segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Matriz Nossa Senhora da Penha.

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Vista parcial do interior da Matriz Nossa Senhora da Penha, vendo-se o altar mor encimado pelo emblema do Divino Espírito Santo e, logo abaixo, a imagem verdadeira e histórica de Nossa Senhora da Penha, padroeira de Itapira. Essa imagem trazida de Portugal por um dos fundadores de nossa terra – João Gonçalves de Moraes – foi  roubada por algum herege ou comerciante de antigüidades, o que foi muito triste para a população católica. Ela media dois palmos e cinco dedos de altura, ostentando em sua cabeça uma coroa trabalhada em prata. Mais abaixo, aparece a imagem de Cristo Crucificado. Esse altar mor era realmente uma relíquia, uma obra de arte. À esquerda do templo aparece o púlpito onde o celebrante da missa, pregava o Evangelho de Cristo. Nota-se a riqueza artística dessa peça histórica, encimada por figuras de anjos, esculpidas em mármore de Carrara. Sua cúpula era trabalhada com franjas douradas.
Do lado direito, vê-se o portal de entrada para a Capela do Santíssimo. O piso desse templo era todo de mosaicos decorados, e os lustres de cristal da Bohemia.
Na parede, nota-se apenas duas peças reportando a Via Sacra.
Tudo isso foi demolido em 1955, para dar lugar a uma igreja mais ampla.
Tive a oportunidade de constatar pessoalmente, em Campinas, no Museu de Arte Sacra da Cúria, algumas dessas peças históricas doadas pela Paróquia de Itapira, peças essas que marcaram profundamente a vida católica do nosso povo, tais como: o Púlpito, a Pia Batismal (onde milhares de itapirenses receberam o sacramento do batismo), além da belíssima imagem de Nossa Senhora das Dores, com seu manto azul, e a da Ressurreição de Cristo.
Toda essa beleza só nos deixa saudade, uma profunda recordação da nossa querida Itapira, de um passado distante, dos tempos de nossos pais, dos nossos avós.

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