cristália, acontecida nos idos de 1978, quando o seu diretor proprietário era o estimado itapirense Cristóvão Coloço Netto, que ofereceu aos seus inúmeros amigos e passageiros todas as comodidades inerentes a uma viagem longa e tranqüila em seu primeiro ônibus no gênero.
Esse novo veículo coletivo era dotado de inovações, dentre elas salientamos as poltronas funcionais e reguláveis, música, um moderno frigobar, ar condicionado, toalete, além do serviço de rodo-moça.
A nova linha era dotada de dois horários ligando Itapira a Mogi Mirim e São Paulo, sem escala em Campinas, o que era uma novidade para os passageiros mais apressados.

Na foto, alguns convidados que tomaram parte do auspicioso evento: na primeira fila, o vice-prefeito e advogado Luiz Arnaldo Alves de Lima; o industrial e vereador Wlademir Siqueira; Hermete Guerra, colunista social do jornal Cidade de Itapira; Plínio Magalhães da Cunha, diretor do Museu Histórico de Itapira. Na segunda fila do lado direito: o corretor de seguro Luiz Hermano Colferai; o empresário José Giovelli; o vereador Angelin Dainezi; o anfitrião daquele evento, Cristávão Coloço Netto e o radialista Luiz Antonio da Fonseca (Toy). Mais atrás, em pé, vê-se ainda dois funcionários da empresa.

terça-feira, 29 de abril de 2014

A Caixa d’água do Parque

- TEMPOS SAUDOSO -
Plínio Magalhães da Cunha


A Caixa d’água do Parque
Até hoje funciona como reservatório de água localizado no centro do parque “Juca Mulato”, ao lado do prédio do Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira”. A data de sua construção ainda pode ser vista no seu frontispício: setembro de 1897.
Essa caixa distribuía diariamente à cidade perto de 1.500.000 litros de água, com capacidade para abastecer cerca de 900 prédios.
A água ali capitada, provinha de quatro mananciais: o de Águas Claras, do Arrozal, da Mata (na fazenda Santa Adélia) e dos Macucos.
A beleza desse reservatório estava na sua parte superior, isto é, a que cobria toda a extensão com cimento armado para suportar o peso de um jardim – conhecido naquela época como “Jardim Suspenso” – onde ostentava uma enorme quantidade de plantas ornamentais, cultivadas com esmero pelos jardineiros João e Afonso. Lembro-me muito bem deles e desse jardim.
As plantas ali cultivadas também serviam para a ornamentação de todos os canteiros do parque, que após serem replantadas, apresentavam um agradável visual muito admirado pelos visitantes daquele logradouro.

Na foto em tela, vê-se ainda a saudosa “Avenida dos Birís”, cujas árvores na primavera ficavam revestidas de flores amarelas. Suas pétalas quando sopradas pelo vento, cobriam toda a extensão de seu leito, de onde descortinava no horizonte o azul da velha Mantiqueira.

Relembrando Carnavais

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


Relembrando Carnavais
Na foto vê-se um grupo de casais aqui da nossa Itapira, cujos figurantes formavam um bloco carnavalesco trajando fantasias de índios e de índias de muito bom gosto e bem sugestivas. Na primeira fila, da esquerda para a direita: Marisa Longhi Pegorari – Marlene Avancini Barricatti – Gelda Guimarães Serra – Gilma de Souza Ferreira – Maria Clara Serra de Souza Ferreira e Ivonilde Lopes Breda.
Na segunda fila, mesma ordem: Maria Nadalete Job Serra – Hercy Vieira Caio – Dalila Terezinha Galdi Serra – Lourdes Soares – Ignez Aparecida Serra Sequeira – Ana Maria Finhani Banzatto e Maria Zoraide Simões da Fonseca.
Na terceira fila, na mesma ordem: Paulo de Almeida Serra – Fernando Serra – Domingos Caio – Dalmir Pegorari – José Gimenez Soares – Gilberto Barricatti – Luiz Norberto da Fonseca (atrás) – Francisco de Souza Ferreira – José Serra Netto – José Breda Filho – Hildebrando Banzatto – José Bueno Sequeira e Joaquim Bento de Souza Ferreira.

Nesta foto de 1936 mostra que a garotada da nossa velha Itapira sabia também participar dos blocos carnavalescos, fazendo sucesso com suas fantasias nas matinês dos clubes. Sim, nas matinês, porque à noite tinha que se contentar apenas em assistir ao carnaval de rua, isto é, o corso com seus famosos carros alegóricos as escolas de samba, e os blocos dos bichos, assim mesmo até as 22 horas!
Na primeira fila, vê-se da esquerda para a direita: Geraldo Ferreira Cintra – Osvaldo Fonseca Souza Leite – Artur José Pereira Netto – Sérgio Fonseca de Souza Leite – José Serra Netto (Zinho) – Francisco Olegário Pereira Job.

Na mesma ordem, na segunda fila: Plínio Magalhães da Cunha – Sebastião Jader Sarkis – José Benedito Mari – (?) – Geraldo Pereira Job – Antonio de Almeida Serra.

Santa Casa em 1920

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Santa Casa em 1920
A foto acima mostra o prédio central da Santa Casa de Misericórdia de Itapira, obtida da Praça Cel José de Souza Ferreira.
Essa praça era toda arborizada e ajardinada com esmêro, antes da construção do Fórum, órgão do Poder Judiciário, que muitos anos ocupou a parte superior da antiga Cadeia, construída em 1909, e que hoje dá lugar à Casa da Cultura “João Torrecillas Filho”, ao lado do Parque Municipal.
Nota-se à frente do portão de entrada daquele nosocômio, um Ford “bigode” conversível de propriedade do prefeito Cel Francisco Vieira, que administrou nosso município de 1911 a 1923, por treze anos consecutivos, período em que Itapira experimentou um progresso formidável em relação com outras cidades da região.
Interessante ressaltar que, o Corpo Clínico da Santa Casa era constituído por todos os médicos da cidade que prestavam gratuitamente os seus serviços profissionais, revezando-se todos os meses, conforme ainda poderá ser visto através das escalas publicadas nos jornais da época, sob o título “MÉDICO DO MÊS”. Lembro-me muito bem desse tempo, porque o meu saudoso pai, dr. João Pereira da Cunha, o dr Cunha, que clinicou em Itapira por mais de 50 anos, também fez parte dessa escala juntamente com seus colegas de profissão, quando os resultados eram de grande valia para a população do município, principalmente a mais carente.

Os serviços internos do hospital eram feitos por dois enfermeiros, três irmãs de caridade e pelo corpo clínico dentro da “escala do mês”.

O sofrido Ribeirão da Penha

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

O sofrido Ribeirão da Penha
Na foto acima, uma vista parcial desse verdadeiro herói de nossa terra nos idos de 1920, vendo-se a antiga represa que conseguia a duras penas segurar a fúria da correnteza – principalmente na época das chuvas.
- O que seria do nosso município, desde os tempos mais remotos, se esse ribeirão não existisse?
Mas ele continua firme, embora ostentando seus meandros cansados e ainda judiados por aqueles que arremessam costumeiramente em suas águas, toda espécie de detritos, fazendo de seu leito uma imensa lata de lixo!
Agora pergunto:
- E os responsáveis por esse crime ecológico, por essa barbárie, onde estão? Será que não há nada a fazer para coibir tais desmandos?
    Só para registrar: Itapira em 1920 contava apenas com algumas indústrias, dentre elas a Indústrias Reunidas Francisco vieira, a Fábrica de Chapéus “Sarkis João Filho & Quiriolli; a Fábrica de Tecidos e Algodão de Vieira e Cintra, além de outras menores, como 5 de massas alimentícias, 12 de aguardente e açúcar, 9 moinhos de cereais, 7 de cerveja, 3 de móveis e decorações, 4 olarias, além de outras menos expressivas.
Nessa época (1920) a população de Itapira era estimada em torno de 6.500 habitantes. Atualmente, após o ultimo recenseamento feito em 2013, o nosso município registrou perto de 80.000 habitantes, o que surpreendeu os mais otimistas.
Partindo dessa premissa verifica-se que a população cresceu, o parque industrial aumentou de forma notável, e o nosso Ribeirão da Penha continua com aquela mesma “represinha” eivada de reformas paliativas.
Diante desses fatos evidentes, não está mais do que na hora dos administradores do município tirarem do papel e agirem mais rápidos na construção de outra represa ou uma barragem mais ampla a fim de evitar surpresas desagradáveis e perigosas num futuro bem próximo?


Avenida dos Biris (1920)

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Avenida dos Biris (1920)
Pode-se afirmar que, em épocas passadas, a preocupação maior dos visitantes que freqüentavam Itapira, era ver o Parque Municipal – o mais belo ponto turístico de nossa cidade.
Era um passeio agradável caminhar pela Avenida dos Biris e subir até o Cruzeiro, a fim de apreciar a beleza do panorama, como também apreciar as formas artísticas dos canteiros bem gramados e floridos, que realmente excediam a expectativa dos visitantes.
Por força da natureza, aquele logradouro público está assentado no ponto mais elevado da cidade, a mais de 120 metros acima do vale, numa enorme depressão que fica a seus pés, tornando-se deslumbrante a visão que descortina daquele local.
A Avenida dos Biris acompanha o topo do vale em forma semicírculo, onde observa-se um espetáculo inesquecível, principalmente ao entardecer, na hora do por-do-sol.
A natureza quis deixar no parque uma prova das revoluções acontecidas em eras remotas, que alteraram profundamente a face geológica do planeta. Que revoluções terríveis foram necessárias para cavar o profundo vale, desbastando a larga chanfradura ali existente.
Observa-se também no horizonte os mais pitorescos aspectos: ao longe, as montanhas azuis da serraria mineira; o Morro da Forquilha, o Pelado e outros menos conhecidos. Para poetizar tudo isso, o observador também se encanta com o Ribeirão da Penha, que corre no fundo do vale, formando meandros numa sinuosidade geométrica.
Foi desse ponto, encantado com a beleza do espetáculo ali reinante, que levou o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza – quando visitou Itapira em 1921 – a proferir a célebre frase: “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que até hoje ecoam no horizonte e nos corações dos itapirenses.

Foram palavras singelas e oportunas que deixaram uma lição de que, preservar a beleza, o passado e a história de uma cidade e de um povo é mais do que um dever a cumprir, porque são valores que devem e merecem ser perpetuados através das sucessivas gerações, sob todos os aspectos, inclusive o social, cultural e político.

Farmácias do meu tempo

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Farmácias do meu tempo
Interior da Farmácia da Fé, uma das mais antigas de Itapira por volta de 1923.
Nesta foto, vê-se atrás da máquina registradora, um dos fundadores daquele estabelecimento: Saturnino França.
Nota-se ainda, as prateleiras impecáveis e repletas de medicamentos farmacêuticos; os vasos com plantas ornamentais e o gradil de madeira torneada, que separava o cliente do interior da farmácia.
Na foto original do meu acervo, aparecem também dois pedestais ladeando a caixa registradora, encimados por duas esferas de vidro transparente, cujo conteúdo era água colorida: uma de cor vermelha e a outra verde, oferecendo um bonito visual àqueles que lá compareciam.
Naquela época, existiam em Itapira apenas três farmácias: a Farmácia da Fé, situada numa esquina da Rua da Estação (José Bonifácio) num prédio onde hoje funciona a Casa Radiluz; a Farmácia N.S. da Penha, pertencente a Alfredo Bueno, localizada no Largo da Matriz, e a Farmácia Passarella, situada do lado esquerdo da José Bonifácio, quase na esquina da Campos Salles, que pertencia ao casal de farmacêuticos, Ricardo Passarella e d. Durvalina Freyre Passarella (ela também era farmacêutica).
Essas farmácias eram dotadas de um laboratório, a fim de “seguir à risca” os receituários médicos, que naquela época continham as fórmulas dos medicamentos receitados. Hoje esses remédios já vem prontos das indústrias farmacêuticas, com as bulas e as respectivas dosagens.
Lembro-me perfeitamente da Farmácia da Fé, quando ainda menino lá estive muitas vezes a fim de buscar algum medicamento receitado por meu pai, o médico dr. João Pereira da Cunha, o dr. Cunha, que clinicou em Itapira por mais de 50 anos.
Conheci também o farmácia Passarella, a Farmácia N. S. da Penha, e mais tarde a Farmácia Paulista do Sr. Antonio Serra, que ocupou um antigo casarão no largo da Matriz, onde também foi residência do Sr. Eduardo de Almeida (conhecido como nhô-nhô Gregório), sogro do Sr. Antonio Serra. Ali também foi residência do Sr. Luiz Norberto da Fonseca, onde funcionou a Rádio Clube de Itapira. Hoje, ali está o prédio do Banco do Brasil.

Pois bem... há momentos que eu sinto o tempo refluir, mas depressa caio na realidade sentindo que não é a vida que passa, somos nós que viajamos apressados rumo o desconhecido, levando apenas o nosso passaporte com a chancela: c’est fini...

A Sorte Sorriu em Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

A Sorte Sorriu em Itapira
Foto de funcionários da agência local do Banco do Brasil, focalizando os premiados com o bilhete de loteria de Natal. A extração foi feita no dia 23 de dezembro de 1969, premiando o bilhete número 38.661 (Leão).
As três séries desse bilhete saíram para Itapira, o que motivou grande divulgação através dos principais jornais de São Paulo, inclusive revistas – “O Cruzeiro”, “Manchete”, e como não poderia deixar de ser, pelos jornais regionais e locais.
Cada série ficou assim dividida entre os ganhadores: a série A, coube totalmente ao itapirense Renê Eugênio, que abiscoitou a vultosa importância de NCr$2.500.000.000,00 (dois bilhões e quinhentos milhões de cruzeiros novos). A série B, coube a José Arthur Miranda, e ao Lambais, que receberam NCr$1.500.000.000,00 e Ncr$1.000.000.000,00 respectivamente.

A série C, foi distribuída aos funcionários do Banco do Brasil, foto acima vendo-se da esquerda para a direita: Aldo Piva Filho; José Bernardi Sobrinho; Olívio Stevanato; Renê Eugênio (muito embora não fosse funcionário do banco, foi o ganhador de uma das séries do bilhete); Guilherme Anacleto de Ulhôa Pereira; Nelson Casale de Arruda; Nelson Atala; Carlos Bueno de Oliveira (atrás do Atala); Antônio Carlos Icassati; Waldemar Schimidt (ganhador da maior parte do bilhete); Célio de Freitas; Antônio Rezende (Teléco); Sérgio Wolf; Rancey Rendondano e Hélio Rubens de Camargo Pacheco. Cada série do bilhete custou Ncr$276,00, segundo dados fornecidos por um dos sortudos, o nosso amigo Aldo Piva Filho. 

Hotel Sartini

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

Hotel Sartini 
Na foto acima, o prédio onde estava instalado em 1920, um dos primeiros hotéis de Itapira, o conhecido Hotel Sartini. À frente de um grupo de clientes, vê-se o seu proprietário, o hoteleiro Adagamus Sartini, homem inteligente, culto e respeitado, que possuía um grande círculo de amizade, não só em nossa cidade, mas também na região. Sartini falava fluentemente diversas línguas, dentre elas o italiano, francês, inglês e espanhol, haja visto que, na parede do refeitório, bem destacado, lia-se: “Aqui falamos todas as línguas”.
Ao lado do prédio, vê-se um automóvel Ford “bigode”, com o motorista e a direção do lado direito. Este carro era bem cuidado e trazia escrito em seu parabrisa “HOTEL SARTINI”. Era usado pelos seus inúmeros clientes – na maioria viajantes – que chegavam a Itapira através do trem da mogiana, desembarcando na Estação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, ali no Largo da Estação, de onde eram transportados para se hospedarem naquele hotel.
Esse prédio foi construído no início do século passado, e serviu muitos anos de residência do fazendeiro Bento Ignácio de Oliveira Cunha, primeiro Intendente (Prefeito) de Itapira em 1892.

O casarão da rua Francisco Glicério, depois de alojar também o Hotel Sartini, foi totalmente demolido, dando lugar a um estacionamento para automóveis.

Nossa velha Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Nossa velha Itapira
Vista parcial de Itapira em 1917, obtida do pátio da Santa Casa pelo exímio fotógrafo da época – Bartholomeo Serracino. Nesse panorama da cidade, nota-se a partir da esquerda para a direita: a Matriz de Nossa Senhora da Penha, na praça dr. Bernardino de Campos, encimada por duas torres. Mais à direita, aparece a torre da Igreja Presbiteriana, situada à rua Campos Salles, e, logo a seguir, o belíssimo prédio do tradicional Grupo Escolar “dr. Júlio de Mesquita”, e, mais acima a famosa caixa d’água do Parque Municipal “João Pessoa”, hoje “Juca Mulato”, ostentando seu belo arvoredo. Por último, lá no alto da arborizada Rua Ruy Barbosa, o vetusto prédio da Cadeia, hoje ocupado pela Casa da Cultura “João Torrecillas Filho”, numa justa homenagem ao saudoso músico, historiador e memorialista de nossa terra, que sabia muito bem enfeitar e colorir aos domingos as páginas do jornal “Cidade de Itapira”, com sua inigualável coluna intitulada “NO TEMPO DA VOVÓZINHA” assinada com o pseudônimo de “JOÃO DO NORTE”.

Outra foto parcial de Itapira obtida do prédio da Estação da Companhia Mogiana de estrada de Ferro, mostrando em primeiro plano, a porteira usada para dar vazão às cargas provindas de diversas cidades com destino ao nosso município, através dos enormes vagões, puxados com aquele som característico da saudosa “Maria Fumaça”. Essas composições ferroviárias atravessavam algumas ruas de nossa cidade, e por essa razão, o maquinista jamais se esquecia de fazer soar o estridente apito a cada passagem de nível, alertando aos transeuntes mais desavisados para olharem a famosa tabuleta com os dizeres: “Pare, Olhe e Escute”. 
Ainda no alto da foto, a começar da esquerda para a direita, vê-se a cobertura do prédio do Grupo escolar “dr. Júlio de Mesquita”, a caixa d’água do Parque Municipal e o prédio da cadeia.



Praça da Matriz – 1940

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


Praça da Matriz – 1940
A foto em tela mostra uma vista parcial da Praça dr. Bernardino de Campos, obtida da torre da velha igreja matriz de N. S. da Penha, nos idos de 1940.
No primeiro plano, à esquerda da foto, vê-se o sempre lembrado e histórico “coreto da praça”, como era conhecido. Ali, nas noites domingueiras e nos dias festivos era ocupado pela nossa querida e centenária Banda Lira Itapirense, ocasiões em que executava suas retretas alegrando com seu belo repertório todo o ambiente.
Esse coreto serviu por muitos anos como palco para receber visitantes ilustres, ocasião em que eram saudados pelas autoridades e aplaudidos pelo povo itapirense postado ao longo da praça.
Ao fundo nota-se perfeitamente a bela fachada do prédio ocupado pelo Clube XV de Novembro, hoje sede do Circulo Italiano de Itapira, tendo ao lado um terreno ainda vazio que fora ocupado por outra construção antiga, mas demolida a fim de dar lugar ao futuro prédio da Caixa Econômica Estadual, pois tanto é verdade que, nesse local foi até assentada solenemente a pedra fundamental para a construção daquela autarquia.
A solenidade contou com a presença do Interventor Federal de São Paulo, dr. Fernando Costa, que veio a Itapira a convite do Prefeito dr. Hortêncio Pereira da Silva (1942 a 1945) para prestigiar o evento (estive presente).

Mais tarde – coisas da política – ali foi construído o Edifício Wanderley Zázera, ficando o atual prédio da Caixa Econômica, hoje pertencente ao Banco do Brasil, localizado à Rua Francisco Glicério, onde funciona até hoje com suas acomodações que deixam muito a desejar.

Entrega do pão e leite em Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Entrega do pão e leite em Itapira
Em nossa cidade, no início do século XX, a entrega do pão e do leite para a clientela era feita de maneira bem rústica, isto é, através de carrocinhas puxadas por tração animal.
Naquela época nossa cidade contava com onze padarias, sendo que três situavam-se na cidade, e oito nos arrabaldes. As mais conhecidas e que possuíam maior freguesia eram; Padaria Minerva, Padaria das Famílias e a Padaria Toscana. Essa última funcionava num casarão situado na praça da Igreja Matriz, onde hoje está um edifício de dois andares, ocupado pelo Cartório de Títulos. A Padaria Minerva localizava-se na esquina da confluência das ruas Rui Barbosa e XV de novembro, e pertencia à tradicional família Peres.
A massa do pão d’água era sovada manualmente, isto é, no “muque” dos padeiros, e os fornos à lenha eram construídos com tijolos e barro, de onde os pães saiam quentinhos para serem entregues em domicílio através das famosas carrocinhas (vide fotos), ou então vendidos nos balcões das padarias juntamente com o pão doce, roscas, broinhas, biscoitos de polvilho e outras guloseimas que alegravam a criançada.
Interessante notar que, cada pãozinho de 50gr. era vendido a Rs. 100 (cem réis) ou 1 tostão, e a clientela achava um abuso!
Quanto à venda de leite “in natura” não havia nenhum estabelecimento para esse mister. Provinha das chácaras, sítios e fazendas e a distribuição à clientela era feita, na grande maioria, em garrafas brancas e obturadas com “rolhas” de papelão branco. Alguns “leiteiros” também transportavam o produto em garrafas de cores variadas e arrolhadas com palha de milho. Outros, ainda faziam a entrega do leite a granel, isto é, através de grandes latões de alumínio, tendo na base uma torneirinha (foto).
Além desses tipos de transporte, alguns “leiteiros” ainda faziam a distribuição em garrafas acondicionadas em “picuás”, presos no dorso do animal (como na foto obtida ao lado da Igreja Matriz).

Naquela época também não existia em Itapira o leite pasteurizado, por esse motivo era aconselhado pelo Instituto de Higiene, que o produto fosse bem fervido antes de ser consumido.





O sofrido Ribeirão da Penha

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

O sofrido Ribeirão da Penha
Na foto acima, uma vista parcial desse verdadeiro herói de nossa terra nos idos de 1920, vendo-se a antiga represa que conseguia a duras penas segurar a fúria da correnteza – principalmente na época das chuvas.
- O que seria do nosso município, desde os tempos mais remotos, se esse ribeirão não existisse?
Mas ele continua firme, embora ostentando seus meandros cansados e ainda judiados por aqueles que arremessam costumeiramente em suas águas, toda espécie de detritos, fazendo de seu leito uma imensa lata de lixo!
Agora pergunto:
- E os responsáveis por esse crime ecológico, por essa barbárie, onde estão? Será que não há nada a fazer para coibir tais desmandos?

    Uma sugestão: que as autoridades competentes determinem uma fiscalização mais rígida – multando os infratores, inclusive determinando a lavratura de boletim de ocorrência e também divulgando os nomes dos irresponsáveis ou dos mandantes através da imprensa.

O “Tiro de Guerra” – 282

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha


O “Tiro de Guerra” – 282
Antigamente os jovens quando completavam 18 anos de idade, eram obrigados a servir o exército através do famoso “Tiro de Guerra”, quando aprendiam os exercícios militares, o manejo do fuzil, da baioneta e de outros armamentos próprios das forças armadas. Hoje está extinto.
Como um assunto puxa outro, lembro-me perfeitamente que, em nosso tempo de Ginásio do Estado, ali na rua João de Moraes, onde atualmente funciona a Prefeitura, também fazia parte do currículo escolar a chamada “Instrução Pré Militar”, cujo certificado era fornecido após os exames realizados no final do ano letivo.
O meu certificado de conclusão desse curso, que eu guardo com muito carinho, traz o nº10 – CIP. 2-34, de 27 de novembro de 1943, assinado por mim (aluno), pelo Instrutor prof. Carlos Eduardo Ornellas, pelo diretor do Ginásio, prof. Affonso Ribeiro Persicano, e também assinado pelo chefe da 5ª CR de Ribeirão Preto, Cel. Paulo Mendes de Vasconcellos. (anexo fac-símile).
A foto mostra os reservistas itapirenses e mogimirianos, obtida em 1931 na praça Bernardino de Campos, defronte ao antigo casarão onde residiu um dos beneméritos de nossa terra – Comendador João Cintra. Essa residência foi por muito tempo ocupada pela Câmara e Prefeitura, que após a sua demolição hoje deu lugar ao edifício “Wanderley Zázera”.

Infelizmente será impossível identificar os jovens – principalmente usando quepes – mas somente as pessoas que estão sentadas, a partir da esquerda para a direita: Caio Pereira da Silva, que foi Secretário da Câmara e que também ocupou o cargo de Prefeito (de 1935 a 1938), substituindo o prefeito Anacleto Magalhães Pereira, que faleceu no cargo em 1934. O pároco da Igreja Matriz de N. S. da Penha, padre Lázaro Sampaio de Mattos (1925 a 1934), um oficial do Tiro de Guerra, e logo a seguir o Prefeito João Ribeiro Pereira da Cruz (1931) que se fazia acompanhar de uma de suas filhas. A seguir o Cel. Francisco Vieira, chefe político local e Prefeito de 1911 a 1923 (por 13 anos). Por coincidência, “Chico Vieira nasceu a 13 de agosto de um ano bissexto e ainda numa sexta-feira, mas teve muita sorte em sua vida”, como disse o nosso saudoso amigo e companheiro de imprensa João Torrecillas Filho, o popular João do Norte, numa de suas inigualáveis narrações sobre Itapira antiga, intituladas – “No Tempo da Vovozinha”, que até hoje são relembradas com saudade. A seguir; Jácomo Nabor Secchi, empresário e irmão do ilustre médico de nossa terra, dr. José Secchi     

Tiro de Guerra – 282

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Tiro de Guerra – 282
A foto mostra uma apresentação dos reservistas itapirenses e mogimirianos na Praça Bernardino de Campos, no dia 24 de outubro de 1917, quando Itapira completava 95 anos de fundação.
Após desfilarem garbosamente em regozijo à magna data de nossa terra, posaram para a posteridade portando fuzis e as imprescindíveis “caixas de repiques”, responsáveis pela cadência do pelotão durante o desfile.
Ao lado do grupo vê-se a partir da direita para a esquerda: uma pessoa não identificada; a seguir o prefeito de Itapira (de 1911 a 1923) Cel. Francisco Vieira, político influente daquela época. Foi o primeiro deputado estadual eleito de Itapira de 1934 a 1937. Chico Vieira, como até hoje é carinhosamente chamado, era irmão de outro político importante que está ao seu lado na foto, o senador Euclides Vieira, que também foi prefeito de Campinas e foi casado com uma sobrinha neta de Rui Barbosa – o “Águia de Haia”. A seguir, entre dois oficiais do exército, a senhora Maria Aparecida Vieira Bueno, filha de Chico Vieira, que foi casada com o sr. Dorival Bueno – tio do ex-deputado federal e ex-prefeito de Mogi-Mirim, o engenheiro Carlos Nelson Bueno. Ainda nessa foto vê-se o casarão do Cel. José de Souza Ferreira, e a parte superior do coreto, onde a nossa centenária Banda Lira Itapirense executava os famosos dobrados em suas retretas dominicais.

Nota-se também que, o piso da Praça Bernardino de Campos ainda era de “terra batida”.

Rua Conselheiro Dantas

- TEMPOS SAUDOSOS - 
Plínio Magalhães da Cunha

 
Rua Conselheiro Dantas
A foto mostra uma vista parcial da Rua Conselheiro Dantas nos idos de 1935, considerada uma das mais antigas de Itapira.
Essa rua tem início na praça central, a Bernardino de Campos, até alcançar a atual praça denominada Antenor Rodrigues, em homenagem ao estimado artista itapirense que também era conhecido por “Tenente Pintor”.
Antes da construção dessa pequena praça – diga-se de passagem – ali existia apenas um imenso “barrocão”, servido por uma escadaria bem rústica, de terra batida e com muito mato. Qualquer pessoa que por ali transitasse notava aquela aberração, menos o poder público que fazia de conta que não via o que toda a população enxergava.
Após muitos anos, o local foi urbanizado, mas assim mesmo, a obra deixou muito a desejar.
Na foto pode-se notar ainda que, algumas casas conservam o mesmo estilo de uma época remota.
A primeira delas, assobradada, onde funcionou por muitos anos o Itapira Bar – Sorveteria e Restaurante. Mais adiante, a de nº7, era a Padaria e Confeitaria Minerva. No final da foto aparece um casarão em estilo colonial, construído pelo fazendeiro Luiz Manoel Pereira da Silva, nascido em 1834 e falecido em 1898. Luiz Manoel era filho de Manoel Pereira da Silva, considerado um dos fundadores de Itapira.
Nessa casa também residiu o casal Jacintho Franklin da Cunha (terceiro prefeito de Itapira de 1902 a 1905) e Francisca Pereira da Cunha, filha de Luiz Manoel Pereira da Silva. Ai nasceu o filho primogênito do casal, meu saudoso pai – dr. João Pereira da Cunha, o dr. Cunha, a 17 de junho de 1897, que clinicou por mais de cinquenta anos em Itapira, e, que atualmente empresta seu nome ao PPA-Central e a uma rua de nossa cidade.

Hoje, vê-se que a Conselheiro Dantas ainda conserva resquícios das construções do século XIX, pois algumas delas foram demolidas, dando lugar ao prédio da Agência do Banco do Brasil e ao Edifício Lucienne.  

Nosso Futebol Amador

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Plínio Magalhães da Cunha

NOSSO FUTEBOL AMADOR
Como estamos chegando perto da tão esperada Copa do Mundo a ser realizada aqui no Brasil em 2014, não poderíamos deixar de homenagear os nossos esportistas amadores, aqueles que sempre souberam com galhardia e perseverança, defender com amor a camisa que vestiam, trazendo orgulhosamente no peito o ex-libris e as cores de seus clubes preferidos.
Praticavam um futebol como verdadeiros esportistas no sentido lato da palavra, da maneira mais pura e dentro dos padrões do FUTEBOL AMADOR.
Foi através dessa modalidade que nasceram grandes estrelas nacionais e internacionais, que hoje brilham na constelação do mundo atual.
A eles, portanto, prestamos aqui no TRIBUNA DE ITAPIRA uma justa e oportuna homenagem a todos os FUTEBOLISTAS AMADORES – sem exceção – através dos ex-integrantes do esquadrão da SOCIEDADE ESPORTIVA ITAPIRENSE (foto), que nas tardes domingueiras fazia lotar com um público numeroso o velho e saudoso Estádio Municipal “Chico Vieira”, ao lado do Parque.

Naquela verdadeira festa futebolística sempre se fazia presente para alegrar o espetáculo, a nossa querida e centenária Banda Lira Itapirense, entoando seus dobrados tão conhecidos e apreciados pelo público de nossa terra.

O esquadrão da Sociedade Esportiva Itapirense, defronte às arquibancadas do Estádio Municipal “Chico Vieira”, nos idos de 1950. Em pé, da esquerda para a direita: Jorge Witter (técnico), Bogê, Bellini (campeão do mundo em 1958), Tila, Gilberto Guimarães, Flávio Barretta e Bolacha. Na mesma ordem, agachados: Renatinho, Alfredinho, Dimas, Bube e Gonçalo.

1972 – Reencontros Memoráveis.

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Plínio Magalhães da Cunha

1972 – Reencontros Memoráveis.
Quando voltei à minha querida Itapira em 1972, designado pelo governo de São Paulo para implantar e dirigir a Museu Histórico e Pedagógico “ Comendador Virgolino de Oliveira”, participei de uma recepção na Usina N. S. Aparecida, a convite de dona Carmen Ruete de Oliveira, uma criatura excepcional e amiga, que tem sob sua responsabilidade um dos mais opulentos patrimônios históricos de Itapira – a vida e a obra admiráveis de Virgolino de Oliveira.
Apresentado aos seus convidados pela gentil anfitriã, qual não foi a minha agradável surpresa quando deparei com alguns amigos, dentre eles, o prefeito Hélio Pegorari – grande administrador, homem probo e muito estimado em sua terra natal. Hélio foi meu colega de classe no tradicional Ginásio do Estado de nossa cidade.
Revi também naquela feliz oportunidade, outro dileto amigo e companheiro do Conselho Estadual de Cultura em São Paulo – o estimado e conhecido poeta e escritor Paulo Bomfim, membro da Academia Paulista de Letras.
Fiquei feliz em trocar idéias com o vereador Antônio Carlos Sette, que foi casado com minha prima Maria Amélia da Cunha Sette, ocasião em que obtive notícias da família.
Esse dia foi repleto de alegrias e surpresas agradáveis que jamais esquecerei, porque me ofereceu a oportunidade de voltar no tempo, a um passado distante, e relembrar com saudades os momentos felizes de minha infância e juventude. Do tempo dos meus pais; do tempo em que eu freqüentava aquele local aprazível, hoje enfeitado pela magnífica obra de um parente do lado paterno, de quem ainda guardo muitas recordações e saudades – Virgolino de Oliveira.
Após a morte de seu criador, essa Usina continuou a florecer, graças à têmpera de sua esposa Carmen Ruete de Oliveira, e mais tarde, de seus filhos – Carmen Aparecida, Virgolino e Hermelindo – que unidos para um mesmo ideal souberam com muito amor, trabalho, dedicação e perseverança dar continuidade à notável obra deixada pelo querido esposo e pai.

Foi realmente um dia memorável, que me deixou embevecido por tantas lembranças...

Visita à Usina Nossa Senhora Aparecida em 1972, vendo-se da esquerda para a direita: o poeta Paulo Bomfim, príncipe dos poetas brasileiros e membro das Academias Paulista e Brasileira de Letras; o saudoso prefeito Hélio Pegorari; vereador Antônio Carlos Sette e Plínio Magalhães da Cunha, diretor e implantador do Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira de nossa cidade.