- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio
Magalhães da Cunha
Farmácias do meu tempo
Interior da Farmácia da Fé, uma das
mais antigas de Itapira por volta de 1923.
Nesta foto, vê-se atrás da máquina
registradora, um dos fundadores daquele estabelecimento: Saturnino França.
Nota-se ainda, as prateleiras
impecáveis e repletas de medicamentos farmacêuticos; os vasos com plantas
ornamentais e o gradil de madeira torneada, que separava o cliente do interior
da farmácia.
Na foto original do meu acervo,
aparecem também dois pedestais ladeando a caixa registradora, encimados por
duas esferas de vidro transparente, cujo conteúdo era água colorida: uma de cor
vermelha e a outra verde, oferecendo um bonito visual àqueles que lá
compareciam.
Naquela época, existiam em Itapira
apenas três farmácias: a Farmácia da Fé, situada numa esquina da Rua da Estação
(José Bonifácio) num prédio onde hoje funciona a Casa Radiluz; a Farmácia N.S.
da Penha, pertencente a Alfredo Bueno, localizada no Largo da Matriz, e a
Farmácia Passarella, situada do lado esquerdo da José Bonifácio, quase na
esquina da Campos Salles, que pertencia ao casal de farmacêuticos, Ricardo
Passarella e d. Durvalina Freyre Passarella (ela também era farmacêutica).
Essas farmácias eram dotadas de um
laboratório, a fim de “seguir à risca” os receituários médicos, que naquela
época continham as fórmulas dos medicamentos receitados. Hoje esses remédios já
vem prontos das indústrias farmacêuticas, com as bulas e as respectivas
dosagens.
Lembro-me perfeitamente da Farmácia da
Fé, quando ainda menino lá estive muitas vezes a fim de buscar algum
medicamento receitado por meu pai, o médico dr. João Pereira da Cunha, o dr.
Cunha, que clinicou em Itapira por mais de 50 anos.
Conheci também o farmácia Passarella, a
Farmácia N. S. da Penha, e mais tarde a Farmácia Paulista do Sr. Antonio Serra, que ocupou
um antigo casarão no largo da Matriz, onde também foi residência do Sr. Eduardo
de Almeida (conhecido como nhô-nhô Gregório), sogro do Sr. Antonio Serra. Ali
também foi residência do Sr. Luiz Norberto da Fonseca, onde funcionou a Rádio
Clube de Itapira. Hoje, ali está o prédio do Banco do Brasil.
Pois bem... há momentos que eu sinto o
tempo refluir, mas depressa caio na realidade sentindo que não é a vida que
passa, somos nós que viajamos apressados rumo o desconhecido, levando apenas o
nosso passaporte com a chancela: c’est
fini...