quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Documento Histórico - 14 de setembro de 1904 - Nomeação de Jacintho Franklin da Cunha

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Documento Histórico
O documento em tela é considerado histórico, não somente pela sua antiguidade, mas também por se referir a um cidadão itapirense, Jacintho Franklin da Cunha – terceiro prefeito de Itapira no período de 1902 a 1905.
Nesse diploma legal, datado de 14 de setembro de 1904, há cento e seis anos, consta a nomeação de Franklin da Cunha pelo então Presidente do Estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá Piratininga, para ocupar o cargo vitalício de “Distribuidor, Contador e Partidor da comarca de Itapira”.
Esse documento também foi referendado pelo Secretário da Justiça (assinatura ilegível), e logo abaixo o registro na Diretoria da Justiça, assinado por Joaquim Roberto de Azevedo Marques.
No verso desse documento ainda consta que, o interessado “prestou compromisso em 26/12/1904 perante o doutor juiz de direito”, e  logo abaixo, a assinatura do escrivão do júri – Bernardino da Rocha Carvalho.
A guiza de curiosidade, dr. Jorge Tibiriçá Piratininga foi presidente do Partido Republicano Paulista – PRP, e nomeado segundo governador de São Paulo, de 18/10/1890 a 07/03/1891.
Mais tarde, foi eleito como o sétimo Presidente do Estado, governando São Paulo de 1904 a 1908.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A velha gare da Mogiana

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

A velha gare da Mogiana
Lembro-me perfeitamente da Estação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, e dos trens que por ali transitavam diariamente, provocando um alarido característico, principalmente ao cruzarem algumas ruas da cidade. Lembro-me da chegada e partida da “Maria Fumaça” puxando seus pesados vagões.
Para a garotada daquele tempo, também me incluo, era uma alegria contagiante, e, ao mesmo tempo, uma das distrações assistir à chegada dos comboios na estação da cidade.
Recordo-me ainda que, ao ouvir às 14 horas, dentro do horário, o estridente apito acionado pelo maquinista anunciando que o trem estava chegando nas adjacências do pontilhão do largo São Benedito, provindo de Mogi Mirim – com destino a Barão Ataliba Nogueira, Eleutério e Sapucaí de Minas – e a garotada apressando os passos rumo à estação a fim de assistir ao desembarque dos passageiros, dentre eles, alguns conhecidos ou parentes.
Após o desembarque, cessava o corre-corre na plataforma. Aqueles que iriam continuar a viagem permaneciam na expectativa aguardando o momento aprazado.
Após a partida do comboio, cessava completamente o borborinho na estação.
Muitas vezes eu ali permanecia observando o manuseio do telegrafo pelo exímio telegrafista Abel Barbanti, enviando através daquele aparelho de comunicação, as mensagens pelo Código Morse.
Naquele tempo os telefones de Itapira ainda eram acionados através de manivelas para chamar a telefonista, que ao atender o sinal, solicitava o número do aparelho desejado para completar a ligação. As chamadas interurbanas eram uma verdadeira odisséia para se conseguir!
Realmente tudo era difícil, mas assim mesmo relembro com emoção e saudade os dias felizes de minha infância, correndo para ver o trem passar... e hoje, continuo correndo no labirinto da vida, lembrando daqueles tempos que não voltam jamais!

             A velha Estação da Mogiana com vagões defronte ao pátio. Ao fundo vê-se uma vista parcial de Itapira nos idos de 1920.