quinta-feira, 4 de abril de 2013

Santa Casa de Misericórdia - 1922


- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Santa Casa de Misericórdia - 1922
Na belíssima foto acima de meu acervo, nota-se o prédio principal, assobradado, ligado às demais dependências por três corredores iluminados durante o dia pela luz solar, através de vitrais coloridos. No pavimento térreo situavam-se a sala de exames clínicos, a farmácia, sala de cirurgia, sala para consultas e um laboratório.
No pavimento superior localizavam-se a capela, sala da diretoria e a de reunião dos mesários. Atrás desse prédio central, ligados por um terraço coberto, existiam ainda mais dois pavilhões, que abrigavam duas enfermarias destinadas aos pacientes, com capacidade para 16 leitos em cada uma delas.
As dependências sanitárias estavam instaladas nos fundos do conjunto, onde também existiam dois quartos reservados, além de uma saleta para curativos de emergência.
O serviço interno da Santa Casa era executado por dois enfermeiros e por três irmãs de caridade.
O corpo clínico era constituído por todos os médicos da cidade, que prestavam gratuitamente os seus serviços profissionais, revezando-se todos os meses – “o médico do mês”, através de uma escala pré-organizada.
Naquela época em Itapira existiam apenas dois hospitais: a Santa Casa e o Hospital de Isolamento (mais modesto).
A Santa Casa já prestava relevantes serviços ao município, como bem se pode observar pela leitura de uma estatística, quando atendia um número considerável de necessitados. De 14 de novembro de 1908 a 22 de junho de 1922, por ali passaram cerca de 3.018 enfermos.
A sua manutenção era feita graças aos donativos particulares – os benfeitores – e com auxílio de uma subvenção estadual da ordem de rs.6:000.000 (seis contos de réis) por ano.
Interessante notar que, na Santa Casa em 1922 foram internados 276 pacientes, sendo: 152 do sexo masculino e 124 do feminino; 115 solteiros, 98 casados e 63 viúvos; 191 brancos, 58 negros e 27 mulatos; 238 brasileiros, 18 italianos, 10 espanhóis, 8 portugueses, 1 grego e 1 sírio. As moléstias mais freqüentes durante aquele ano foram: Ancilostomíase – 32, Gripe –14, Paludismo – 12, Pneumonia – 12, Febre Tifóide – 9, Sífilis – 8, Tétano – 7, Esclerose Cardio – Vascular – 7 e Desinteria Amébica – 6.
Eis aqui um pequeno histórico da nossa Santa Casa de 91 anos atrás.

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