TEMPOS SAUDOSOS
Plínio Magalhães da
Cunha
A velha gare da
Mogiana
Lembro-me perfeitamente da Estação da
Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, e dos trens que por ali transitavam
diariamente, provocando um alarido característico, principalmente ao cruzarem
algumas ruas da cidade. Lembro-me da chegada e partida da “Maria Fumaça”
puxando seus pesados vagões.
Para a garotada daquele tempo, também
me incluo, era uma alegria contagiante, e, ao mesmo tempo, uma das distrações
assistir à chegada dos comboios na estação da cidade.
Recordo-me ainda que, ao ouvir às 14
horas, dentro do horário, o estridente apito acionado pelo maquinista
anunciando que o trem estava chegando nas adjacências do pontilhão do largo São
Benedito, provindo de Mogi Mirim – com destino a Barão Ataliba Nogueira,
Eleutério e Sapucaí de Minas – e a garotada apressando os passos rumo à estação
a fim de assistir ao desembarque dos passageiros, dentre eles, alguns
conhecidos ou parentes.
Após o desembarque, cessava o
corre-corre na plataforma. Aqueles que iriam continuar a viagem permaneciam na
expectativa aguardando o momento aprazado.
Após a partida do comboio, cessava
completamente o borborinho na estação.
Muitas vezes eu ali permanecia
observando o manuseio do telegrafo pelo exímio telegrafista Abel Barbanti,
enviando através daquele aparelho de comunicação, as mensagens pelo Código
Morse.
Naquele tempo os telefones de Itapira
ainda eram acionados através de manivelas para chamar a telefonista, que ao
atender o sinal, solicitava o número do aparelho desejado para completar a
ligação. As chamadas interurbanas eram uma verdadeira odisséia para se
conseguir!
Realmente tudo era difícil, mas assim
mesmo relembro com emoção e saudade os dias felizes de minha infância, correndo
para ver o trem passar... e hoje, continuo correndo no labirinto da vida,
lembrando daqueles tempos que não voltam jamais!
A velha Estação da Mogiana com vagões
defronte ao pátio. Ao fundo vê-se uma vista parcial de Itapira nos idos de
1920.
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