quinta-feira, 16 de agosto de 2012

1903 - Ano da Primeira Festa da Árvore em Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

1903 – Ano da Primeira Festa da Árvore em Itapira
            Em tempos em que não se falava em ecologia e preservação ambiental, Itapira saía à frente, no dia 3 de maio daquele ano, com o ineditismo da Festa da Árvore. Era o começo do século, 1903, portanto há 109 anos, que essa festa do verde ganhou espaços solenes no recém-inaugurado Parque Municipal, hoje Juca Mulato, sob os auspícios promocionais do então prefeito Jacintho Franklyn Alvarenga da Cunha.
            Franklyn da Cunha cuidou com carinho dessa festa, que o nosso Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira” registra como acontecimento histórico, exemplo e lição de uma iniciativa engrandecedora para as gerações futuras.

CONVIDADO ILUSTRE

            O prefeito Franklyn da Cunha emprestou grandiosidade à Festa da Árvore, trazendo a Itapira o poeta e escritor Coelho Neto, que residia em Campinas e cuja inspiração e profundidade revelavam a versão colorida da natureza. Ele plantou um exemplar de pau-brasil defronte ao parque, mais tarde erradicado por paisagistas de plantão que reformularam a área. O prefeito foi mais feliz; plantou uma essência de “grevillea robustas”, espécime de origem australiana, que até hoje permanece a poucos metros do Museu. É bom lembrar que Coelho Neto redigiu de próprio punho a ata da festa, grafando num livro especial sua caligrafia impecável e ao estilo poético de sua lavra, cujo documento original, hoje faz parte integrante do rico acervo do nosso Museu Histórico.
            A árvore continua frondosa, pródiga em sombreamento e beleza. Um símbolo testemunhal e secular de uma iniciativa ecológica e remanescente de um passado que confere a Itapira certo pioneirismo na preservação ambiental. Já se ensinava naquela época, a amar a natureza, como queria o prefeito Jacintho Franklyn Alvarenga da Cunha, de saudosa memória.

Foto da árvore “grevillea robustas”, de origem australiana, plantada no dia 3 de maio de 1903 pelo prefeito Jacintho Franklyn Alvarenga da Cunha (prefeito de 1902 a 1905). Esta árvore está plantada no início da Avenida dos Birís, ao lado do Museu Histórico.

A Caixa d'água do Parque

- TEMPOS SAUDOSO -
Plínio Magalhães da Cunha

A Caixa d’água do Parque
Até hoje funciona como reservatório de água localizado no centro do parque “Juca Mulato”, ao lado do prédio do Museu Histórico “Comendador Virgolino de Oliveira”. A data de sua construção ainda pode ser vista no seu frontispício: setembro de 1897.
Essa caixa distribuía diariamente à cidade perto de 1.500.000 litros de água, com capacidade para abastecer cerca de 900 prédios.
A água ali capitada, provinha de quatro mananciais: o de Águas Claras, do Arrozal, da Mata (na fazenda Santa Adélia) e dos Macucos.
A beleza desse reservatório estava na sua parte superior, isto é, a que cobria toda a extensão com cimento armado para suportar o peso de um jardim – conhecido naquela época como “Jardim Suspenso” – onde ostentava uma enorme quantidade de plantas ornamentais, cultivadas com esmero pelos jardineiros João e Afonso. Lembro-me muito bem deles e desse jardim.
As plantas ali cultivadas também serviam para a ornamentação de todos os canteiros do parque, que após serem replantadas, apresentavam um agradável visual muito admirado pelos visitantes daquele logradouro.

Na foto em tela, vê-se ainda a saudosa “Avenida dos Birís”, cujas árvores na primavera ficavam revestidas de flores amarelas. Suas pétalas quando sopradas pelo vento, cobriam toda a extensão de seu leito, de onde descortinava no horizonte o azul da velha Mantiqueira.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vista Parcial do Parque Municipal

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Vista Parcial do Parque Municipal
Centro do Parque Municipal “João Pessoa”, hoje “Juca Mulato”, nos idos de 1920. Nota-se o Coreto, onde a banda Lira Itapirense executava os seus dobrados; o Ford “bigode”, tendo ao lado o seu proprietário Coronel Francisco Vieira e, em pé, perto do Coreto, o médico itapirense dr. Joaquim Vieira Filho (Quinzote), irmão de Francisco Vieira. Ao fundo da foto aparece parte da caixa d’água, cuja cobertura ostentava o famoso “jardim suspenso”, onde as plantas ornamentais eram cuidadas com esmero pelos saudosos jardineiros João e Afonso.
Esse jardim foi destruído, sendo substituído por uma pista de patinação e, logo mais tarde, por uma lanchonete que acabou tendo o mesmo fim.
Hoje, ali está apenas uma carcaça de cimento armado – diga-se de passagem, horrível – aguardando um “estalo de Vieira” ou de algum responsável por aquele logradouro, que por muito tempo foi conhecido como o “cartão de visita” da nossa Itapira, orgulho dos itapirenses.

Visita de Adhemar de Barros a Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Visita de Adhemar de Barros a Itapira
Em abril de 1949, o candidato ao governo do Estado de São Paulo – pelo Partido Social Progressista (PSP) – Adhemar Pereira de Barros, visitou Itapira, a convite de seu amigo e líder político local, o saudoso Comendador Virgolino de Oliveira, cujo aniversário natalício é comemorado no dia 15 de março.
Adhemar e sua comitiva foram recepcionados pelas autoridades e correligionários no diretório central do PSP, situado à Praça Bernardino de Campos, ao lado da igreja matriz de N. S. da Penha.
O ilustre visitante cumpriu um extenso programa durante sua permanência em Itapira, visitando diversos pontos, dentre eles, algumas indústrias.

Na foto acima, o candidato Adhemar de Barros quando era recepcionado no comitê central, vendo-se da esquerda para a direita: Flávio Thomaz de Aquino; vereador Antonio Caio; vice-prefeito dr. Aquiles Galdi; prefeito Virgolino de Oliveira (1949 e 1950); senador Euclides Vieira, irmão de outro político itapirense, o Coronel Francisco Vieira; o candidato Adhemar de Barros; o professor Miguel Realli; o deputado estadual André Nunes Júnior, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo; vereador Marcelo Avancini (de perfil) e alguns membros da comitiva ademarista.

Outro “flash” da visita de Adhemar de Barros e sua comitiva à fábrica de chapéus Sarkis, onde foi recebido pelo diretor-presidente Sebastião Jader Sarkis e funcionários, dentre eles o conhecido esportista de nossa terra, Benedito Leitão Sobrinho, o estimado e saudoso Joca Leitão, que aparece todo sorridente cumprimentando o ilustre visitante. Vê-se ainda, José Galli, o vereador Antonio Caio e o industrial Comendador Virgolino de Oliveira, anfitrião do candidato populista a Itapira.

Visita de Washington Luiz a Itapira

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Visita de Washington Luiz a Itapira
A Praça dr. Bernardino de Campos toda engalanada em 1921, para receber a auspiciosa visita do dr. Washington Luiz Pereira de Souza, 11º Presidente Republicano e também governador de São Paulo de 1º de maio de 1920 a 1º de maio de 1924. O ilustre visitante foi recebido calorosamente pela população local e pelo prefeito da época, Coronel Francisco Vieira, conceituado político itapirense. Chico Vieira foi o primeiro deputado estadual de nossa terra a ocupar uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado, no período de 1936 a 1937.
Naquela oportunidade, o governador de São Paulo foi festivamente saudado pelas autoridades locais, Banda de Música e com um magnífico coral dos alunos do recém criado Grupo Escolar “dr. Júlio de Mesquita”, do qual fazia parte a aluna e hoje saudosa professora Maria Suzana Pereira da Silva.
Durante sua estada em Itapira, o governador Washington Luiz percorreu a cidade ficando encantado com os pontos turísticos, principalmente com o Parque Municipal “João Pessoa”, hoje “Juca Mulato”, e o Cruzeiro – símbolo de fé do povo itapirense – implantado em 1902, locais considerados aprazíveis, de onde descortina uma vista privilegiada pela natureza. Diante da beleza do local, aquela autoridade do nosso Estado, cognominou nossa terra de “ITAPIRA, A LINDA”, palavras que ficaram gravadas nos corações dos itapirenses, palavras que até hoje são lembradas e cantadas em prosa e verso. Na foto que ilustra esta matéria, nota-se o Coreto, todos os postes de iluminação da praça decorados com folhagens entrelaçadas, muitas bandeirolas paulistas e brasileiras, e um obelisco construído em madeira, onde se lê na parte superior: “SALVE WASHINGTON LUIZ”. Ao fundo, a antiga residência do Cel. Joaquim Ignácio de Alvarenga Cunha, posteriormente do casal dr. Névio Bicudo e da pianista e compositora Maria Amélia da Cunha Bicudo, pais da saudosa dona Dedé Bicudo Cruz. Esse vetusto casarão, atualmente deu lugar ao prédio ocupado pelo HSBC. Ainda à direita da foto, vê-se outro prédio, tendo no seu frontispício a inscrição: ”MANSÃO CLUBE PENHA”.
OBS: na foto, alguns dos detalhes mencionados somente foram vistos graças ao auxílio do computador.
Finalizando, faço uma pergunta: - Se o governador Washington Luiz viesse hoje a Itapira, ficaria embevecido com os pontos visitados em 1921, e proferia novamente as mesmas palavras: - “ITAPIRA, A LINDA”? As ilações ficam por conta do leitor.

Escolas Particulares

- TEMPOS SAUDOSOS -
Plínio Magalhães da Cunha

Escolas Particulares
Itapira sempre contou com enumeras escolas particulares, algumas delas, antes mesmo de nossa cidade ser dotada do centenário e querido Grupo escolar “dr. Júlio Mesquita”.
Dentre as mais antigas – as que me recordo – a do professor Miguel Cardim, da professora dona Bena de Souza Ferreira, da professora dona Maria Luiza Vieira, das professoras dona Diva Magalhães Raymonti, dona Iracema Costa Martinez (dona Zita), dona Clarice Aguiar, e tantas outras que também prestaram relevantes serviços a Itapira na importante área educacional.


A foto acima mostra uma classe mista da professora dona Clarice Aguiar, que aparece bem ao centro, contornada por uma plêiade de alunos posando para a posteridade.
Foi-me impossível identificar todos, mas para facilitar nossos leitores, irei numerar alguns que foram reconhecidos: na primeira fila (sentados no chão) 3 – Paulo Guerra; 7 – Décio Queluz. Na segunda fila: 1 – Maria Terezinha Avancini; 2 – Suzana Rodrigues da Silva; 5 – Madalena Rodrigues da Silva e a professora dona Clarice Aguiar. Na terceira fila: 4 – José Walfredo Riboldi; 6 – Benedito Passarella e 7 – Jair Amaral. Na quarta fila (em pé): 5 – Maria de Lourdes Rocha Oliveira; 6 – Maria Ondina Marella; 7 – Maria Clara Serra.
Nota: Soube que nesta foto também estão os alunos: Dolly Modonezzi; Claudete Avancini e Ayrton Rogatto – que não foram identificados. Quanto aos demais poderão ser reconhecidos pelos leitores.